Uma categoria de Pai para Filho

O Dia dos Pais é comemorado no Brasil desde a década de 50. Muito se fala em mercantilismo e que a data só é lembrada para fortalecer o comércio. Mas, não devemos esquecer que os Pais adoram ser lembrados, pelo menos, neste dia.

Em muitos segmentos irá se falar da data em questão e, assim também é no automobilismo. Hoje, a Copa Brasil DTM PICK-UP tem uma dupla, Eduardo Homem de Mello e Cássio Homem de Mello – que mantêm vice-liderança no campeonato nas categorias Super A e Novatos –, que se enquadra perfeitamente dentro das comemorações.

“É uma das coisas mais gratificantes ver o filho fazendo aquilo que a gente gosta e fez a vida toda, principalmente quando ele está indo bem”, comenta Edu. “Essa convivência é boa. A gente se dá super bem e eu tenho muito a aprender com a experiência dele”, completa Cássio, que faz a sua primeira temporada completa no automobilismo.

Eduardo Homem de Mello, piloto e um dos organizadores da categoria, está no automobilismo há 28 anos. Iniciou no Kart (em uma idade incomum para isso) aos 24 anos e, de lá para cá, não parou mais. Foi campeã por seis ocasiões em diferentes categorias de Kart, na extinta Fórmula 200, Fórmula Chevrolet, dois títulos na Corsa e um na Mil Milhas de Interlagos.

Além disso, criou, organizou e promoveu várias categorias do automobilismo nacional, entre elas a Kart Sênior e a Super Kart Vê, a Fórmula 200 (na década de 90), a Copa Corsa Metrocar e agora, a DTM PICK-UP.

Diante de tudo isso, não seria estranho ter o filho como companheiro de profissão. Mas as coisas não ocorreram de forma tão natural como pode parecer a princípio. A mãe – Fátine Chamon – foi frontal e absolutamente contra ver o filho em uma pista de corridas.

“Quando estava com 10 anos, participei de uma corrida oficial de Kart em Santa Catarina. Aconteceu um grave acidente com outro piloto e as minha mãe “surtou”. Não permitiu mais que eu participasse desse tipo de provas. Disse, na época, que quando eu tivesse 16 anos poderia me aventurar, em carros”, conta Cássio.

A partir de então, o garoto ganhou uma raquete de tênis, professor, preparador físico e tudo o que precisava para ser um bom tenista. E assim foi. Dos 10 aos 17 anos, Cássio dominou todos os rankings nacionais das categorias de tênis que participou. Aos 16, chegou a realizar o curso de pilotagem em São Paulo, mas “não consegui gostar da coisa. Não queria sequer terminar”, comenta ele.

O pai estava sempre acompanhando e levando Cássio para todos os torneios que participava, torcendo e brigando por ele. “Os torneios de tênis são em lugares diferentes e, parece brincadeira, sempre longe. Muitas vezes, a organização não era lá essas coisas e tinha sempre que ‘brigar’ por ele, que sempre correspondeu dentro das quadras”, esclarece o ‘Paizão’.

Porém…”Água mole em pedra dura”… Em 2002, Cássio participou de algumas provas de Fórmula Corsa e no ano seguinte fez quatro corridas na DTM PICK-UP. Neste ano de 2004, entrou para valer no campeonato, tanto é que venceu a primeira prova do ano, no Rio de Janeiro, e ocupa a segunda colocação na Categoria Novatos.

“Ele é impetuoso e, proporcionalmente, mais veloz que eu. O que ele precisa, é mais experiência e aprender a controlar mais o lado emocional. Respeito muito a falta de experiência dele e a sua pouca idade e procuro ajudar o máximo possível”, esclarece o pai coruja, que no primeiro treino livre de cada prova, procura “puxar” o filho para que ele “pegue mão” das pistas que ainda não conhece.

Ambos correm na equipe do ex-piloto Alfredo Guaraná, o maior adversário de Nelson Piquet na antiga Fórmula Super Vê. E isso foi uma das condições impostas por “dona Fátine”. Que o Guaraná fosse o ‘mestre e mentor’ do filho nas pistas. “O Guaraná entende tudo de automobilismo e é muito bom trabalhar e aprender com ele. Ele sempre briga muito com meu pai quanto ele sai para me “puxar” nos treinos. Vive falando que eu tenho de aprender sozinho, mas o ‘velho’ não escuta e perde todo o primeiro treino por mim”, alardeia o orgulhoso filho.

Presente de Dia dos Pais? Ambos estão, mais uma vez, em sintonia. “Gostaria que ele fizesse uma prova maravilhosa na próxima etapa da DTM PICK-UP, em Londrina (22/8), completamente o oposto do que na última, em Campo Grande”, pede Edu.

“Eu sei que ele ficou muito bravo comigo por ter ido para a ‘balada’ em Campo Grande e acredito ter aprendido muito com isso. O que eu quero dar para ele é a vitória em Londrina e o Campeonato da Categoria Novatos no final do ano. Somente assim, vou poder retribuir todo seu apoio e ensinamento, desde do tempo do tênis, pois tenho muito orgulho dele como pai e piloto. Poucos fizeram o que ele já fez”, finaliza Cássio.

A DTM PickUp tem o apoio de Accenture/Eurofarma/Stefanini IT Solutions/Pirelli