Um grave problema nos freios do Audi TT-R DTM tirou as chances do time formado por Xandy, Xandinho e Guto Negrão vencer a edição 2004 das Mil Milhas Brasileiras, neste domingo (25/01), no Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo. O trio abandonou na volta 164, depois de liderar boa parte da prova mais tradicional do automobilismo brasileiro. “Os freios do carro eram novos, um ABS que a equipe havia desenvolvido no Estoril (em Portugal) e a quebra não teve nada a ver com os problemas que tivemos quando fizemos o shakedown do carro”, explicou Xandy Negrão. “Foi uma pena, porque a gente tinha grandes chances de ficar com a vitória.”
O problema apareceu quando Xandinho Negrão conduzia o Audi na liderança com duas voltas de vantagem para o segundo colocado, aquela altura era o Protótipo ZF, de Felipe Giaffone, Ruyter Pacheco e Flávio Andrade. Quando passou o carro para Guto Negrão, Xandinho apontou o problema. “O freio estava muito baixo mesmo. Estava complicado demais pilotar daquele jeito”, disse Xandinho, de 18 anos, piloto da F-3 Sul-Americana. Duas voltas depois de assumir a pilotagem, Guto ficou sem freios e teve de voltar para os boxes. Com isso, acabou perdendo algumas posições.
Quando Guto Negrão havia recuperado a segunda posição, com cinco segundos atrás do líder, o problema de freios voltou. Nos boxes, Xandy Negrão assumiu a condução do carro porque Guto estava sentindo muitas dores nas costas. Na parada, perderam cerca de 10 voltas, mas quando Xandy foi retornar para a pista acabou rodando na saída dos boxes. “O carro foi parar na grama e começou a patinar, era impossível sair dali”, explicou Xandy. Em seguida o reboque fez o engate no carro, mas quando passavam pelo ‘mergulho’ o cabo estourou, deixando o Audi TT em situação perigosa na pista.
“Eles foram embora e eu fiquei no escuro, sem luz nenhuma e os carros passando. Fiquei preocupado”, contou Xandy Negrão após o incidente. Depois disso, o reboque conseguiu levar o carro de número 72 até os boxes. Mas o problema com os freios era tão complicado que na saída dos boxes Xandy Negrão acabou batendo de frente na mureta, colocando ponto final na participação da Família Negrão na 32.ª edição das Mil Milhas Brasileiras. “Nessa brincadeira toda o carro ficou destruído e nem conseguiram rebocar aos boxes. foi muito chato ter de acabar a corrida assim. Eu falei para o Xandinho que a vantagem desse carro eram os freios, mas com esse problema ficou impossível vencer”, resumiu Xandy Negrão, vencedor da prova no ano passado.
Xandinho Negrão, que havia vencido as ‘12 Horas de Tarumã’ no final do ano passado, ficou muito chateado com o abandono, mas mesmo assim tirou uma boa lição. “A responsabilidade era grande. Peguei o carro na liderança e andei com pilotos do nível do Ingo (Hoffmann), do (Ricardo) Etchenique, do Felipe (Giaffone), do Beto (Giorgi). Eles todos têm muita experiência e eu ali, com 18 anos de idade e sem grandes conhecimentos em provas de longa duração. Mas deu tudo certo, porque fui pegando confiança no carro e tirando a diferença. Entreguei o carro com 2 voltas de vantagem para o Guto e aí a apareceu o problema. Pena que não fiz minha segunda tocada”, contou.
Guto Negrão também ficou decepcionado com a situação. “Foi chato porque aconteceu tudo bem na minha vez de pilotar. Não deu para guiar gostoso como esse carro merece. Foi pior que um stock car desequilibrado. Ainda por cima me machucou muito. Estou com as costas doendo demais”, disse o piloto que compete na Stock Car V8 e terminou a temporada 2003 na terceira posição.
A vitória na corrida acabou ficando com o Dodge Viper GTS-R dos italianos Stefano Zonca, Ângelo Lancellotti e Fabrizio Gollin.
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