Mais uma exibição de luxo por parte do trio do #5 Cadillac Action Express, de Filipe Albuquerque, Christian Fittipaldi e João Barbosa. Albuquerque levou a máquina americana até a meta e viu a tão desejada bandeira quadriculada, 24 horas depois de ter iniciado a corrida. Uma prova sem falhas por parte da equipe que escapou de grandes problemas e conseguiu vencer uma das corridas mais glamorosas do mundo.
A corrida começou com o domínio dos Cadillac, com Albuquerque na frente depois da primeira rodada de pit-stops. A vantagem foi aumentando, com Barbosa trabalhando muito bem, mas a chuva no meio da noite complicou a vida de Fittipaldi que perdeu muito tempo para Castroneves e Conway, que aproveitaram para recuperar o tempo perdido.
A noite foi dos Acura que lideravam quando o relógio marcou 12 horas de corrida e apresentavam um ritmo muito interessante, mas tanto o #6 como o #7 tiveram problemas que obrigaram a ficar muito tempo parados nos boxes, o que os afastou da luta pela vitória.
Mas a vida dos Cadillac não foi fácil com o #90 abandonando bem cedo na prova e o #10 ficando nos boxes quando faltavam pouco mais de 6h para o final da corrida. Os 5 furos que afetaram o carro foram motivo mais que suficiente para a equipe não arriscar a integridade dos pilotos e os vencedores de 2017 ficavam assim pelo caminho, assim como os dois Nissan da ESM, e os dois Mazdas Joest que sofreram problemas mecânicos terminais.
Quanto aos “Caddy´s” #5 e #31 também tiveram de enfrentar problemas com o novo motor Cadillac dando sinais de superaquecimento no último terço da corrida. Mas o #5 conseguiu resolver o problema sem perder muito tempo nos boxes enquanto o #31 não teve a mesma sorte ficando 3 voltas atrás dos líderes, que nunca mais abandonaram o primeiro posto.
Os pilotos da Action Express fizeram um trabalho espantoso para manter o carro em condições de chegar ao fim da corrida, levantando o pé e fazendo por vezes tempos ao nível dos GT´s, mas que eram o suficiente para manter no lugar desejado, dado baixíssimo número de bandeiras amarelas mostradas (apenas 4 ‘full course yellow’ durante todas as 24 horas). Um esforço que deu os frutos mais desejados. É o hat-trick para Barbosa e Fittipaldi e a estreia no pódio da geral para Albuquerque, à frente do #31 (Eric Curran, Mike Conway, Stuart Middleton, Felipe Nasr) e do Oreca #54 (Jonathan Bennett, Colin Braun, Romain Dumas, Loic Duval) da CORE autosport que fez uma prova excelente.
O Oreca #78 (também conhecido como Jackie Chan DC Racing) de Antonio Félix da Costa terminou em quinto, com o português vendo a bandeira quadriculada dentro do carro, ele que teve de cumprir um drive-through, quando atacava Bruno Senna pela quarta posição. Mas o destaque terá de ir para os Ligier da United Motorsport que fizeram um excelente trabalho. O #32 terminou em quarto e o #23 de Fernando Alonso teve demasiados problemas para estar no topo, mas apresentou um ritmo muitas vezes superior ao do segundo carro da equipe e tanto Alonso como Lando Norris chamaram atenção com ‘stints’ muito bons, especialmente o de Lando Norris, quando enfrentou a chuva da noite e ganhou tempo dos adversários.
Os Acura (9º e 10º lugar para os dois carros da Penske) mostraram potencial, mas pagaram pela “juventude” do carro, com problemas de confiabilidade. Mas serão um adversário a ter em conta para os Cadillac.
Na GTLM, a história é fácil de contar. Os Ford foram superiores a toda a concorrência e venceram com relativa facilidade. O #67 foi o primeiro a cruzar a linha de chegada na sua classe à frente do #66. Os Corvette #4 e #3 tentaram de tudo para contrariar este domínio (Fassler enfrentou a chuva do meio da noite com slicks) sem sucesso. Os Porsche e Ferrari tiveram uma noite difícil que os tirou das contas pela vitória e os BMW acumularam um ritmo inferior com muitos problemas.
Na GTD, tivemos uma luta espetacular com vários candidatos à vitória. O Audi #29 pareceu ser o carro a ter em conta no início, mas uma penalização derrubou por terra o esforço da equipe (a organização apontou que havia uma irregularidade no reabastecimento algo que a equipe negou). Na reta final tínhamos quatro candidatos à vitória. O Lamborghini #11, o Mercedes #33 e o Acura #86 de Álvaro Parente que tentou o último assalto à vitória. O Lamborghini da Grasser pela mão do inevitável Bortolitti venceu a corrida, com o português ficando com a segunda posição à frente do #48.
Foi batido o recorde de distância percorrida pelos protótipos e pelos GTLM, um sinal claro da confiabilidade e das poucas paradas (apenas pouco mais de 1 hora de bandeiras amarelas) que vimos nesta corrida.