Muitos são os jogos de vídeo que viram fenómenos globais dos eSports. E, apesar de alguns serem muito diferentes entre si, as comparações não deixam de ser possíveis – até para sustentar o sucesso de cada um.
É o caso da F1 e dos Counter Strike eSports. Aqui, vamos mostrar como é que estes eSports tão diferentes podem ou não ter algo em comum.
Gênero
O gênero de cada jogo é um ponto muito diferente: F1 é um jogo de corridas automóveis, baseado em locais (circuitos), equipes e personagens (pilotos) reais da Fórmula 1. Já Counter-Strike é um jogo de tiro em primeira pessoa, em torno da temática militar e de guerra, com caracteres genéricos e cenários fictícios. O que mais fiel à realidade há são os equipamentos como as armas ou os coletes e capacetes à prova de bala.
Neste aspeto, são dois jogos completamente diferentes – quer do ponto de vista da temática, quer do género, apesar de o básico não diferir: o jogador tem de controlar uma das personagens do jogo.
Jogabilidade
Na série F1, os jogadores têm de ter uma certa compreensão de noções básicas das corridas de automobilismo e algumas habilidades de condução. Apesar de poderem existir estratégias de equipe, o jogador de F1 está a lutar por si mesmo e pelo seu resultado, não precisando de colaboração.
É essencial precisão de pilotagem, adaptabilidade a diferentes autódromos – alguns deles mais difíceis do que outros – e ter um caráter competitivo. Além disso, há que ter uma visão estratégica para gerir os pneus e as estratégias de paragens nas boxes.
Há igualmente fatores fora do controlo, como as batidas de outros carros sem culpa ou as falhas mecânicas dos carros – embora possa haver algum cuidado na pilotagem para as mitigar. Reflexos rápidos são igualmente necessários, já que os carros se movem por vezes a mais de 300km/h.
Em Counter-Strike, o jogador controla em primeira pessoa uma das personagens, tendo uma maior influência em todo o jogo envolvendo a personagem em si. Sendo jogado em equipes, um jogador age individualmente, mas dificilmente consegue derrotar a equipe adversária sozinho ou a jogar com elementos controlados pelo computador.
O objetivo é desarmar bombas (contraterroristas) ou plantá-las e garantir que são detonadas (terroristas); ou então salvar reféns ou mantê-los em cativeiro durante um determinado tempo, consoante a equipe.
É necessária uma visão estratégica do jogo e compreensão do cenário, tal como em F1, e alguma precisão para atacar os adversários e defender-se dos mesmos. No entanto, há uma maior componente de comunicação e de perceber as dinâmicas do jogo – que são mais padronizadas do que em F1, cujos acontecimentos podem variar de corrida para corrida.
Formato
O formato de F1 é idêntico ao do desporto real: além das corridas em si, os jogadores são também desafiados a afinar os carros nos treinos livres e a lutarem pela melhor posição na grelha de partida durante a qualificação.
Os pontos são atribuídos na corrida aos dez primeiros classificados. Os torneios, quer oficiais da própria Fórmula 1, quer privados, tendem a ser campeonatos com um determinado número de rondas e integração da F1 real, em que quem tem mais pontos no fim da época é campeão.
As competições de Counter-Strike têm formatos diversos. Os torneios podem ser ligas, campeonatos ou os mais importantes que são os Major.
Cada competição tem as suas próprias regras, mas o próprio formato do jogo é em rodadas e em diferentes mapas. O vencedor pode ser apurado à melhor de um determinado número de partidas, e sendo jogado em equipe, quem ganha é um coletivo e não necessariamente um jogador individual.
Os torneios de CS nem sempre são organizados diretamente pela editora Valve (que toma conta dos Major), havendo torneios prestigiados independentes como a BLAST.
Público
Como é natural, podem existir fãs dos jogos de F1 e Counter-Strike – e existem, como o autor deste texto. Porém, o público-alvo de cada um é diferente.
Nos eSports de F1, procura-se atrair os fãs do automobilismo tradicional – que acabam por encontrar nos jogos online uma espécie de extensão ou complemento das corridas reais, valorizando em especial as semelhanças nas equipes e estratégias adotadas para ganhar. Trata-se de uma base de fãs um pouco mais específica e, por isso, mais reduzida.
Por outro lado, Counter-Strike tem um público mais vasto, composto não só por alguns seguidores que o acompanham desde a versão original em 1999, como também os que se foram juntando ao longo dos anos.
Há milhares e milhares de adeptos e entusiastas leais e apaixonados pelo CS, que alcança milhões de visualizações nas suas streams e atrai multidões aos seus eventos ao vivo.
Tecnologia e equipamento
Há uma avançada tecnologia de simulação nos eSports de F1 – volantes, pedais e até cadeiras e estruturas que podem simular as sensações reais de pilotar um carro de F1 real.
Por outro lado, em Counter-Strike há equipamentos básicos de interação mais normais – como teclados ou mouses, embora geralmente sejam específicos para gaming. O mesmo se passa com as cadeiras, que não são tão sofisticadas como as usadas nos maiores torneios eSport de F1.
Comum em ambos os casos são computadores de alto desempenho e monitores de alta taxa de atualização – embora em F1 os gráficos sejam menos importantes para a precisão dos movimentos que em CS.
Apesar de F1 e Counter-Strike serem muito diferentes nos eSports, há pontos em comum como a adrenalina, conhecimento estratégico específico necessário, precisão e as emoções e adrenalina vividas. Ambos estão também a crescer em popularidade e necessitam de um certo tipo de equipamento para maximizar as chances de sucesso.
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