O feriado de 1ª de maio foi de muito trabalho para o estudante e piloto de Fórmula Renault Alberto Valério (Lopes Consultoria de Imóveis/Jovem Pan/Xtreme/Dragão Motorsport). Enquanto muitos paulistas desciam a Serra rumo ao litoral sul, o rapaz de 17 anos de idade saiu do Colégio Universitas Santos no começo da tarde de quarta-feira (30/4) e subiu para São Paulo, onde treinou até o final da tarde de quinta-feira no Autódromo de Interlagos. “Tive que vir na contra-mão do feriado. Enquanto todo mundo foi curtir uma praia, eu fui aproveitar o calor e o tempo livre para ganhar quilometragem com um carro de corridas”, comentou o piloto, que reside no Guarujá e estuda em Santos.
Por ser um piloto que está estreando no automobilismo este ano, Alberto Valério se ressente da falta de experiência. “A maioria dos pilotos da Fórmula Renault correu no ano passado, e alguns também treinaram na Europa ou correram em outra categoria. Por isso, estou em desvantagem, e aproveito as folgas que consigo no colégio para treinar de Fórmula Chevrolet”, explicou o representante da Lopes Consultoria de Imóveis/Jovem Pan/Xtreme/Dragão Motorsport. “Vale a pena para não ficar parado. Fico aprimorando os meus reflexos e conhecendo mais a pista. O ruim é que gasto dinheiro sem estar andando com o carro que deveria estar usando”, reclama, depois de já ter testado desta forma em Londrina, Curitiba, Brasília e Campo Grande. A Fórmula Renault só teve um treino coletivo de dois dias em Curitiba, antes da primeira etapa do campeonato, e nos dias 7 e 8 de maio vai promover o segundo treino coletivo, desta vez em Interlagos, antes da segunda prova do certame, que vai acontecer só no dia 1º de junho.
Treinos de Fórmula Renault são proibidos
Alberto Valério está treinando de Fórmula Chevrolet em virtude da proibição de treinos particulares com Fórmula Renault. “Deveria haver mais treinos com o Fórmula Renault. Preciso de quilometragem e estou me prejudicando. Dizem que é para economizar. Mas para treinar com outro carro já gasto com viagem e hospedagem, e só economizo um pouco com a manutenção do Fórmula chevrolet, que é mais barato. Na hora de ver a relação custo/benefício, acho que ainda valeria a pena andar de Fórmula Renault”, analisa Alberto. “Com mais treinos coletivos, a categoria consegue descontos em passagens e hotéis, e vai permitir que os pilotos ganhem experiência para que não gastem tanto dinheiro com os erros de aprendizado por causa da pressão e do escasso tempo que temos nos eventos”, finaliza.
O experiente chefe de equipe Luis Alberto Trinci, também concorda que os estreantes levam muita desvantagem. “A Renault tem a política de conter custo. Então, não pode ter novato, pois eles precisam de muitos treinos”, dispara “Dragão”, como é mais conhecido. “Uma sugestão que dou para amenizar esta desvantagem, é que os novatos tenham pelo menos mais 40 minutos de treinos na programação oficial, só para eles. Seriam uns oito a dez pilotos andando sozinhos e aprendendo a pista, para ficarem mais tranqüilos quando tiverem os 30 carros juntos nos outros treinos”, sugere o diretor da equipe Lopes Consultoria de Imóveis/Jovem Pan/Xtreme/Dragão Motorsport. “Agora, se não quiserem acrescentar nada para não mexer na programação e nos custos, que tirem um treino dos experientes. Não é o ideal, mas fica mais justo e honesto com os novatos”, acredita Luis Trinci, alertando que a Fórmula Renault é uma categoria de iniciação e, por isso, precisa estar sempre incentivando a entrada de novos pilotos, para garantir a sua sobrevivência a longo prazo.