O piloto Nelson Merlo (Kinsberg/Guaiaúna Automóveis/Interkart) garantiu o título de campeão paulista de Fórmula São Paulo (antiga Fórmula Ford) ao alcançar uma emocionante vitória na última etapa do certame, realizada neste domingo (14/12) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Merlo acumulou 118 pontos, contra 104 de Igor Buchler (B2/B&B), que terminou em terceiro e ficou como vice-campeão. “Fechei a temporada com chave de ouro. É muito melhor ser campeão vencendo a corrida, ainda mais largando da pole position e ainda estabelecendo a volta mais rápida”, comemorou o paulista de 20 anos de idade.
Nelson Merlo foi campeão conquistando quatro vitórias, dois segundos lugares, uma quinta posição, e abandonou outras provas por quebra mecânica, sendo que em duas delas estava tranqüilo na liderança. Além disso, largou seis vezes da pole position e estabeleceu a volta mais rápida também em seis etapas, sendo que é o atual detentor do recorde de Interlagos para a categoria, com o tempo de 1min42s823. “O Nelsinho compensou todas as quebras que teve. Quando ele terminou, ele esteve na frente. Ele foi muito competente”, elogiou Álvaro Lima, o chefe da equipe Interkart, que além do carro campeão preparou o de Enzo Morrone (Racing/Interkart), o campeão de 2002 e que nesta temporada terminou em terceiro. “Mesmo tendo o meu filho na equipe, e que era o campeão, nunca houve privilégio para alguém, ou algum tipo de animosidade dentro do time. As disputas ficaram sempre na pista. Ficamos muito contentes pois o Nelsinho está correndo conosco desde os oito anos de idade, quando começou no kart”, cumprimentou emocionado.
Mesmo sem precisar vencer a última etapa para garantir o título, Nelson Merlo acabou disputando a prova mais difícil e emocionante de sua carreira com monopostos, que começou neste ano, depois de ter sido campeão paulista de Six Speed, o kart com marchas. Ele garantiu a vitória na linha de chegada, quando recebeu a bandeirada lado a lado com Renan Pizii (Vasp/International Business), a quem ultrapassou nos últimos 200 metros, com ambos os pilotos batendo rodas. “Literalmente saiu fumaça na nossa disputa. E não é figura de retórica, não. De fato, quando viemos batendo rodas desde a saída da curva da Junção, ficava saindo fumaça quando havia contato entre as borrachas de nossos pneus. Não foi fácil ganhar, mas vencer uma corrida disputada assim, é muito melhor”, comentou Merlo, que recebeu a bandeirada com a vantagem de apenas 163 milésimos de segundo.
O líder do campeonato aproveitou a sua pole position e largou muito bem, liderando as quatro primeiras voltas, quando estabeleceu o melhor giro da corrida, com o tempo de 1min44s453 (média de 146, 840 km/h). Na passagem seguinte, no entanto, a segunda marcha do carro quebrou na Curva Bico de Pato, e Nelson Merlo perdeu a liderança para Renan Pizii. A partir daí, o piloto começou a se defender de Igor Buchler, que ficou algumas voltas tentando assumir a vice-liderança, aproveitando-se do problema do concorrente. Depois que se adaptou a usar somente a terceira marcha onde normalmente se usa a segunda, Merlo melhorou o seu ritmo de corrida e começou a diminuir a diferença para o líder. Na penúltima volta chegou a reassumir o primeiro posto, que perdeu na volta derradeira na Curva do Lago. No entanto, na saída da última curva Nelson saiu grudado em Renan e começou a tentar a ultrapassagem para receber a bandeirada em primeiro. “Mesmo sem precisar, eu queria ganhar. Tinha que dar. Naquela hora, não importava mais nada para mim. Eu só pensava que tinha que vencer, e venci”, contou Nelson Merlo, que vibrou muito após a bandeirada. “Esta vitória me deixou muito orgulhoso. Não desisti em nenhum momento, mesmo quando tive a quebra. E vou ser sempre assim. Eu acho que a gente deve terei sempre uma atitude vencedora, mesmo quando não for campeão”, ensinou o campeão.
Os dez primeiros na 11ª e última etapa do Campeonato Paulista da Fórmula São Paulo foram:
1) Nelson Merlo Neto, 18 voltas, 31min42s00;
2) Renan Pizii, a 0s163;
3) Igor Buchler, a 0s621;
4) Fernando Galera, a 16s866;
5) Humberto Donato, a 19s038;
6) Rodrigo Amaral, a 30s240;
7) Jorge Rosseli, a 1min00s383;
8) Douglas Oi, a 1min00s424;
9) Charles Gruenberg, a 1min44s662;
10) Carlos Iaconelli, a 3 voltas.