O tradicional GP de Macau, considerado o Mundial de Fórmula 3, será realizado no próximo domingo (20/11) na antiga colônia portuguesa encravada na China, com a participação de pilotos de mais de 20 países, sendo quatro brasileiros: João Paulo de Oliveira, atual campeão japonês de Fórmula 3, Lucas Di Grassi, terceiro colocado no campeonato europeu, Fábio Carbone, que desenvolveu o chassi francês SLC no certame europeu, e Bruno Senna, sobrinho de Ayrton Senna, que fez um bom ano de estréia na Inglaterra.
Com 51 edições já realizadas, esta prova é batizada como a mais difícil do calendário internacional da Fórmula 3, não só pelo desafio do circuito de ruas, estreito, com 20 curvas e alguns penhascos nas laterais, mas pelo investimento das fábricas de chassi e motores. Com praticamente a totalidade dos concorrentes utilizando o chassi italiano Dallara, resta a briga entre os motores, com gigantes da indústria automobilística apostando na mídia que esta competição de final de temporada pode proporcionar.
A francesa Renault, as alemãs Opel e Mercedes, e as japonesas Nissan, Honda e Toyota jogam todas as suas fichas em determinadas equipes. O brasileiro João Paulo de Oliveira vai fazer a sua última participação na categoria como representante oficial da Toyota. “Estamos muito otimistas para esta prova. Testamos no Japão e estamos indo com algumas configurações que talvez permitam que a Toyota volte a manter o domínio que já teve nesta competição”, acredita o brasileiro que conquistou o maior número de vitórias no exterior nos últimos três anos. A primeira vitória da Toyota em Macau veio através de Ayrton Senna em 1983. Em 87 foi a vez do irlandês Martin Donnelly, em 92 com o sueco Richard Rydell, e em 98 e 99 a Tom’s Toyota dominou com os ingleses Peter Drumbreck e Darren Manning, respectivamente.
Dos 20 pilotos de Fórmula 1 da temporada de 2005, 16 já participaram do GP de Macau, entre eles quatro vencedores: Michael Schumacher (90), David Coulthard (91), Ralf Schumacher (95) e Takuma Sato (2001). O primeiro brasileiro a competir e vencer esta prova foi Roberto Pupo Moreno, em 1982, quando foi disputada pela última vez com carros da Fórmula Atlantic. No ano seguinte, Ayrton Senna foi o primeiro vencedor com Fórmula 3. A última vitória do Brasil veio a exatos 20 anos atrás, com Maurício Gugelmin. “Estou pronto para brigar pela vitória. Sei que esta prova é desafiadora, pois não basta só ter um bom equipamento. São tantas dificuldades, como as ondulações, curvas estreitas e poucos pontos de ultrapassagem, que você tem que contar com uma certa dose de sorte também, para não ser envolvido em acidentes. Estou confiante de que vou encerrar a temporada muito bem”, confia João Paulo.
No ano passado o brasileiro Lucas Di Grassi foi o melhor brasileiro e o melhor com motor Renault, ao terminar a prova como terceiro colocado> O paulista confere ao resultado na prestigiosa corrida do Oriente um grande peso na renovação de seu contrato no Renault Driver Development Program, a iniciativa da equipe de F1 francesa para apoiar jovens talentos. Nos últimos três anos, os pilotos e equipes franceses vêm dominando a prova.
A programação para o 52º Grande Prêmio de Macau tem início com treinos livres na quinta-feira, classificação na sexta-feira, e uma prova classificatória no sábado, em 10 voltas nos 6.200 metros do Circuito da Guia, e a final de 15 voltas no domingo.