Que o Brasil é um celeiro de excelentes jogadores de futebol o mundo inteiro sabe. Mas os talentos não se restringem ao esporte dos gramados. Atletas de várias modalidades vêm conquistando títulos importantes no cenário internacional. Como mostra disso temos a ginástica olímpica, taekwondo, vela, judô, vôlei…
Falando em automobilismo, terceiro esporte mais popular no país conforme pesquisas de vários institutos, a tradição é antiga e expressiva. Daqui saíram pilotos que conquistaram dezenas de importantíssimos títulos nas pistas do mundo inteiro. Nomes de sucesso que são reverenciados em todos os continentes. Emerson Fittipaldi abriu o caminho, e logo, entre outros, Piquet, Senna e Barrichello marcaram a F1. Acompanhando a trilha do mesmo Emerson, vários talentos como Gil de Ferran, Tony Kanaan, Hélio Castroneves e o expoente Vitor Meira, vêm deixando a marca da qualidade dos pilotos brasileiros no automobilismo americano. E isso tem provocado uma grande questão entre os pilotos do Tio Sam. A pergunta é: Por que os brasileiros são tão eficientes e conquistam tantas vitórias e títulos? Como é a escola deles?
Para acabar com a dúvida, dois pilotos americanos, Randy Mckee, 38 anos, e Dominic Scheer, 16, estiveram em Brasília participando de uma seção de testes com um Fórmula Renault da equipe NasrCastroneves, conhecida nos Estados Unidos por seus resultados no Campeonato Sul-americano de Fórmula 3, e pelo nome de um de seus sócios, o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis Hélio Castroneves.
Randy Mckee foi vice-campeão americano da Shifter 125, categoria de kart com marcha, e Dominic Scheer, é o atual campeão da Easy Kart North América, categoria com motor Parilla 125, embreagem centrifuga, partida elétrica e refrigeração a água. É a categoria de acesso para a Fórmula BMW nos EUA.
Os testes fizeram parte de um programa de prêmios oferecido pela MG Tires North América pelos títulos conquistados nos campeonatos de kart. A escolha do Brasil foi dos pilotos, que estão interessados em inverter o sentido que os brasileiros adotam saindo do Brasil para a América e Europa, e virem disputar o Campeonato Sul-americano de Fórmula 3 em 2006.
A aproximação com a NasrCastroneves foi promovida pelo ex-piloto brasiliense Wagner Rossi, empresário que está de volta ao Brasil depois de longa temporada residindo em Miami à frente dos negócios da MG Tires. Rossi providenciou o contato com Samir Nasr, diretor da equipe, a pedido do empresário de Randy e Dominic, Ângelo Vega, amigo de infância e gestor dos negócios de Juan Pablo Montoya.
Depois de várias voltas no circuito, Dominic revelou que ficou muito satisfeito e vai fazer de tudo para correr no Brasil. “Quero aprender com os pilotos e com a equipe brasileira para ser campeão. Depois volto para correr e ser campeão da Fórmula Indy.”
Randy, do alto dos seus 38 anos, não fala em carreira, mas não escondeu o prazer em testar numa equipe brasileira e a vontade de correr aqui. “Foi muito bom e não vou esquecer nunca mais. Já não sou tão jovem para falar em futuro no automobilismo, mas gosto muito de correr e esse foi um momento especial para mim. Quem sabe possa correr no campeonato de F3?”
Segundo Samir os dois deixaram boa impressão para a equipe. “Eles levam jeito, principalmente o Dominic por ser mais novo, mas só dá para pensar no que fazer depois que eles decidirem se virão mesmo. Espero que isso aconteça. Vai ser bom para a imagem da F3 Sul-americana lá nos Estados Unidos. Isso pode contribuir muito com a categoria.”
Wagner Rossi afirmou que pretende incentivar pilotos a virem para o automobilismo sul-americano correndo com equipes brasileiras. “Conheço muito pilotos por lá e agora que estou de volta, quero ajudar trazendo o pessoal pra cá. Vamos ver se conseguimos.”