Por Guilherme Cardoso
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– Acontece. Vida de piloto é assim. Só agradeço por não ter acontecido nada mais grave. Mas não me arrependo de nada.
É com essa frase que o piloto Pedro Piquet, de 17 anos, resumiu o acidente impressionante sofrido durante a etapa de Goiânia (GO), da Porsche GT3 Cup, no dia 20 de setembro. Menos de um mês depois, ele está de volta a um carro, dessa vez, para prova da Fórmula 3 Brasil, em Curitiba (PR), hoje.
Ver as imagens das nove capotagens após um toque involuntário de um outro piloto impressiona. Mais inacreditável ainda é pensar que o jovem não sofreu nada grave, tendo “apenas” uma fratura na mão esquerda e escoriações.
– Quebrei um osso da mão, nada demais. Fiquei com uma tala por um tempo. A mão ficou um pouco dura, o que é normal. Então, fiz fisioterapia durante duas semanas para pegar força – explicou o piloto ao site do LANCE!/F1Mania.
Já com o bicampeonato da categoria nacional garantido, Pedro, da equipe Cesário, parece ter superado as dificuldades ao voltar para um carro de automobilismo após o acidente. A contusão na mão ainda incomoda. Mesmo assim, ele venceu a primeira prova do fim de semana, ontem.
– Está tudo legal. A mão ainda está um pouco dolorida, mas nada que tem me prejudicado. É voltar a pegar confiança, já que fiquei alguns dias sem pilotar – avaliou o jovem.
O piloto correrá em Curitiba com o capacete com a pintura que era usada por seu pai, Nelson. Para 2016, vai disputar a Fórmula 3 Europeia, e alguns testes serão neste ano. E o acidente? Isso já está no passado.
Confira um bate-bola exclusivo com Pedro Piquet:
‘Fiquei impressionado. Não sabia o que tinha acontecido’
Você chegou a ver o acidente?
Pedro Piquet: Vi quando estava no hospital, fiquei impressionado. Não sabia o que tinha acontecido, porque desmaiei na hora. Fui ver depois. Não tem como não ficar impressionado, muita gente ficou chocada. Mas acontece.
Seu pai até entrou na pista para ver o atendimento. O que ele conversou com você depois?
PP: Todo pai fica preocupado. Depois que viu eu reclamar da mão dentro da ambulância, ficou mais tranquilo. Ele perguntou se eu estava bem, e disse que a mão arrumava facilmente.
Ficou preocupado ao voltar a um carro neste fim de semana?
PP: Não. Eu só estava preocupado com a mão, se ia doer muito, se iria me atrapalhar para pilotar. Mas após os treinos, vi que ela aguenta.
Você conquistou o bicampeonato da Fórmula 3 neste ano. Como analisa essa temporada?
PP: Foi até melhor do que ano passado (venceu 11, de 13 corridas). Fomos campeões na estreia e segundo ano. Aprendi bastante na categoria.