Fórmula 4 Brasil é o “melhor dos mundos” para os jovens com destino à Fórmula 1

Categoria de base nacional traz pontos na superlicença para a F1, carros atualizados e bom custo-benefício para formar jovens pilotos com destino à Europa

A Fórmula 4 Brasil fará sua estreia em 2022. Essa é a grande novidade do ano para nós, apaixonados por esporte a motor, com o sonho de voltar a ter um brasileiro na Fórmula 1. Talvez pareça um tanto exagerado, mas eu vou mostrar que não.

A Fórmula 4 Brasil chega com uma proposta que, no primeiro olhar, parece antiga. Dar suporte aos jovens pilotos para que progridam em sua carreira nos monopostos. O objetivo deles, claro, é chegar na F1. E em 2022 serão 16 jovens “bom de braço”.

Recordando, o Brasil por muitos anos ficou sem uma categoria de base. A Fórmula Renault 2.0 Brasil durou de 2002 até 2006 e viu grandes campeões. Sergio Jimenez em 2002, Allam Khodair em 2003 e Felipe Lapenna em 2006. Todos atualmente são pilotos da Stock Car Pro Series.

Após um longo hiato, Felipe Massa foi o idealizador da Fórmula Futuro – patrocinada pela FIAT e com o aval da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) – que, sem apoio financeiro, teve apenas duas temporadas (2010 e 2011).

F4 Brasil
Foto: Duda Bairros/ Vicar

A Fórmula 3 Brasil e a Fórmula 3 Sul-Americana não tinham força para formar pilotos e usavam, até o fim dos seus dias (a F3 Brasil em 2017 e a Sul-Americana em 2013), o chassi Dallara F309, de 2009.

Além da falta de relevância para formar um piloto com destino a Europa, grids pequenos, as categorias de base nunca tiveram um apelo e importância tão grande: doze pontos para a superlicença. Criada em 1984, a superlicença passou a exigir, a partir de 2016, um mínimo de 40 pontos para que o piloto possa competir na Fórmula 1. Os doze pontos da F4 Brasil, são os mesmos pontos que a F4 distribui em suas categorias FIA ao redor do mundo. Além disso, o carro também é o mesmo. O Tatuus F4-T021.

F4 Brasil
Foto: Duda Bairros/ Vicar

Então vamos lá! Pontos na superlicença, carros atualizados, competitividade, mas e a grana? Aproximadamente 100 mil dólares. Claro, não é barato sonhar. Mas é mais barato que uma F4 lá fora, com a possibilidade de morar no Brasil e gastar em real.

O F1Mania.net estava presente no draft realizado pela categoria no Autódromo de Interlagos, para o sorteio dos pilotos e respectivas equipes, e conversou com personagens importantes para a realização da F4 Brasil.

O “melhor dos mundos”, diz Regi Leme

“Faltava uma categoria de Fórmula monoposto para formar piloto. Agora, quando se ouve que o [Fernando] Julianelli e o Lincon [Oliveira] conseguiram pontuação de 12 pontos FIA para a superlicença, eu falei: é o melhor dos mundos”, disse o especialista em Fórmula 1 Reginaldo Leme.

F4 Brasil
Foto: Duda Bairros/ Vicar

Julianelli, CEO da Vicar (organizadora da Stock Car e também da F4 Brasil), destacou a importância da F4 Brasil na formação dos jovens pilotos, que em breve terão que embarcar para a Europa. “Estamos super felizes porque hoje foi dado mais um passo em direção ao sucesso da Fórmula 4. A gente pensou muito em como fazer, com todo carinho do mundo e vocês vão ver que tudo, qualquer evento que a gente faça ligado a Fórmula 4, tem um pensamento por trás, tem uma estratégia por trás que é fazer com que esses garotos, essa garota que está no grid, tenham mais chance de ir para a Europa mais preparados do que se eles estivessem simplesmente saído do kart e indo direto para lá.”

O lema é “pé no chão e pé na tábua”!

A frase acima, claro, não está correta. “Fé em Deus e pé na tábua”, diz o dito popular autoexplicativo. Mas Julianelli tem os pés cravados no chão, consciente do objetivo que é entregar pilotos “mais preparados para o mundo”.

“Está muito claro nosso papel na cadeia do automobilismo. Não estamos pensando em fazer Fórmula 3, Fórmula 2, isso não é para a nossa realidade de país, de automobilismo. Precisamos cuidar desses garotos e garotas nesse estágio de saída do karting, os dois primeiros anos de automobilismo, e aí depois entregar eles mais preparados para o mundo”, disse Julianelli.

“Recomeço para o automobilismo no Brasil”, diz Rubens Barrichello

“É um recomeço para o automobilismo no Brasil. Eu acho que a gente já produziu tantos bons pilotos, que a gente nunca achou que aconteceria esse recesso de piloto brasileiro na Fórmula 1. E o único jeito de realmente voltar a ter é ter uma categoria de base no Brasil”, disse o ex-Ferrari.

F4 Brasil
Foto: Duda Bairros/ Vicar

Barrichello destacou um dos fatores mais importantes da F4 Brasil: a relevância mundial.

“A Vicar, junto a CBA, estão de parabéns por terem realizado isso e por terem proporcionado essa nova chance com um carro que o menino vai sair daqui, vai para a Europa, vai para onde ele for com um carro que vai ser idêntico. Então eu acho que as pessoas envolvidas estão realmente de parabéns”, disse Barrichello com exclusividade para o F1Mania.

A busca pelo sonho vai começar

São 16 jovens divididos em quatro equipes, todas elas com bastante sucesso na Stock Car. A preparação já começou, com a estreia da categoria marcada para 15 de maio, no Velocitta. A F4 Brasil também vai correr em Interlagos, Goiânia e Brasília.

F4 Brasil
Foto: Duda Bairros/ Vicar

A Cavaleiro Sports, que tem Beto Cavaleiro como chefe de equipes, ficou com os pilotos Felipe Barrichello Bartz, João Tesser, Nicolas Giaffone e Vinícius Tessaro. Tessaro é o mais jovem da F4 Brasil, com 15 anos.

A KTF Sports, com Enzo Bortoleto no comando, vai correr com os pilotos Álvaro Yoon Cho, André Novaes, Luan Lopes e Richard Annunziata. Novaes é o mais velho entre os pilotos, com apenas 24 anos.

Fernando Barrichello, Nelson Neto, Pedro Clerot e Ricardo Gracia formam o quarteto da Full Time Sports. Maurício Ferreira comanda a equipe fundada em 2004, que tem Eduardo Bassani como engenheiro.

A equipe chefiada por Thiago Meneghel, a TMG Racing, ficou com a única pilota do grid Aurélia Nobels. Lucas Staico, Lucca Zucchini e Nicholas Monteiro fecham o time.

Confira o calendário da Fórmula 4 Brasil, que correrá sempre junto com a Stock Car:
15/05 – Velocitta, SP
03/07 – Brasília, DF
31/07 – Interlagos, SP
25/09 – Velocitta, SP
23/10 – Goiânia, GO
20/11 – Brasília, DF

 

 

 

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