Nesta quarta-feira (21) o departamento técnico da FIA – Federação Internacional de Automobilismo anunciou o regulamento técnico para mais uma classe de veículos elétricos de competição: a eGT, um conceito que poderá ser utilizado em diversos campeonatos , semelhante ao que acontece nos dias atuais com a classe GT3.
A mobilidade elétrica é vista como o futuro por boa parte do setor automotivo, por isso cresceu nos últimos anos a presença das montadoras nas competições onde é possível explorar essa tecnologia. Assim como novas competições também estão surgindo nos últimos anos além da Fórmula E, como a Extreme E.
O regulamento técnico apresentado para a nova classe conta com uma combinação de inovações para o esporte a motor em termos de desempenho e alcance, onde será possível desenvolver se forma ampla a tecnologia elétrica, e ao mesmo tempo evitar uma escalada nos custos, um dos principais temas em discussão nas mais diversas categorias do automobilismo mundial nos últimos anos.
Seguindo um caminho distinto da Fórmula E e Extreme E, a nova classe será a primeira no esporte motorizado elétrico a não depender de baterias padronizadas. Por meio da parceria com a Saft (empresa especializada em áreas como aeronáutica, programas espaciais, defesa e esportes motorizados), a categoria permitirá que os fabricantes construam suas próprias baterias sob medida com base em células fornecidas pela Saft, que é uma subsidiária da Total.
As células foram projetadas para permitir uma regeneração de pico de 700kW e uma recarga rápida de 700kW que lhes permitirá reabastecer até 60% de sua capacidade em poucos minutos durante um pit stop no meio da corrida. A rede de carregamento será desenvolvida para atender aos requisitos de carregamento rápido e, dependendo do local, incluirá elementos de infraestrutura permanente ou temporária.
“A visão da FIA é fazer do esporte motorizado um laboratório para a mobilidade sustentável. O anúncio desta nova categoria de carros GT elétricos é um marco importante para atender a esse objetivo, pois abrirá o caminho para uma nova bateria e tecnologias de carregamento rápido. Uma ilustração perfeita de nossa abordagem de corrida para a estrada”, explicou Jean Todt, presidente da FIA.
A equipe que desenvolveu o regulamento técnico apresentada nesta quarta feira é liderada pela engenheira Leena Gade (presidente da comissão de GT da FIA). Leena destacou alguns detalhes de como foi feito o desenvolvimento dessa nova classe.
“O mercado de supercarros elétricos de alto desempenho está em constante ascensão, portanto, era necessária uma plataforma para permitir que os fabricantes desenvolvam e exibam sua tecnologia. A criação desses regulamentos técnicos foi fundamental projeto para a Comissão GT da FIA nos últimos dezoito meses.”
“Mantivemos discussões regulares com os fabricantes de GT por meio de nossos grupos de trabalho técnicos e há um grande interesse nesta nova categoria. Ela também amplia o portfólio de GT da FIA, coexistindo com GT3, que permanecerá o foco do mercado de corrida de clientes em todo o mundo por enquanto”, explicou Leena Gade.
A Classe GT3 é a que mais se aproxima das versões comerciais dos automóveis de competição, e por isso, é importante esse novo passo dado pela FIA, que nos próximos meses, deve dar detalhes sobre possíveis competições envolvendo a nova classe de carros elétricos.