Xandinho Negrão não conseguiu completar a corrida de estréia da Fórmula GP2, categoria que – ainda sem resolver várias questões técnicas que a acompanham desde a pré-temporada – está substituindo a Fórmula 3000 como principal categoria de acesso à Fórmula 1 a partir deste ano. Com problemas nos freios, parou logo na quarta volta na prova de abertura do campeonato, neste sábado em Ímola, enquanto seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet passou pelo mesmo já no finalzinho, no momento em que se esforçava para alcançar o grupo dos 10 primeiros. O vencedor foi o finlandês Heikki Kovalainen, da Arden International, que subiu ao pódio junto com o argentino Jose Maria Lopez (DAMS) e o norte-americano Scott Speed (iSport).
Mesmo depois de 10 treinos coletivos, a Fórmula GP2 ainda não encontrou uma solução para a constante quebra de componentes. Nos treinos da véspera, grande parte dos carros foi abatida pela pane elétrica decorrente do inadequado posicionamento da caixa de fusíveis, localizada muito próximo do escapamento. Na noite de ontem, os organizadores decidiram mudar o processo da largada com receio de quebras provocadas pelo superaquecimento dos motores. Por isso, os carros saíram em movimento e em fila indiana. Mas as dificuldades persistiram ao longo de toda a prova.
“Quando entrei na Acqua Minerale, já senti que os freios estavam muito baixos. Na curva seguinte, não houve jeito de segurar o carro, mesmo com o pé no fundo. Ainda dei sorte de rodar e não bater em nada”, comentou Xandinho, desapontado com a curta experiência inicial. O abandono não foi o único prejuízo: na tentativa de fazer o carro voltar, a primeira marcha não entrou e o motor superaqueceu. A equipe ainda estudava a possibilidade de troca para a prova de amanhã.
O diretor-técnico Felipe Vargas não se surpreendeu com o colapso do sistema de freios, que acabou atingindo carros de outras equipes. “As pinças foram projetadas para suportar temperaturas de no máximo 200 graus. Mas elas estão passando dos 300”, explicou. Xandinho, de qualquer forma, ainda tem uma nova chance de recuperação em Ímola. A prova de domingo será bem mais curta – apenas 80 quilômetros de duração contra os 180 de hoje -, mas Xandinho nem poderá se beneficiar de uma das novidades do regulamento. Os oito primeiros de hoje sairão com as posições invertidas. Assim, Kovalainen será o 8º no grid, enquanto seu compatriota Nico Rosberg, 8º na bandeirada final da primeira corrida, partirá na pole. A outra tentativa de apresentar algo novo parece já condenada pelas equipes: apenas três carros trocaram pneus nas paradas nos boxes, enquanto os demais usaram apenas o jogo original por toda a prova.
O resultado da corrida foi este:
1 – Heikki Kovalainen, Finlândia (Arden International), 37 voltas em 1h02min15s934 (175,651 km/h)
2 – Jose Maria Lopez, Argentina (DAMS), a 6s802
3 – Scott Speed, EUA (iSport International), a 17s742
4 – Gianmaria Bruni, Itália (Coloni Motorsport), a 18s438
5 – Adam Carroll, Inglaterra (Super Nova International), a 21s571
6 – Neel Jani, Suíça (Racing Engineering), a 43s007
7 – Alexandre Premat, França (ART Grand Prix), a 46s919
8 – Nico Rosberg, Finlândia (ART Grand Prix), a 48s672
9 – Oliver Pla, França (DPR), a 56s079
10 – Ernesto Viso, Venezuela (BCN Competition), a 1min21s028
14 – Nelsinho Piquet, Brasil (Hitech Piquet Sports), a 1 volta
Melhor volta: Ernesto Viso, em 1min35s257 (186,430 km/h)