F2
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11 de dezembro de 2017 14:06

Sette Câmara espera ser competitivo na F2, para conseguir vaga na Fórmula 1

Piloto brasileiro acompanhou a decisão da Stock Car em Interlagos, deu entrevista exclusiva para a F1 Mania.

Com a aposentadoria de Felipe Massa, em 2018 não teremos brasileiro na Fórmula 1, fato que não acontece desde a década de 1970. Entretanto, temos alguns pilotos brasileiros que estão perto de brigar por uma vaga a partir da temporada de 2019, um deles é Sérgio Sette Câmara, que no ano que vem vai para a sua segunda temporada da Fórmula 2, desta vez por uma das principais equipes, a Carlin.

O piloto de 19 anos estreou na principal categoria de acesso da Fórmula 1 nesta temporada. E em uma temporada de estreia, onde não se conhece o carro e compete em uma equipe que não é competitiva, é natural que o ano seja de altos e baixos e foi o que aconteceu com Sette Câmara, principalmente no primeiro semestre.

Após as férias de verão da temporada, o mineiro venceu em Spa-Francochamps e conquistou um pódio em Monza, resultados que chamaram a atenção de grandes equipes, entre elas a tradicional Carlin, que já revelou muitos pilotos para a Fórmula 1, entre eles, Felipe Nasr.

Em um bate papo exclusivo com a F1 Mania no Autódromo de Interlagos, o mineiro falou um pouco sobre as expectativas da próxima temporada e rasgou elogios à Stock Car, onde assistiu a decisão conquistada por Daniel Serra, neste último domingo.

O que espera da temporada de 2018:
 Espero resultados positivos, andando constantemente entre os primeiros, e quem sabe disputando pódios, ou vitórias, quero ser competitivo. Essa temporada de início, quando a gente se depara com um carro novo, sai na frente, quem consegue ser inteligente e quem consegue detectar o que realmente importa no acerto. Então a gente quer estar nessa posição, eu quero estar bem alerta para sabe em que direção o carro tem que ir. A gente tem tudo para estar competitivo, a Carlin tem engenheiros fortes, uma equipe que investe em desenvolvimento, temos tudo para começar o ano na frente e a equipe que fizer isso, vai dominar.

Mudanças no carro da Fórmula 2:
– Em termos de potência, eu acho que o carro da F2 vai ficar a mesma coisa, mas se ficar mais rápido é melhor, obviamente. Mas acho difícil, pois até os pneus serão da mesma dimensão. O carro ficará mais parecido esteticamente com um Fórmula 1, vai ter o Halo, asas mais agressivas e deve melhorar um pouco na aerodinâmica. Eu acho que a categoria deveria ser o mais parecido possível com a F1, pelo menos os pneus deveriam ser iguais, como era na época do Bernie (Ecclestone). A Fórmula 2 deveria ser uma Fórmula 1 B.

Ingresso na Fórmula 1:
– Meu objetivo é entrar na Fórmula 1. A gente quer entrar por entrar e buscar o nosso caminho lá dentro, mesmo que eu entre em qualquer equipe. Meu sonho não é só entrar, e sim permanecer lá. Quando um piloto é muito cobiçado, como foi o caso do (Max) Verstappen, que tinha diversos caminhos para escolher, é diferente. Aconteceu isso comigo esse ano na F2, tinham vários convites de equipes grandes e pude escolher o melhor caminho. E mesmo que eu tenha uma temporada excepcional na F2 ano que vem, acredito que eu vou entrar na F1 na vaga que me abrir, pois tem muitos pilotos fortes e pouquíssimas vagas na categoria.

O fato de entrar em uma equipe pequena e não conseguir uma sequência, como o caso de Pascal Wehrlein:
– O caso do Wehrlein foi um pouco estranho, ele tinha mostrado muito serviço na Manor, mais até que o Ocon ano passado, e aí a Mercedes optou pelo o Ocon na Force India e não ele. Me falaram que esta opção foi pelo fato de o Ocon, como pessoa fora das pistas, ser uma pessoa mais interessante para a equipe, um cara boa praça. Pra mim, se realmente o Wehrlein fosse um garoto prodígio, ou protegido pela Mercedes, ele deveria estar em uma Force India e não o Ocon. E como ele ficou na Sauber, acontece o que aconteceu, com o Wehrlein, com o Nasr, por exemplo. Não dá pra ficar muito tempo andando mal, até o piloto perde a própria referência.

Caminhos a seguir, caso não consiga entrar na Fórmula 1:
– Eu nunca pensei em ir para os Estados Unidos, pode ser que eu até mude de ideia no futuro, me dá um pouco de preguiça pensar nisso agora. Meu objetivo é ficar na Europa, eu gosto do mundo do automobilismo europeu. Se eu não chegar à Fórmula 1, eu gostaria de ir para a Fórmula E, que é uma categoria muito legal , ou também uma WEC, não sei. Mas caso eu não consiga nada que esteja em meus planos iniciais, eu estarei aberto para qualquer coisa, até mesmo fora do automobilismo europeu. Eu não quero ficar preso a uma única hipótese, eu apenas quero fazer o que eu gosto.

Stock Car está nos planos:
– A Stock Car pra mim é uma das categorias mais competitivas, tem muitos pilotos bons. Não é um carro que exija tanto esforço físico, então você consegue competir em alto nível por muitos anos. O nível da Stock Car é muito elevado, eu acho uma categoria interessante, onde cada vez está mais valorizada, não só no Brasil, mas também internacionalmente. Eu converso com outros pilotos estrangeiros e eles falam: “Se um dia você correr de Stock, você tem que me chamar para a Corrida de Duplas”; eles realmente acham o máximo a Stock. Pra mim a categoria seria uma opção mais válida do que até a própria WEC, pois ficar dividindo o carro com outros três pilotos, eu não acho muito legal. O carro lá tem que ser muito interessante para eu gostar, pois o estilo Endurance, eu não curto muito, eu preferiria a Stock Car.

A temporada 2018 da Fórmula 2, começa em abril, no Bahrein.

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