O ar rarefeito, a temperatura elevada, um circuito desconhecido e um chassi ainda em desenvolvimento são os desafios que aguardam o paranaense Ricardo Zonta na Cidade do México, para onde ele embarcou nesta terça-feira (15), para disputar a terceira das 14 etapas da Grand-Am, categoria norte-americana especializada em corridas de longa duração. A prova deste sábado (19), como é comum no campeonato, vai percorrer um total de 400 km num período de 2h45, o que representa a multiplicação de todos os fatores que normalmente dificultam o trabalho dos pilotos no México.
Mas nada que tire o otimismo de Ricardo Zonta. Depois de alguns problemas aerodinâmicos na etapa anterior, em Homestead, nos Estados Unidos, agora ele acredita que o conjunto Lola Pontiac deve ser mais competitivo. “Eu acredito que a corrida da Cidade do México será bem melhor para nós. Em pistas como esta e a da Virgínia, onde serão disputadas as próximas duas etapas, esperamos uma boa performance. Na etapa passada, trabalhamos bastante na aerodinâmica, tentando melhorar. Acho que tudo parece positivo para o fim de semana”, analisa.
Esta será a primeira corrida de Ricardo Zonta no tradicional Autódromo Hermanos Rodriguez, que recebeu a Fórmula 1 até 1992, além de outras categorias como NASCAR, Champ Car World Series e A1GP mais recentemente. Apesar de ser um circuito bastante técnico, com curvas desafiadoras como a Peraltada – um contorno em alta velocidade antes da reta principal, o brasileiro acredita que não há segredos para se adaptar ao traçado. “Eu vi o desenho da pista e analisei a telemetria do ano passado. Acho que o jeito de aprender é caminhar pela pista na véspera dos treinos”, revela.
A cidade, que fica 2.400 metros acima do nível do mar, naturalmente dificulta as atividades esportivas, em razão da baixa concentração de oxigênio. O que em outros esportes atrapalha apenas o atleta, no automobilismo traz prejuízos ao motor, que perde potência. As equipes que conseguem compensar esta perda de alguma forma costumam levar vantagem. E neste sentido Ricardo Zonta pode ficar tranqüilo. A equipe dele, a Krohn Racing, chegou em segundo lugar na corrida por dois anos consecutivos, além de registrar a pole position em 2007.
A estrutura da Krohn Racing e o crescimento da Grand-Am oferecem um grau extra de motivação ao piloto brasileiro, que disputará todas as etapas do calendário, alternando-se entre as pistas norte-americanas e a Stock Car no Brasil, onde corre pela Panasonic Racing. “Eu estou realmente motivado com a Grand-Am. Tem muita coisa acontecendo. Os tempos são muito próximos, tanto nos treinos como nas corridas, o que sempre deixa o piloto extremamente animado”, conta. A corrida deste sábado será disputada às 18h15 no horário brasileiro.