Carrapatoso volta aos karts e mostra que não perdeu a sua majestade

Campeão mundial de kart em 1998, o brasileiro Ruben Carrapatoso deixou claro, nesta sexta-feira, que não perdeu a majestade. De acordo com a cronometragem da fábrica Intrepid, o piloto brasileiro, que também disputa o Campeonato Italiano de Fórmula Renault pela equipe Surya-Pan/SV Labs, ficou entre os três mais rápidos do primeiro dia da etapa inaugural do Campeonato Europeu de Fórmula A, na França. Carrapatoso cobriu os 1.255 metros do circuito de Angerville em 49s20 e ficou a 11 centésimos de segundo do mais rápido, o holandês Randy Bakker, da poderosa equipe Tony Kart, que virou em 49s09, média de 92,035 km/hora.

Apesar da reconhecida competitividade de Carrapatoso, seu resultado chegou a surpreender por dois motivos: além de ter a F-Renault como principal atividade, esta foi a primeira vez que ele andou no circuito francês. “É uma pista que exige um chassi superbem acertado e muita suavidade no volante e no acelerador”, analisou ele. “Das 16 curvas, duas são lentas, algumas de média velocidade e a maioria de alta”, analisou Carrapatoso, que está satisfeito com seu chassi Intrepid e o motor Maxter, mas admite preocupação com os pneus Vega.

Contratado como principal piloto oficial da recém-criada fábrica italiana Intrepid, Carrapatoso acha que os pneus serão definitivos nos resultados. “Quando estão novos, os Vega acompanham os Bridgestone, mas quando se desgastam perdem dois décimos de segundo. Agora que não existe mais a categoria Super A, todo mundo veio para a F-A, e um centésimo de segundo faz diferença”, comentou ele, que espera o segundo dia com ansiedade. “Hoje foram treinos livres, e nenhuma fábrica libera os melhores pneus antes das tomadas de tempo e das baterias de classificação. Até o sábado, ninguém sabe se é a Bridgestone, a Vega ou a Dunlop que está na frente. O jeito é esperar”.

Mesmo sem chegar ao título, Carrapatoso tem boas memórias do Campeonato Europeu. No ano 2.000, ele venceu a etapa de Val d’Argenton com um kart Mini, fabricado em São Paulo, e se tornou o único piloto a vencer na Europa com um chassi brasileiro. “Mas isso é passado. Agora, eu quero vencer, e tenho um motivo especial: superar o Gastão Fráguas, que foi campeão mundial e vice europeu em 95. O título mundial eu tenho desde 98, mas no Europeu nunca fui além do sétimo lugar”, afirma Carrapatoso. Explica-se: desde o começo deste ano, a carreira de Carrapatoso é dirigida pela GP Management, empresa fundada por Fráguas e Patrick Lotfi, outro sobrenome famoso no kartismo brasileiro. “É a única maneira de fazê-lo parar de me gozar”, diz Carrapatoso.