Depois de subir ao pódio e levantar a taça de campeão na terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade em Cascavel (PR), o piloto Willian Pontes, da categoria 250cc, está cheio de expectativas para a quarta etapa que será realizada este fim de semana (5 e 6 de junho) no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Além da 250, mais três categorias entrarão na pista: 125 4 Tempos, 500 cilindradas e Supersport. O evento tem entrada gratuita para o público.
Willian Pontes, 29 anos, ganha a vida como motoboy nas ruas de Brasília onde entrega pamonhas. Trabalha todos os dias das 18h até a meia-noite, roda em torno de 150 quilômetros diariamente e recebe cerca de R$ 500 por mês. “É um salário mínimo fixo e mais o que ganho pelas entregas”, conta o brasiliense que cobra entre R$ 1,60 e R$ 15 por saída. Com este dinheiro sustenta a mulher Elbia e o filho Vinicius (6 anos), além de se virar para enfrentar os concorrentes nas pistas.
Motos e equipamentos de improviso no início da carreira
Hoje “Pamonha”, como é conhecido, tem uma moto especialmente preparada para as corridas – está em 5º lugar na classificação geral do campeonato brasileiro na categoria 250cc – mas já houve um tempo em que a mesma moto utilizada nas ruas ía para a pista e, o melhor, batia os concorrentes. “Chegava nos boxes, desmontava a motocicleta inteira, tirava os retrovisores, preparava e ía para a corrida. O número (13) era escrito a caneta num pedaço de papelão e amarrado na moto”, relembra o piloto. “Depois, era só montar tudo de novo e voltar para o trabalho”.
Essa rotina marcou toda a temporada 2000, quando ele iniciou no motociclismo em Brasília. E não era apenas a moto que era improvisada; os equipamentos de segurança também. “Eu tinha um capacete daqueles de motoboy (bem diferente dos que são utilizados em corridas), andava com calça de brim bege e jaqueta de motoqueiro. Como não tinha dinheiro para comprar a joelheira e cotoveleira, fiz uma com cano de PVC moldado no fogo. Usei isso durante um ano inteiro”.
Mas as dificuldades foram caindo na mesma proporção com que os adversários eram ultrapassados na pista e as condições melhorando. “Conseguia um patrocínio aqui, uma ajuda ali. Conforme a gente mostra serviço as pessoas passam a acreditar”, diz Pamonha, que em 2002 ganhou o Campeonato Brasileiro da 125 cc e em 2003 ficou com a segunda colocação na mesma categoria.
Em São Paulo, Willian Pontes espera que a classe dos motoboys se una para torcer por ele. Se for atendido, receberá um tremendo apoio, já que aproximadamente 220 mil motoboys circulam diariamente pelas ruas da cidade. “Aí tem motoboy demais, seria muito bom contar com o apoio deles”, declarou o piloto, que comprou sua moto em 18 parcelas de R$ 500 e usou o prêmio de R$ 400 pela vitória em Cascavel, na última etapa do Brasileiro, mês passado, para honrar o primeiro pagamento.
Pamonha pode terminar a etapa de São Paulo como líder do Campeonato Brasileiro na categoria se conseguir nova vitória. Hoje, o primeiro colocado é o paulista João Nivaldo Girão. Nas demais categorias, os líderes são: Gilson Pessoa Filho (125cc 4 tempos), Alecsandre di Brieda (500cc) e Gílson Scudeler, na categoria Supersport.
A prova é organizada ela CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo)
Campeonato Brasileiro de Motovelocidade – quarta etapa, em São Paulo
Local:
Autódromo Internacional de Interlagos
Ingressos:
Gratuitos e podem ser retirados nas concessionárias Honda
Programação:
Sábado (5/06)
Treinos livres
125cc – 9h10 às 9h30 e 11h15 às 11h35
250cc – 9h40 às 10h e 11h45 às 12h05
500cc – 10h10 às 10h30 e 12h15 às 12h35
Supersport – 10h40 às 11h05 e 12h45 às 13h10
Treinos cronometrados
125cc – 14h às 14h30
250cc – 14h40 às 15h10
500cc – 15h20 às 15h50
Supersport – 16h às 16h30
Domingo (6/06)
Warm up
125cc – 9h00 às 9h15
250cc – 9h25 às 9h40
500cc – 9h50 às 10h05
Supersport – 9h15 às 10h30
Corridas
125cc – 12h00
250cc – 13h15
500cc – 14h30
Supersport – 15h45
O Campeonato Brasileiro de Motovelocidade tem patrocínio da Honda e Mobil e co-patrocínio de Expresso Joaçaba e Pirelli.