Organizadores se manifestam após acidente tirar vida de dois pilotos na Moto1000GP

A fim de esclarecer alguns fatos a respeito do trágico acidente que vitimou os pilotos Érico Veríssimo da Rocha e André Veríssimo Cardoso na tarde de domingo (27), durante a quarta etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, a organização do Moto1000GP manifestou-se na tarde desta segunda-feira (28) para um grupo de jornalistas em Cascavel. A íntegra desta declaração você confere a seguir:

O que eu, Gilson Scudeler (CEO do Moto1000GP) considero mais importante é ressaltar que nós seguimos todos os padrões de segurança. A parte médica, a qualificação dos pilotos e até questões contratuais seguem o padrão internacional estabelecido pela Federação Internacional de Motociclismo. O evento conta com membros da FIM em todas as provas, que nos acompanham e, junto com a organização, verificam todas essas questões.

Nós fazemos tudo o que é possível para minimizar um acidente. É uma preocupação minha porque eu também fui piloto. Eu tenho mais de 30 anos de carreira, tenho mais de oito títulos no Brasil e fora do Brasil. Uma das premissas do Moto1000GP é a segurança. Desde que eu iniciei o campeonato, em 2011 (a primeira fase foi de 2011 até 2015) os padrões que eu seguia eram para dar segurança e conforto para todos os pilotos. Essa é a primeira coisa que é importante todos entenderem. É um acidente realmente muito grave, tudo que podia ser feito para que esses pilotos tivessem em vida hoje, foi feito. Infelizmente os ferimentos foram gravíssimos e eles não resistiram. Para nós, que vivemos o motociclismo, é muito difícil quando você tem um acidente nessa proporção e você não tem o que fazer.

A inscrição dos pilotos segue uma avaliação curricular e uma quantidade máxima de pilotos em pista também é levada em consideração para a admissão. Os nossos procedimentos de segurança seguem padrões internacionais. Realizamos vistorias prévias em todos os equipamentos dos pilotos e na motocicleta, a fim de prevenir acidentes em pista.

Em relação ao circuito, são realizadas vistorias prévias a fim de adequá-los para provas de motovelocidade. Cascavel, em particular, conta com um recente recapeamento, com um dos melhores asfaltos dos circuitos brasileiros. Conta também com zebras desenvolvidas especialmente para motocicletas, seguindo o padrão internacional proposto pela FIM.

Seguindo as medidas de segurança, o Moto1000GP mantém em seu staff um chefe-médico que acompanha todas as provas do campeonato, mantendo um padrão de atendimento. Ele também fiscaliza a qualidade dos equipamentos e profissionais da saúde contratados para fornecer o suporte completo. Em Cascavel, assim como em todas as etapas realizadas, estavam disponíveis seis unidades de atendimento médicas, sendo elas: ambulatório, medical car, três unidades de UTI avançadas e uma ambulância de suporte básico.

Eu, Marcus Vinícius Oliveira, como diretor de prova, já atuei em quatro etapas da MotoGP, quando foram disputadas no Rio de Janeiro. O que eu posso dizer é que o acidente não tem nada a ver com o circuito. Esse tipo de acidente é o mais grave dentro da motovelocidade. É o único tipo de acidente que nós, enquanto membros e comissário internacionais homologados pelo braço latino-americano da Federação, não conseguimos uma proteção efetiva.

O medical car chegou em 21 segundos. A ambulância chegou 20 segundos depois. O primeiro atendimento, com dois médicos, UTI e equipe especializada demorou 41 segundos. Todas as decisões tomadas seguiram protocolos internacionais de extrema segurança: em primeiro lugar a segurança e em segundo a agilidade.

O que aconteceu é um duro golpe, não temos dúvida disso. Nós trabalhamos com esporte, com regras esportivas, mas, acima de tudo, nós trabalhamos com a vida, que é a nossa prioridade.

Mais uma vez, inteiramos que o Moto1000GP é solidário aos pilotos, familiares e amigos.



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