Nascar: Cindric resiste a ataques no final e vence a Daytona 500

Austin Cindric venceu neste domingo (20) a Daytona 500, corrida que abriu a temporada 2022 da Nascar. O piloto do Ford número 2 da Penske, que fez sua estreia como piloto titular na mais importante categoria do automobilismo americano, foi o quarto piloto que mais liderou voltas no Daytona International Speedway, e se segurou na frente nas duas voltas da prorrogação para vencer pela primeira vez em sua nona corrida na Cup Series.

A segunda posição ficou com Bubba Wallace, piloto de um Toyota da 23XI que terminou a corrida distante apenas 0s036 de Cindric. Chase Briscoe, com um Ford da Stewart-Haas, ficou com a terceira posição, depois de batalhar para não tomar uma volta no segundo segmento, e após rodar no estágio inicial. Ryan Blaney, companheiro de equipe de Cindric, foi o quarto, sendo seguido por Aric Almirola, parceiro de time de Briscoe.

Kyle Busch, mesmo se envolvendo em acidentes ao longo da corrida, levou o Toyota da Joe Gibbs ao sexto lugar, sendo seguido por Michael McDowell, piloto de um Ford da Front Row e vencedor da prova em 2021, foi o sétimo, enquanto David Ragan, com outro Ford, este da Rick Ware, foi o oitavo. Brad Keselowski, que esteve entre os líderes, foi o nono com o Ford da RFK, acabou em nono, logo à frente de Chase Elliott, melhor Chevrolet da prova e piloto da Hendrick.

A corrida transcorreu de forma tranquila, mas contou com alguns acidentes fortes. Ainda no primeiro segmento, Harrison Burton capotou após receber um toque e perder o controle do carro. Outro que sucumbiu após um acidente foi Martin Truex Jr., vencedor dos dois primeiros segmentos da corrida, mesmo sem perder voltas. Uma das atrações da corrida, Jacques Villeneuve terminou a corrida em 22º, em corrida das mais discretas.

A temporada da Nascar terá sequência já no próximo domingo (27), com a disputa da etapa de Fontana, na Califórnia.

Confira como foi a corrida

Segmento 1 – 65 voltas
A Daytona 500 começou com Kyle Larson mantendo a ponta nos metros iniciais, mas logo sendo superado por Brad Keselowski, que se aproveitou do empurrão de Austin Cindric. O piloto do Ford número 6 da RFK se manteve na ponta até a oitava volta, quando Kyle Busch, pela fila de dentro, conseguiu a primeira colocação da prova.

Keselowski retomou a primeira posição logo na volta seguinte, sempre seguido por Cindric. A corrida entrou em uma fila indiana a partir deste momento, completando o grupo dos cinco melhores com Chris Buescher, Michael McDowell e Ricky Stenhouse Jr. A fila foi quebrada a partir da 25ª volta, quando Kyle Busch passou a encabeçar a fila de dentro, tomando a ponta na volta 29.

Na 37ª volta, Greg Biffle abandonou a disputa com problemas em seu carro, enquanto as paradas nos boxes foram abertas no giro seguinte, com os pilotos da Ford fazendo a troca de pneus e o reabastecimento. Os pilotos da Toyota e alguns dos competidores da Chevrolet fizeram o mesmo no giro seguinte. Na volta 40, Jacques Villeneuve rodou ao entrar nos boxes, mas sem bater.

A primeira bandeira amarela da corrida foi acionada na volta 41, com dois incidentes distintos: Kaz Grala viu uma roda de seu carro se soltar, enquanto Austin Cindric empurrou Chase Briscoe, que rodou. A classificação da prova apontava Kyle Busch na liderança, seguido por Joey Logano, Denny Hamlin, Harrison Burton e Christopher Bell.

A relargada veio na volta 46, com Kyle Busch mantendo a liderança da corrida, mesmo pressionado por Logano. Logo, a fila interna passou a prevalecer, mantendo o piloto do Toyota número 18 na liderança. No 50º giro, Larson tocou o carro de Ryan Blaney, que conseguiu evitar a batida. A segunda bandeira amarela veio dois giros depois, após o pneu de Justin Haley se soltar.

Enquanto Haley foi aos boxes para trocar a roda que se soltou, outros pilotos aproveitaram para fazer ajustes nos carros, caso de Briscoe, que se envolveu no acidente da primeira bandeira amarela da corrida. A Daytona 500 recomeçou na volta 57, novamente com Kyle Busch pulando na liderança, seguido por Hamlin e Byron.

Aproveitando um empurrão de Burton, Byron tomou a liderança da corrida na volta 58, sendo superado exatamente pelo novato da Wood Brother na volta seguinte. Pouco depois, na volta 61, Martin Truex Jr. tomou a liderança da corrida, se valendo do melhor desempenho da fila de baixo naquele instante.

A terceira bandeira amarela da prova foi acionada após Burton rodar quando era empurrado por Keselowski, e acertar Byron, que levou consigo Kyle Busch. O novato da Wood Brother capotou, acertando também Hamlin, Bell, Bowman e Chastain. O segmento terminou em bandeira amarela com vitória de Truex Jr., seguido por Keselowski e Todd Gilliland.

Segmento 2 – 65 voltas
Após alguns pilotos visitarem os boxes, o top-5 da prova apontava liderança de Erik Jones, seguido por Ryan Blaney, Chris Buescher, Jacques Villeneuve e Austin Cindric. O canadense, campeão do mundo de Fórmula 1 em 1997, foi aos boxes no giro 71, e a relargada da prova veio na passagem seguinte, com Jones mantendo a ponta. Pouco depois, na volta 77, Blaney tomou a ponta da prova.

A fila interna passou a prevalecer a partir da volta 78, com Blaney liderando a prova, seguido por Cindric e Buescher. A corrida entrou em um “compasso de espera”, com os pilotos não se atacando. Quem seguia surpreendendo era Todd Gilliland, que aparecia em sexto na 90ª volta da prova, atrás apenas de Cindric entre os novatos. Já Villeneuve despencou para o 30º lugar.

A corrida chegou a sua metade com Blaney, Cindric, Buescher, Harvick e Keselowski no top-5, enquanto Biffle, após um trabalho no motor do carro, retornou à corrida com um atraso de 62 voltas. Na volta 103, alguns pilotos com carros da Chevrolet entraram nos boxes para os seus pit stops, enquanto a Ford chamou seus pilotos no giro 108, enquanto os Toyotas pararam no giro seguinte.

Elliott demorou alguns segundos para deixar os boxes, ficando desgarrado do pelotão. Após as paradas nos boxes, Keselowski recuperou a liderança da prova, sendo seguido por Buescher, Blaney, Harvick e Gilliland. Outro que retornou à prova após enfrentar problemas foi Christopher Bell, que fez reparos na suspensão do carro após o acidente no final do primeiro segmento.

Kurt Busch passou a ser empurrado por Kyle Busch, e abriu uma linha mais próxima ao muro para tentar avançar no pelotão. Os dois vinham na 15ª e 16ª posição, respectivamente. Logo depois, os dois acabaram sendo abandonados, perdendo posições. O segmento entrou nas dez voltas finais com uma tentativa de segunda fila em formação.

Com o crescimento da fila de fora, Keselowski trocou de linha, e acabou sendo superado por Larson, que tomou a ponta na volta 125. Na volta seguinte, o atual campeão foi abandonado e Keselowski retomou a ponta. No giro 129, Chase Briscoe bloqueou o líder Keselowski, que perdeu a liderança para Joey Logano. O dono do Ford número 22 também foi bloqueado e Truex venceu o segmento, seguido por Logano e Bubba Wallace.

Segmento 3 – 70 voltas
Após as paradas nos boxes, Wallace assumiu a liderança da corrida, sendo seguido por Buescher e Kevin Harvick. A prova recomeçou na volta 138, com Keselowski retomando a liderança. O piloto da RFK se mantinha na linha de dentro, enquanto os pilotos tentavam organizar uma segunda e até uma terceira fila. Nenhuma destas filas vingou, e a corrida se acalmou mais uma vez.

Com o pelotão de trás tentando se organizar para avançar, um acidente ocorreu restando 49 voltas para o final da prova. Jacques Villeneuve acertou Tyler Reddick, que rodou, atingindo Martin Truex Jr. Kurt Busch e Joey Logano também se envolveram no acidente. Keselowski seguia na liderança, acompanhado por Cindric e Wallace.

Restando 44 voltas para o final, muitos pilotos foram aos boxes para reabastecer, mas sem trocar os pneus. Cindric assumiu a liderança da corrida, seguido por Wallace. A relargada veio com 41 voltas para o encerramento da corrida, com Blaney empurrando Cindric para manter o companheiro de equipe Penske na liderança da prova. Wallace voltou a batalhar pela ponta ao ser empurrado por Kyle Busch.

Wallace passou a se alternar entre as linhas de dentro e de fora, mantendo a ponta da corrida. Cindric seguia pressionando o piloto da 23XI, mas sem conseguir a ultrapassagem. Restando 30 voltas para o final, finalmente Cindric assumiu a liderança da prova, com Blaney em segundo, e Jones aparecendo na terceira posição.

Com 27 voltas para o final, um dos flaps do carro de Kyle Busch se soltou, e o veterano quase rodou Wallace, que vinha liderando a fila de fora. Dois giros depois, o dono do carro número 23 retomou a ponta, e, junto de “Buschinho”, desceu para a linha de dentro, tomando a frente de Cindric. A linha de fora passou a ser liderada por Stenhouse Jr., que virou líder restando 23 voltas.

Wallace acabou abandonado e deixou o grupo dos dez melhores, enquanto Stenhouse seguia na ponta, agora com uma única fila. Com 14 voltas para o encerramento da corrida, uma segunda fila voltou a se formar, ainda sem organização. Na volta 190, a bandeira amarela precisou ser acionada após Larson abalroar Harvick, que atingiu Noah Gragson. Vários pilotos foram envolvidos, entre eles Erik Jones. A bandeira vermelha foi acionada.

Após alguns minutos de paralisação, a corrida foi retomada em bandeira amarela. Mesmo com o risco de pane seca, ninguém foi aos boxes. A relargada ocorreu restando seis voltas para o final, com Stenhouse na liderança. No complemento do giro, o dono do carro número 47 rodou após toque de Keselowski, causando nova bandeira amarela. Chris Buescher foi outro envolvido.

A corrida foi para a prorrogação, e relargou com Cindric mantendo a ponta nos metros iniciais. Keselowski, empurrado por Briscoe, também avançou. Na volta final, o dono do carro número 6 tentou um ataque, mas viu Wallace superá-lo por fora, empurrado por Kyle Busch. Cindric se manteve na ponta e venceu com uma margem de apenas 0s036 para Wallace.