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20 de novembro de 2021 07:00

No Dia da Consciência Negra, conheça alguns pilotos negros além de Lewis Hamilton

Neste sábado, dia 20 de novembro, é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data, escolhida por conta do aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, líder negro que lutou pelo fim da escravidão no País, que teve seu fim apenas em 1888, destaca necessidade do combate ao racismo.

Até hoje, não só no Brasil, poucos negros possuem lugares de destaque na sociedade. No esporte a motor, um esporte reconhecidamente de elite, não é diferente. Apesar de o mais importante piloto da atualidade, Lewis Hamilton, ser negro e bastante engajado na luta antirracista, são poucos os pilotos que conseguem disputar as mais variadas categorias do automobilismo e motociclismo.

Por conta desta data, F1Mania.net destaca alguns pilotos negros dentro do esporte, e que, apenas com a presença em suas categorias, conseguem encorajar mais pessoas a acompanhar o automobilismo e, quem sabe, se aventurarem no esporte a motor.

Foto: Getty Images
Bubba Wallace

Darrell Wallace Jr., ou Bubba Wallace, há alguns anos é o único negro nos grids das categorias nacionais da Nascar, a principal categoria do automobilismo dos Estados Unidos. Assim como Hamilton na F1, Bubba é uma voz forte dentro do esporte, em uma categoria em que até 2020 admitia a presença de bandeiras confederadas, símbolo racista que remete aos estados que eram contrários ao fim da escravidão.

O piloto também foi vítima de um dos ataques mais covardes dos últimos tempos no esporte: viu um laço de forca, outro símbolo racista, ser colocado em sua garagem em Talladega, no ano passado. Após receber o apoio da Nascar, que não chegou a uma conclusão sobre se o laço foi colocado ou já estava no espaço, Bubba seguiu correndo, e venceu pela primeira vez na carreira em 2021, justamente em Talladega.

Foto: divulgação
Wendell Scott

Primeiro negro a vencer na divisão nacional da Nascar, Wendell Scott jamais recebeu o troféu pela conquista. Em 1963, o piloto venceu a etapa de Jacksonville da categoria americana, mas não foi declarado vencedor em um primeiro momento, que considerou o primeiro a cruzar a linha de chegada Buck Baker. Apesar de receber a premiação, a taça pela vitória não foi entregue ao piloto.

Scott morreu em 1990, vítima de um câncer, e, anos mais tarde, foi alçado ao Hall da Fama da categoria. Já a prefeitura de Jacksonville entregou à família uma réplica em madeira do troféu que deveria ter sido entregue ao piloto. Apenas em 2021, 57 anos depois, a Nascar entregou ao neto do competidor um prêmio, durante evento antes da Daytona 400, na mesma semana em que Wendell Scott completaria cem anos.

Foto: divulgação
Willy T. Ribbs

Mais um americano na lista, e o primeiro negro a se destacar no esporte a motor daquele país. Willy T. Ribbs se tornou o primeiro piloto negro a pilotar um carro de Fórmula 1, em um teste da equipe Brabham realizado no circuito do Estoril, em Portugal.

Apesar de ter demonstrado talento, o piloto não voltou a guiar um carro da F1, e se dedicou às corridas da Indy e da Nascar. Neste ano, já mais velho, Ribbs disputou algumas provas da SRX, campeonato comandado por Tony Stewart e que reuniu pilotos com títulos importantes em carros estilo Nascar em ovais de meia milha.

Foto: divulgação
Jason Watt

O dinamarquês tinha tudo para se tornar o primeiro negro a correr na Fórmula 1, graças aos resultados nas categorias de base. Watt foi campeão da Fórmula Opel Europeia, passou pelo Campeonato Alemão de Fórmula 3 e disputou por três temporadas a F3000 Internacional, sendo vice-campeão em 1999, mesmo ano em que um acidente de moto lhe tirou os movimentos das pernas.

Carreira encerrada por isso? Nada! Watt voltou sua trajetória aos carros de turismo, se tornando campeão dinamarquês em 2002. O piloto seguiu nas pistas até 2011, quando encerrou a carreira, não sem vencer a etapa de Jyllands-Ringen, na Dinamarca, do Campeonato Escandinavo de Turismo.

Foto: W Series
Naomi Schiff

Única mulher da lista, Naomi Schiff nasceu em 1994, na Bélgica, e é filha de mãe nascida em Ruanda e pai belga. A pilota cresceu na África do Sul e representou o país em quatro oportunidades no Campeonato Mundial de Kart, entre 2008 e 2011.

Depois de disputar campeonatos como a Copa Clio Asiática e provas como as 24 Horas de Nürburgring, Naomi fez parte do grid da W Series em 2019, tendo dois décimos lugares como melhores resultados. A piloto se tornou embaixadora da diversidade e inclusão da categoria feminina em 2020.

Foto: Amanda Perobelli/Agência Brasil
Wallace Martins

Não poderia faltar um piloto brasileiro nesta lista. Wallace Martins atua na Fórmula Vee e na Fórmula Delta, categorias baseadas em São Paulo, e leva o apelido de “Hamilton da Favela”, por morar na Vila Brasilândia, na periferia da capital paulista, e ter uma aparência semelhante ao inglês da F1.

Apesar de todas as dificuldades, o piloto, um dos poucos negros atuantes no esporte a motor no Brasil, tem se destacado em competições regionais. Na soma das duas categorias, o piloto tem oito vitórias e 21 pódios em 44 corridas disputadas.

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