O fim de semana da última etapa da Porsche Endurance Challenge, no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, não foi fácil para os irmãos Fefo e Dudu Barrichello. Depois de uma série de problemas, que começaram com um forte acidente ainda na quinta-feira e com o trabalho de reconstrução que deixou os dois quase sem andar na sexta, eles ainda sofreram com graves problemas de freio e um pneu estourado na parte inicial da corrida de 500 quilômetros, com 117 voltas disputadas.
No fim, os pilotos do Porsche #111 ainda conseguiram terminar a prova na 19ª posição, cinco voltas atrás dos vencedores Miguel Paludo e Alan Hellmeister. Mais uma demonstração de resiliência dos irmãos Fefo e Dudu, que não esmoreceram um momento sequer mesmo com a enxurrada de problemas que assolaram o carro ao longo dos três dias de atividades em Interlagos. O problema na corrida deste sábado foi a montagem errada das pastilhas de freio, que acabavam fazendo com que os pilotos perdessem muito tempo nas frenagens na parte inicial da prova.
Mas fica o balanço positivo para a dupla formada pelos irmãos. Afinal, antes desta temporada da Porsche Endurance Challenge, Fefo Barrichello nunca tinha disputado uma prova em carros de turismo. E a parceria com Dudu funcionou muito bem, com direito a pódios nas duas primeiras etapas do campeonato, nas corridas de 300 quilômetros em Interlagos e em Termas de Río Hondo, na Argentina.
Além disso, claro, a experiência dos irmãos Fefo e Dudu correrem no mesmo carro pela primeira vez na carreira e, de quebra, com um desempenho consistente. E ainda foram companheiros de box do pai Rubens, que dividiu o outro carro patrocinado pela Mahrte com Franco Giaffone em todas as etapas da Endurance Challenge.
As atenções de Dudu agora mudam para a Stock Car, que realiza a penúltima etapa da temporada 2023 no próximo fim de semana em Cascavel, no Oeste do Paraná. Foi a pista onde ele conseguiu sua primeira vitória na categoria, na etapa de junho. Já Fefo disputa a última etapa da Fórmula 4 Brasil pela Cavaleiro Sports entre os dias 15 e 17 de dezembro também no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos.
O que eles disseram:
“A minha temporada dos sonhos não teve um final feliz. Não consegui fechar o ano com chave de ouro, sofri um acidente forte na quinta, não treinamos nenhuma vez e conseguimos um bom quali na sexta, classificando dentro do top 10. Largamos com as pastilhas invertidas, é um erro que foge do nosso controle. Fiz meu stint inteiro assim e o Dudu fez boa parte do dele também. Um furo de pneu foi o que fez perceberem que estava com problema nas pastilhas, mesmo o Dudu insistindo nisso no rádio. Infelizmente ninguém da organização queria escutar o que estávamos falando e dessa forma estourou o pneu e e logo que eu sai, duas voltas depois, um novo pneu estourado. O carro já não estava o melhor e com isso ainda compromete mais o desempenho. As pastilhas invertidas fazer pegar ferro com ferro e dava para escutar isso muito claramente dentro do carro. Acho que a gente terminou o campeonato no top3, a temporada dos sonhos não terminou do jeito que queria, mas tenho que agradecer ao pessoal da Mahrte que proporcionou a experiência de correr em dupla com meu irmão e dividindo a pista com meu pai. Agradeço também ao excepcional trabalho do Bochecha, agradeço também aos nossos mecânicos, os erros fazem parte e infelizmente não terminou como gostaríamos.”
Fefo Barrichello
“Eu, meu pai e meu irmão ganhamos e perdemos como um time. Na quinta-feira, quatro voltas depois de começar o treino o Fefo bateu muito forte, chegou a dar pt no carro e graças a Deus ele saiu só com algumas dores. Não consegui treinar nenhuma vez, os mecânicos da Porsche fizeram um ótimo trabalho reconstruindo o carro para o quali, tiveram que recuperar todo o monocoque do carro e recebemos ele 30 minutos antes da classificação, tivemos duas voltas antes de classificar para os 500 km. Sem andar ficou muito complicado de disputar, ainda sim conseguimos largar em 11º. O Fefo fez um ótimo trabalho, voltar ao carro logo depois de uma batida muito forte é complicadíssimo, ele carregou a dupla na classificação. Erramos para a corrida, digo nós como um todo e ganhamos e perdemos juntos. A pastilha foi montada do lado errado, pegando ferro com ferro e isso nos tirava bons segundos na corrida. O Fefo devolveu o carro depois de um stint completo, furou o pneu traseiro, tivemos que trocar o piloto e ele voltou. Perdemos muitas voltas e com o carro muito debilitado, mas mesmo assim conseguimos terminar a prova. Agradeço ao pessoal da Mahrte e da Porsche pelo apoio e pela oportunidade. Foi um sonho dividir o carro com meu irmão, infelizmente o campeonato não acabou como gostaríamos, mas vamos para frente.”
Dudu Barrichello