No último final de semana, uma nova classe foi inaugurada na Porsche Cup: a Sprint Trophy. Essa categoria servirá como uma escola para novos pilotos e além disso os corredores terão coaches que os auxiliarão no decorrer da temporada. Na pole inaugural que ocorreu no sábado, Matheus Roque garantiu a terceira colocação. Enquanto no domingo, na primeira corrida principal da nova classe, garantiu o segundo lugar, perdendo apenas para Eduardo Taurisano.
Além de corredor, Matheus Roque é mestre em medicina reprodutiva e utiliza o esporte como uma forma de conscientização para doenças que possuem pouca divulgação, como a infertilidade. Desde dezembro, Roque disputa corridas da Porsche Cup com um carro que possui design diferenciado.
Denominado de “Fertility Car”, o carro é o único a usar uma categoria para defender uma causa tão importante e pouco abordada no país. Na frente e na traseira do veículo os dizeres “Que o ronco dos motores traga voz a uma doença silenciosa: INFERTILIDADE”, além da hashtag com a frase “Nunca desista”, podem ser vistos pelo público. Já o capacete utilizado por Roque tinha detalhes que remetiam a um blastocisto, uma das fases de desenvolvimento de um embrião.
“A fertilidade é uma doença que afeta de 15 a 20% dos casais. São mais de oito milhões de brasileiros que são atingidos pela infertilidade. Só que é uma doença cheia de tabus, preconceitos, que não se fala abertamente sobre ela. É uma doença silenciosa. Então quem tem, às vezes não sabe que tem e que precisa procurar ajuda ou tem vergonha da doença e não se abre”, diz.
Ele ressalta ainda que “o grande objetivo do Fertility Car é poder usar o poder do esporte e da mídia envolvida nos esportes para ter uma divulgação desta causa, para que as pessoas possam saber o impacto e o quão frequente é essa doença e também saber se estão enfrentando essa doença”.
Outro ponto levantado pelo corredor e mestre em medicina reprodutiva é que além de ajudar a disseminar informações sobre a infertilidade, o projeto também busca ajudar uma instituição carente. “Ao mesmo tempo que milhões de casais desejam ter os seus filhos, tantas outras milhares de crianças são abandonadas no brasil todos os anos”, finaliza Roque.