Descarte de pontos reduz vantagem de Losacco no Trofeo Linea

O descarte dos dois piores resultados previsto no regulamento está servindo para embolar ainda mais a reta final da temporada inaugural do Trofeo Linea. Depois de quatro rodadas duplas, Giuliano Losacco comanda a classificação com 59 pontos, contra 54 de André Bragantini e 51 de Cacá Bueno. No entanto, a extrema regularidade já começa a cobrar um preço do líder. Único a pontuar nas oito etapas, Losacco precisaria eliminar um oitavo lugar no Rio de Janeiro e um sétimo em Curitiba, o que o deixaria com 56. Enquanto isso, Bragantini e Cacá conservariam o total que acumularam até agora.

O equilíbrio e a competitividade do Trofeo Linea estão superando as expectativas mais otimistas dos organizadores. O rendimento praticamente uniforme da modalidade de turismo da Fiat inspirada no modelo de série T-Jet e o sistema de grid invertido da segunda corrida do programa – os oito primeiros largam em posições inversas à ordem de chegada da primeira – contribuíram para produzir um vencedor diferente a cada etapa. Nenhuma outra categoria nacional vem apresentando tal alternância de ganhadores.

“Os carros estão andando cada vez mais juntos. Foi o que se viu em Curitiba, onde 13 pilotos ficaram separados por meio segundo na tomada classificatória”, lembra Losacco, que saiu em quinto na 7ª etapa e disparou rumo a uma vitória que não celebrava desde a etapa da Stock Car em Tarumã em 2006. Com uma vantagem estreita sobre rivais tão qualificados, Losacco não pretende se mover um milímetro da estratégia adotada pela Pater Racing. “Vamos para as últimas corridas com o mesmo pensamento: somar sempre o maior número de pontos possível”, anuncia.

Como cada piloto ainda pode marcar 70 pontos nas quatro provas restantes – a primeira corrida rende 20 pontos ao vencedor e a segunda, 15 -, todos os 22 participantes reúnem chances matemáticas para sonhar com o título. Cacá Bueno, que vem empreendendo uma vigorosa reação desde a quarta etapa, acredita que o Trofeo Linea já é um sucesso que só tende a aumentar. “As corridas estão emocionantes, com muitas ultrapassagens e disputas leais. O Trofeo Linea era um campeonato que faltava no Brasil, porque o público pode ver em ação carros iguais aos que estão nas ruas”, observa o terceiro colocado.

A vitória de Clemente Faria Jr. na segunda bateria na capital paranaense reforçou outra característica do Trofeo Linea: a de oferecer oportunidades iguais tanto aos nomes consagrados pelo público quanto àqueles que ainda buscam um lugar ao sol. Afinal, se pilotos que há vários anos freqüentam a tevê como Cacá, Losacco, Popó Bueno e Duda Pamplona já escalaram o alto do pódio, outros ainda pouco conhecidos como Ulisses Silva, Serafin Jr. e Cesinha Bonilha conseguiram percorrer o mesmo caminho. Serafin Jr., aliás, divide a quarta colocação com o experiente Alceu Feldmann e ambos estão imediatamente à frente de Cesinha. José Vitte ocupa o sétimo lugar, enquanto Christian Fittipaldi – que pontuou nas seis corridas que participou e pode eliminar as duas da abertura do calendário nas quais esteve ausente no Rio de Janeiro – aparece em 8º, seguido de José Cordova e Antonio Jorge Neto.

A quinta rodada dupla do Trofeo Linea, que integra o Racing Festival juntamente com a Fórmula Future Fiat e a 600 Hornet (motos), será realizada no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, de 15 a 17 de outubro. Será a penúltima antes das provas de encerramento em Santa Cruz do Sul (RS) em dezembro.