Aos 35 anos, o campeão e atual líder Cacá Bueno está longe de ser um idoso. Mas haverá de sentir a passagem do tempo ao constatar que o mais novo adversário no Trofeo Linea tem idade para ser seu filho. Com apenas 16 anos, o paulista Ricardo Sargo estreará na rodada dupla deste fim de semana em Interlagos pela Equipe EngMakers e chega com a impetuosidade própria dos adolescentes. “Tenho acompanhado a categoria pela televisão, conheço bem os pilotos e sei que vou entrar no meio dos leões”, garante.
Sargo não é exatamente um neófito em séries de turismo. Foi campeão novato do Paulista de Marcas e Pilotos, série na qual continua em atividade, e acaba de vencer uma etapa da Stock paulista. Hoje, chegou cedo ao autódromo para fazer os ajustes iniciais no carro e conhecer a equipe comandada por Ricardo Tedeschi, empresário responsável pela entrada de Rubens Barrichello e Felipe Massa no automobilismo europeu.
O patrocínio conquistado da Engebras, empresa que já o apóia nas outras categorias, é válido apenas para o fim de semana, mas poderá ser estendido para as últimas duas etapas de 2011. “Está praticamente certo que farei o Trofeo Linea no ano que vem. A continuidade nas últimas etapas da temporada dependerá de um bom resultado”, admitiu. E o que seria um bom resultado, na sua avaliação. “Conquistar uma vaga no top qualifying ou pelo menos largar entre os 10”, afirmou.
O top qualifying reúne apenas os seis melhores da primeira tomada classificatória. Numa categoria em que despontam alguns dos maiores nomes do automobilismo nacional, como o próprio Cacá, Allam Khodair, Marcos Gomes, Giuliano Losacco e Christian Fittipaldi, entre outros, o jovem Sargo não estaria sonhando demais? “São todos pilotos fortes e vou procurar aprender com eles. Mas vou tentar incomodar e partir para cima deles. Afinal, se eu não acreditar em mim, quem é que vai?”
Se o potencial esportivo ainda será observado mais de perto a partir da abertura dos treinos livres desta sexta-feira, a personalidade de Sargo já desperta atenção. Não apenas pela disposição de encarar as “feras” do Trofeo Linea, mas por ter uma visão bem clara a respeito de seu futuro. “Não fui para o lado dos fórmulas porque acho que é uma ilusão. As categorias de turismo oferecem um leque de opções bem mais amplo. Posso virar um profissional no WTCC, no Linea, na Stock, na Nascar, até na Truck. Chegar à Fórmula 1 é muito mais complicado…”