Trofeo Linea: Interlagos é de Bragantini e Losacco

Os paulistas André Bragantini e Giuliano Losacco dividiram as vitórias na quarta rodada dupla do Trofeo Linea, realizada neste domingo em Interlagos com a ilustre presença do astro Felipe Massa e marcada pelos fortes acidentes com José Vitte e Ulisses Silva. Num raro dia em que o líder Cacá Bueno faltou ao pódio, o público foi brindado com o espetáculo de alto nível proporcionado pelos pilotos e uma antológica ultrapassagem do ainda pouco conhecido paranaense Cesinha Bonilha sobre nomes badalados do automobilismo brasileiro – o próprio Cacá e Allam Khodair.

Na primeira corrida, Bragantini contou com um grande empurrão do acaso para conquistar sua primeira vitória na temporada. O paulistano radicado em Curitiba saiu na pole, perdeu a ponta para Cacá na abertura da segunda volta, chegou a cair para quarto, mas soube aproveitar as circunstâncias da corrida para voltar à segunda posição. Quando a prova parecia definida, Cacá perdeu rendimento (a mangueira do turbo soltou) ao restarem apenas três curvas para a bandeirada e Bragantini retomou a liderança para ganhar pela segunda vez na categoria. “Dei sorte, mas vencedor tem de ter sorte”, comemorou, antes de dedicar o resultado ao orgulhoso pai. Popó Bueno (Itaú/GT Competições) e Allam Khodair (Itaú/Sinal) completaram o pódio.

Losacco dominou a segunda bateria com autoridade. Quarto no grid, subiu para segundo na largada e ainda foi beneficiado pela quebra do motor do companheiro e pole Marcos Gomes na volta de formação do grid. Conseguiu a ultrapassagem em cima de Fábio Carreira e suportou a investida dos rivais para ganhar pela segunda vez na categoria e pela primeira no ano. “A largada foi fundamental. O carro não escorregou nada e achei uma brechinha para passar o Carreira”, analisou. Losacco disse que o resultado apagou a má impressão deixada na etapa passada em Londrina, onde jamais freqüentou o pelotão dianteiro. A chegada do novo diretor-técnico Maurício Ferreira parece indicar novos tempos para a Pater Racing. “Foi a primeira vez que entrei no top qualifying”, lembrou Losacco, quinto no grid da 7ª etapa.

Outros protagonistas do dia cinzento, frio e com garoa ocasional foram Popó Bueno, Allam Khodair – na primeira corrida – Carreira e Bonilha – no complemento da programação. Os quatro também subiram ao pódio. “O resultado da primeira prova foi bom para o campeonato, mas fico triste como irmão e membro da equipe pelo que ocorreu com o Cacá”, disse Popó, que se envolveu no acidente que vitimou Ulisses Silva. Khodair corria em segundo quando escapou no final da reta oposta, mas recuperou-se a tempo de garantir uma vaga entre os melhores da etapa. “Estava garoando, passei sobre a linha branca e o carro escorregou”, explicou. Carreira exaltou o crescimento ao longo do fim de semana, depois dos inúmeros problemas que praticamente o impediram de treinar na sexta-feira. “Felizmente, encontramos o caminho na classificação. Minha primeira corrida também foi boa, mas o carro estava saindo um pouco de frente. Felizmente, tivemos cabeça para encontrar o acerto”, afirmou Carreira, contente com o primeiro pódio no Trofeo Linea. Bonilha foi personagem da mais bela ultrapassagem da rodada dupla, quando deixou Cacá e Khodair para trás numa manobra magistral que o conduziu ao terceiro lugar. “Essa é a prova de que o campeonato abre portas para pilotos que não são tão conhecidos”, observou o piloto de Cambé. “Se o capô não tivesse aberto na primeira corrida, eu sairia daqui ainda com mais pontos.”

Os momentos mais eletrizantes foram o choque de José Vitte contra o muro, depois de perder o controle do carro ao passar sobre a zebra na chicane da Curva do Café, e a múltipla capotagem de Ulisses Silva que terminou com o carro do Vasco da Gama sobre as barreiras de pneus. Vitte foi levado para o hospital para exames mais pormenorizados, já que havia suspeita de fratura da clavícula esquerda, enquanto Silva também seria submetido a exames de imagem. Embora os médicos que o atenderam no autódromo não tenham localizado nenhuma fratura, decidiram encaminhá-lo ao hospital para investigar as dores pelo corpo relatadas pelo piloto carioca.

O resultado da 7ª etapa:

1 – ANDRÉ BRAGANTINI – 13 voltas em 28min12s839

2 – POPÓ BUENO – 4s776

3 – ALLAM KHODAIR – 4s982

4 – GIULIANO LOSACCO – 5s860

5 – CHRISTIAN FITTIPALDI – 6s738

6 – FÁBIO CARREIRA – 7s264

7 – CLEMENTE FARIA JR – 7s798

8 – MARCOS GOMES – 8s091

9 – CACÁ BUENO – 8s914

10 – FERNANDO NIENKOTTER – 9s192

11 – ULISSES SILVA – 9s690

12 – RICARDO SARGO – 12s636

13 – ROGÉRIO MOTTA – 12s797

14 – LUCIANO KUBRUSLY – 13s451

15 – CESINHA BONILHA – 13s603

16 – ROGÉRIO CASTRO – 17s393

17 – JACOMO SANZONE – 28s461

18 – BETINHO SARTORIO – a 3 voltas

19 – LEONARDO NIENKOTTER – a 7 voltas

20 – JOSÉ VITTE – a 8 voltas

Melhor volta: Cacá Bueno em 1min53s509 (média de 136,820 km/h)