Rally dos Sertões vive dia de F1

A primeira noite do 11º Rally Internacional dos Sertões, que passou a noite de ontem para hoje em um acampamento montado no hotel fazenda Mestre D´Armas, em Padre Bernardo (GO), vai lembrar em muito o ambiente de um paddock da F1 na noite de sábado para domingo. É que as máquinas permaneceram isoladas no parque fechado, sendo proibido qualquer contato dos mecânicos para eventuais ajustes, medida igual à tomada pela FIA a partir desta temporada.

Os pilotos e navegadores tiveram que usar seus próprios conhecimentos de mecânica para arrumar suas motos, carros ou caminhões. “Por isso, tivemos que tomar muito cuidado na trilha, que foi marcada por muita pedra e trechos travados, principalmente nos primeiros e últimos 30 quilômetros”, conta Luciano Cunha (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM), vice-campeão no ano passado na categoria caminhões e vencedor da última etapa do Campeonato Brasileiro de Cross Country, disputado em junho, no Rally Terra Brasil.

Apesar da cautela do piloto da equipe Yahn Racing, ele conseguiu melhorar sua posição na classificação. Pulou da terceira colocação no prólogo para a segunda, a apenas três minutos do líder Carlos Salvini (Mercedes). “Em um rali longo como o do Sertões, isso é muito pouco. Estamos bem otimistas”, afirma Carlos Brites, navegador de Cunha.

O bom desempenho dos caminhões Volkswagen foi comprovado também pela subida de Alfredo Yahn, que também pulou na classificação, ficando agora em terceiro, a cinco minutos do líder.

“Nosso equipamento tem muitas peças novas, então tive que tirar o pé em várias ocasiões. Mesmo assim, a especial de hoje judiou das máquinas e também dos competidores”, confessou Yahn.

A pedreira enfrentada pelos aventureiros, que vão percorrer mais de 4000 quilômetros até chegar em São Luís, no dia 1º de agosto, deve aumentar hoje, com uma especial de 200 km. “Se hoje já cruzamos carros tombados, com peças quebradas, imagine amanhã, quando o nível técnico é de quatro curecas, o máximo dado pela organização nas etapas dos Sertões”, contou João Herrmann, navegador de Yahn.

Entre os abandonos mais significativos de ontem, destaque para o do favorito Jean Azevedo, que compete com uma moto KTM. Ele quebrou a clavícula depois de uma queda ao ser surpreendido com uma porteira fechada em um trecho da especial. O piloto foi hospitalizado e passa bem, mas terá que abandonar o rali. Com isso, a liderança neste primeiro dia ficou com José Gonçalves Filho. Entre os carros, o melhor foi o experiente Klever Kolberg.

A equipe Yahn Racing tem patrocínio de Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM; e apoio de Arvin Meritor, Maxion Rodas, Tietê Veículos, Monroe, Corneta, Kidde Yanes, Rassini NHK, Delga, Master, Teleflex Morse Borg Warner, Eaton, Flex Fab, ZF Direções.