A aventura de mais de 1.500 quilômetros da segunda edição do Rally Terra Brasil, que chegou ao fim hoje à tarde, em Porto Seguro (BA), terminou de forma gloriosa para a dupla Luciano Cunha e Carlos Brites. Os pilotos da Yahn Racing foram os campeões da categoria caminhões, conquistando o primeiro título do ano e enchendo-se de motivação para os Sertões no mês que vem. Entre os carros, a vitória foi de Guilherme Spinelli e Marcelo Vivolo. Nas motos, Jean Azevedo foi o melhor.
A vitória dos competidores de Campinas (SP) foi construída ao longo dos quatro dias de prova. Desde a primeira especial, Cunha e Brites assumiram a ponta, ampliando sua vantagem em quase todas as especiais para Carlos e Guido Salvini, o segundo colocado. O domínio dos dois só não prevaleceu no prólogo, vencido pelo companheiro de equipe Alfredo Yahn. De resto, o caminhão número 102 esteve sempre na frente em sua categoria.
“Vencer uma corrida é especial, imagine uma prova de mais de 1.500 quilômetros. A satisfação é enorme”, conta Cunha (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio e MWM), atual campeão brasileiro de cross country. Com o resultado de hoje, o piloto também assumiu a liderança do campeonato deste ano, tornando-se um dos favoritos na busca pelo bi. “A vitória foi muito importante porque o Terra Brasil tem peso dois na pontuação do torneio e também nos deixa bastante otimista para os Sertões”, completa Cunha, que terminou em 24º lugar na classificação geral, a frente de mais de 20 carros. A última vitória do piloto foi no Rally dos Amigos, no final do ano passado.
Com uma vantagem de quase 28 minutos no início deste domingo, Cunha tratou de administrar a diferença para o segundo colocado. Mas um susto logo no quilômetro quatro, na primeira especial do dia, no “Monte Pascoal”, fez com que o piloto da Volkswagen tivesse que tirar ainda mais o pé: o caminhão teve um amortecedor quebrado. “Foi a especial mais cuidadosa da minha carreira. Já vi muitos competidores perderem um rali nos últimos quilômetros, e, pelo que me contaram, não é uma experiência muito agradável”, conta Brites, que disputou sua segunda prova como navegador de Luciano Cunha.
A equipe Yahn Racing tem patrocínio de Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio e MWM; e apoio de Arvin Meritor, Maxion Rodas, Tietê Veículos, Monroe, Corneta, Kidde Yanes, Rassini NHK, Delga, Master, Teleflex Morse Borg Warner, Eaton, Flex Fab, ZF Direções.
Classificação final do Rally Terra Brasil:
Carros:
1. Guilherme Spinelli/Marcello Vivolo
2. Paulo Nobre/Dico Teixeira
3. Ulisses Marinzeck/Wallace Schimidt
4. Riamburgo Ximenez/Rogério Almeida
5. Edio Fuchter/Milton Pereira
Motos:
1. Jean Azevedo,
2. José Hélio
3. Joaquim Gouveia
4. Dimas Mattos
5. Fabrício Bianchini
Caminhões
1. Luciano Cunha/Carlos Brites
2. Carlos e Guido Salvini/Fernando Chwaigert
3. Luis Pinto Matheus/Ronaldo Pires
4. Felicio e Francisco Bragante
5. Alfredo Yahn/João Herrmann
“Causo” do dia:
Nesta seção, conteremos uma pequena história do dia envolvendo a equipe Yahn Racing:
Coração na mão:
“Como largava na frente do segundo colocado, achei que seria mais tranqüilo o último dia de rali. Mas no quilômetro quatro perdi uma quebra de amortecedor e fiquei muito preocupado, pois ele começou a tirar a diferença. Estava tentando manter-me na frente, mas o Carlos (Brites, navegador) estava alertando que o caminhão estava pulando demais e que seria arriscado continuar naquele ritmo. Foi quando deixamos o Salvini passar e torcer para não abrir muita vantagem. Como tínhamos 28 minutos de liderança, foi a melhor opção. Mas fiquei com o coração na mão de ter de abrir para um adversário, ainda mais no último dia de rali”.
(Luciano Cunha, piloto, vencedor do Rally Terra Brasil).