A aventura de mais de 4.000 quilômetros em meio às trilhas dos sertões brasileiros vai começar na próxima semana para mais de 200 competidores, entre carros, motos, quadriciclos e caminhões. E uma das principais atrações desta 11ª edição do Rally Internacional dos Sertões, que será disputado de 23 de julho a 1º de agosto, será justamente a briga entre os peso-pesados, que promete esquentar. A categoria deve ter número recorde de inscritos, com oito participantes, prometendo muita competitividade no trajeto entre a largada, em Goiânia (GO), e a chegada, em São Luis (MA).
Apesar do aumento dos participantes, o favoritismo para a conquista do título mais cobiçado do calendário anual do rali ainda é dos pilotos mais experientes nestas provas de cross country. Nos caminhões, duas duplas do mesmo time lutam pela condição de favorito nos Sertões: Luciano Cunha/Carlos Brites e Alfredo Yahn/João Herrmann, ambos da Yahn Racing, estão entre os principais candidatos ao primeiro lugar. Eles competem com um Volkswagen 8.150.
O favoritismo é justificado pelo bom desempenho apresentado recentemente pelos pilotos. Yahn, inclusive, busca o bicampeonato nesta prova, uma vez que foi o vencedor em 2001. Já Cunha foi vice-campeão no ano passado e vencedor da última etapa do Campeonato Brasileiro de Cross Country, disputado em junho, no Rally Terra Brasil.
“Sabemos das dificuldades que uma competição como o Rally Internacional dos Sertões proporciona. É impossível fazer previsões precisas, mas com certeza posso afirmar que nossa equipe vai brigar pelo título. Nossa experiência neste tipo de prova é grande, com mais de três anos de evolução no nosso caminhão. Já venci no ano passado e fomos vice no ano passado. E, em uma prova tão longa e desgastante, esse currículo certamente o credencia para uma possível vitória. Estou confiante em obter o bicampeonato”, afirma Yahn (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM).
Expectativa de um bom resultado também é a esperança de Cunha. E o retrospecto também ajuda o piloto de Campinas, interior de São Paulo. Há menos de um mês, ele venceu uma das principais provas disputadas no país, o Rally Terra Brasil, disputado entre Rio das Ostras (RJ) e Porto Seguro, em uma aventura com mais de 1.500 quilômetros de deslocamento. Além disso, o piloto é o atual campeão brasileiro de cross country.
“O desempenho do meu caminhão no Terra Brasil foi fantástico. Lideramos desde o primeiro dia e em nenhum momento tive medo de ver minha vantagem ser descontada na pista. Outro fator que me deixa animado é a resistência do nosso equipamento. Estamos indo para uma competição de dez dias, e será fundamental que o conjunto não apresente falhas mecânicas. Estamos com um caminhão bem balanceado, resistente, mas o que não quer dizer que somos um dos mais rápidos entre os participantes”, explica Cunha (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM).
Para conciliar velocidade e resistência, a equipe Yahn Racing terá duas configurações diferentes neste Rally dos Sertões. Um dos caminhões do time correrá com novos equipamentos, como um novo motor de mais de 300 cavalos. “Eu vou competir com o modelo mais avançado, pois o caminhão do Luciano está muito bem ajustado, com tudo funcionando redondo, como mostra a vitória dele no Terra Brasil”, conta Yahn.
O investimento em um equipamento mais veloz justifica-se pelo aumento do número de concorrentes. Já foi confirmada a presença de André Azevedo, experiente competidor do Rally Paris-Dakar e que venceu os Sertões na categoria caminhões no ano passado. Além disso, outro caminhão da Mercedes, conduzido pela dupla Carlos e Guido Salvini, também se mostrou competitivo neste ano, com a vitória no Rally Rota Sul em abri.
“Pelas primeiras previsões, o número de competidores na categoria caminhões deve ser recorde. Com certeza teremos mais de oito competidores, e todos com bom equipamento, seja por ter um conjunto veloz, seja por ter um resistente”, conta João Herrmann, navegador de Yahn.
Por isso, os competidores da Yahn Racing esperam conseguir sair na liderança logo nos primeiros dias de competição, para tentar administrar a vantagem na seqüência, antes da prova entrar nas cidades do Tocantins e Maranhão. Segundo Carlos Brites, navegador de Luciano Cunha, as dificuldades do rali colocarão os competidores em prova já a partir das primeiras especiais.
“Estivemos presentes no briefing dos Sertões e ficamos bem impressionados com a descrição dos trechos cronometrados. A segunda etapa, por exemplo, entre Padre Bernardo e Porangatu, foi considerada pela própria organização como uma das mais difíceis e importantes do roteiro. Por isso, quem quiser vencer a prova terá que pisar fundo desde o início, mas sem se esquecer que se trata de uma competição de milhares de quilômetros”, conta Brites.
A equipe Yahn Racing tem patrocínio de Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM; e apoio de Arvin Meritor, Maxion Rodas, Tietê Veículos, Monroe, Corneta, Kidde Yanes, Rassini NHK, Delga, Master, Teleflex Morse Borg Warner, Eaton, Flex Fab, ZF Direções.