Por Felipe Domingues
Com 18 participações na maior prova off-road do mundo, brasileiro não acredita que competição virá ao Brasil por conta da crise que aflige a nação nos últimos tempos
Nos últimos meses, a palavra que mais se ouve no Brasil é “crise”. Econômicos ou políticos, os problemas que afligem o país não passaram despercebidos no esporte. Se anos atrás os competidores do Rally Dakar davam como certa a vinda da prova para terras tupiniquins, hoje a história mudou. Pelo menos essa é a opinião de Jean Azevedo.
Em conversa com o LANCE!, o motociclista, que já soma 18 participações na maior prova off-road do mundo, diz não acreditar que o Brasil, enfim, sedie a disputa. Para ele, o que mais atrapalha é exatamente a crise financeira que assola a nação.
– A organização continua tentando. O objetivo deles é mudar um pouco de país na América do Sul. Eles estão tentando voltar para o Chile, mas será difícil. Eles vão tentar voltar para o Brasil, mas o problema agora não é nem a realização da Olimpíada ou da Copa do Mundo, mas sim o governo que está em uma dificuldade imensa de se manter – disse Azevedo, antes de completar:
– Não vejo chance de eles (governo) olharem para essa competição se a organização vier bater na porta. A vontade continua lá, mas com as dificuldades do país, já são outros problemas. Não vejo em um futuro breve a prova aqui no Brasil.
Para o brasileiro, a crise não afeta apenas o esporte a motor, mas as competições em geral. Com a economia instável, grandes empresas já diminuem seus investimentos, especialmente em patrocínios e na promoção de grandes eventos.
– Há falta de investimento. Os grandes eventos demandam um grande orçamento, e do jeito que está não dá para viabilizar. A conta não fecha. Enquanto todos estiverem nessa dificuldade, será difícil manter grandes eventos no Brasil – comentou o motociclista de 42 anos.
Apesar da idade alta, o competidor não planeja uma aposentadoria tão cedo. Rumo à sua 19ª disputa do Rally Dakar, em janeiro do próximo ano, o paulista já pensa em se preparar bem para a competição e, quem sabe, superar seu melhor resultado, um quinto lugar, em 2003.
– Enquanto eu tiver condições de me preparar bem e ser competitivo, estarei na ativa. Tenho certeza que ainda posso disputar uma colocação entre os dez do rally e, quem sabe, melhorar meu resultado geral nessa competição, que foi um quinto lugar – encerrou Jean.