O campeonato é brasileiro, mas bem que poderia ser internacional, a julgar pela distância entre as corridas. Neste início de temporada, as equipes de Fórmula Truck irão enfrentar um desafio fora das pistas digno de um calendário de F-1. Afinal, mais de 4000 km separam a sede da primeira etapa, em Caruaru (Pernambuco), para a corrida deste domingo, em Guaporé (Rio Grande do Sul), nas Serras Gaúchas.
“O desafio para o transporte dos equipamentos e máquinas será comparável ao que as equipes de Fórmula-1 têm de fazer nas provas mais distantes na Europa. Nós ficamos dentro do mesmo país, mas as distâncias são dignas de rotas internacionais”, conta Renato Martins, piloto e dono da equipe RM/Volkswagen.
Com sede em São Paulo, o time levou quase três dias para ir e mais três dias para voltar de Caruaru (PE), percorrendo uma distância superior a 5.400 km no total. Além do caminhão de Martins, o time trabalhou intensamente para deixar os outros três chassis, de Jonatas Borlenghi, Beto Napolitano e Débora Rodrigues, prontos para a segunda etapa do campeonato.
Como os treinos começam na próxima sexta-feira, dia 2, os caminhões já estão na estrada para cumprir em tempo hábil a distância de mais de 1.350 km até Guaporé, no interior do Rio Grande do Sul. Contabilizando este mesmo trecho para a volta, nestas duas primeiras etapas, separadas por apenas 21 dias, a equipe RM/Volkswagen percorrerá cerca de 8.000 km nas estradas brasileiras.
“Com estas duas viagens longas, o tempo de preparação será bem pequeno, de pouco mais do que uma semana. Mesmo assim, acho que conseguimos detectar algumas falhas mecânicas que sofremos em Caruaru e deixar o nosso caminhão ainda mais competitivo”, afirma Martins.
Já para Guaporé, o novo RM-VW04, como foi batizado o modelo baseado no Titan Tractor 18.310, ganhará um novo motor. “Ainda é cedo para dizer que ganho teremos com esta novidade, mas certamente o desempenho do nosso caminhão vai melhorar”, disse Débora Rodrigues, única mulher a competir na Fórmula Truck.
Em Caruaru, ela teve problemas mecânicos, assim como Jonatas Borlenghi. “Neno”, o “Estreante do Ano” em 2003, ainda saiu de Caruaru com um ponto, pois estava em sexto lugar na bandeira amarela programada da 12ª volta. E Beto Napolitano, que estreou na RM/Volkswagen, começou de forma positiva sua carreira com o novo caminhão, chegando em nono lugar e marcando dois na classificação geral do campeonato.
“Fiquei feliz com minha performance, ainda mais por ainda estar me adaptando a um novo time. Com certeza os resultados devem ser ainda melhores daqui pra frente”, conta Napolitano.