O ex-piloto de Fórmula 1, David Coulthard criticou as empresas que fazem um discurso bonito sobre inclusão e diversidade, mas não ‘colocam seu dinheiro onde deveriam’, após o colapso da W Series.
O futuro da W Series é incerto, com a categoria tendo a temporada 2022 reduzida, a temporada 2023 cancelada, e ainda sem anunciar planos para o futuro.
A categoria feminina foi projetada como um trampolim para as mulheres subirem na carreira no automobilismo, e potencialmente alguma das pilotos participantes, se tornar a primeira mulher na F1 em 47 anos (até o momento). A categoria fornecia às pilotos, os fundos para competir e também um prêmio significativo, mas acabou enfrentando dificuldades financeiras que levaram à sua temporada 2022 ser encurtada.
Desde então, a Fórmula 1 fez sua própria categoria exclusiva para mulheres, a F1 Academy, mas os críticos apontaram que, como essa nova categoria não é transmitida ao vivo em nenhum lugar, pelo menos por enquanto, a F1 falhou em dar às pilotos a plataforma de que precisam para seguir em frente.
Em termos da W Series, Coulthard criticou as empresas que ficam muito felizes em dizer a coisa certa quando se trata de diversidade, mas evidentemente não estão dispostas a ‘colocar seu dinheiro onde estão suas bocas’.
“Na W series eu estava envolvido em ajudar a apoiar os fundadores, e o que foi decepcionante para mim, depois de todos os esforços e todo o sangue, suor e lágrimas e investimento financeiro, muitas empresas que investem no automobilismo atualmente falam sobre diversidade e inclusão, mas, na verdade, tudo isso significa pouco enquanto eles só falam sobre isso”, disse ele.
“Eles realmente não colocam algum dinheiro onde estão falando e esperamos que isso mude com o tempo. Por enquanto, parece que esse capítulo foi encerrado, mas o legado será de nomes como Jamie Chadwick e Naomi Schiff”, disse o ex-piloto de F1.
Coulthard também afirmou que, embora esteja triste por ver a W Series com problemas e aparentemente ter encerrado as atividades, ele está confiante de que havá uma piloto feminina na F1 nos próximos dez anos.
“A W Series estava tentando eliminar a necessidade de as mulheres no automobilismo encontrarem financiamento, o que é mais difícil para elas, porque, historicamente, elas não tiveram o mesmo sucesso”, disse Coulthard.
“Isso chamou a atenção do público por estar em algumas corridas preliminares da Fórmula 1, e acho que há vários exemplos de pessoas que agora são nomes familiares que não eram conhecidos antes. Então, nesse aspecto, foi um sucesso.”
“Também estou envolvido em uma fundação chamada ‘More than Equal’ e temos alguns membros brilhantes na equipe, que estão por trás da elaboração de estudos mais extensos sobre os pensamentos dos fãs, as jovens garotas do Kart que têm potencial para desenvolver as habilidades de corrida”, disse ele.
“Então, vou resumir dizendo que acredito que nos próximos dez anos, se não antes, teremos uma mulher correndo na Fórmula 1, porque se trata de criar oportunidades e desenvolver suas habilidades da mesma forma que foi com Max Verstappen ou Lewis Hamilton”, encerrou Coulthard.