Le Mans: acidente rouba chance de vitória de Bruno Senna

Um acidente envolvendo o francês Fred Makowiecki acabou com o sonho de vitória de Bruno Senna na categoria GTE Pro das 24 Horas de Le Mans. Já no período da manhã deste domingo, depois que o Vantage V8 liderou a maior parte da mais importante prova de longa duração do automobilismo internacional, o companheiro do brasileiro praticamente destruiu o carro ao bater violentamente contra o muro, num acidente parecido com o que matou o dinamarquês Allan Simonsen na véspera apenas pouco mais de 10 minutos depois da largada. “Ele pegou uma parte do asfalto úmido com pneus de seco e perdeu o controle. O carro moeu”, explicou.

Em seu 90º aniversário, as 24 Horas de Le Mans terminaram com a vitória do Audi R18 e-tron Quattro do trio formado pelo dinamarquês Tom Kristensen, o francês Loïc Duval e o escocês Allan McNish na classificação geral e uma dobradinha dos Porsche 911 RS RSS liderada pelo alemão Marc Lieb, pelo austríaco Richard Lietz e pelo francês Romain Dumas na GTE Pro. Foi um final de certa forma surpreendente entre os carros de série depois do domínio imposto pela Aston Martin desde o início da corrida. Bruno e seus parceiros largaram na pole, o inglês Rob Bell caiu para terceiro, mas depois Makowiecki retomou a ponta que Bruno soube conservar em seus dois turnos de três horas.

Bruno não escondeu a decepção com o desfecho. “Nosso carro estava muito rápido e não apresentou qualquer problema. Estávamos parando apenas para mudar os pilotos, trocar pneus e reabastecer. Eu estava com um ritmo bastante bom, virando sempre na casa dos 3m55s”, disse. No final, o 3º lugar do inglês Darren Turner, do alemão Stefan Mücke e do escocês Peter Dumbreck foi o consolo da casa britânica.

O final de semana em Le Mans acabou passando ao largo das melhores expectativas da Aston Martin, que está completando 100 anos e tinha a vitória em Le Mans como uma das grandes metas para as comemorações do centenário. A tragédia com Simonsen na véspera atingiu em cheio a equipe. “Vimos a pancada pela câmara onboard de um carro de trás. Ele bateu muito forte, lateralmente, do seu lado. Aquela curva é feita em quarta marcha. Foi triste demais. Ainda na véspera, fomos juntos para o desfile dos pilotos no centrinho da cidade e brincamos de roubar a chave das scooters dos outros. Ele me disse que tinha uma filhinha de 18 meses e estava feliz. Foi impossível passar pelo local do acidente em todas as voltas e não lembrar dele.”

Por MF2 – Márcio Fonseca