A Audi garantiu com antecipação os títulos do FIA World Endurance Championship durante a sexta etapa do campeonato, disputada neste fim de semana em Fuji, no Japão. Uma corrida marcada pela forte chuva que impediu os pilotos de completarem sequer uma volta sob bandeira verde. No final, o trio líder do campeonato, Loïc Duval/Tom Kristensen/Allan McNish, foi o melhor Audi na prova com o segundo lugar. Seus companheiros de equipe, Marcel Fässler/André Lotterer/Benoît Tréluyer, terminaram na quarta posição. Com isso, apenas os dois carros da Audi lutarão pelo título de pilotos nas duas etapas restantes da temporada.
Nest sexta etapa, prevaleceram as condições adversas do tempo. A chuva forte fez com que a direção de prova iniciasse a corrida com safety car. Mas, mesmo assim, os 4.563 metros do traçado de Fuji não tinham condições de receber os carros, dada a quantidade de água na pista. Por isso, a prova foi interrompida depois de oito voltas. Duas horas e meia depois, nova largada sob safety car e nova paralisação após 22 minutos. Foram mais duas horas de espera até uma tentativa que durou apenas uma volta. E nova bandeira vermelha. Os comissários determinaram, então, que forças maiores impediram a realização da prova em ritmo normal e decidiram que a etapa de Fuji valeria apenas metade dos pontos – dados seguindo a ordem das posições de pista no momento. Assim, a duas etapas do fim do campeonato, a Audi garantiu com antecipação o título de construtores no FIA WEC, com 66,5 pontos de vantagem.
O melhor carro das quatro argolas na corrida foi o de Loïc Duval, Tom Kristensen e Allan McNish, que largou na quarta posição e terminou em segundo. O trio ampliou sua vantagem no mundial de pilotos para 40,75 pontos. Entre outros motivos, o carro #2 foi beneficiado pelo fato do #8 da Toyota, que era o segundo no grid, ter de largar dos boxes – e não poder recuperar posições por conta das voltas completadas atrás do safety car.
Já o carro #1 da Audi não teve sorte na corrida. André Lotterer, Marcel Fässler e Benoît Tréluyer largaram na pole position, mas tiveram que parar nos boxes durante o segundo período de safety car para limpar os dutos de ar do motor do Audi R18 e-tron quattro, entupidos com sujeira da pista. A expectatvia era de que o tempo melhorasse e o trio pudesse recuperar as posições durante o ritmo de prova. Como não houve bandeira verde, os campeões do WEC em 2012 ficaram com a quarta posição na classe LMP1 e o 26º lugar no geral. Pela primeira vez em quase um ano, os protótipos da Audi não venceram uma prova. Daqui três semanas, durante a próxima etapa do FIA WEC em Shangai, na China, a Audi tem mais razões para celebrar – já que o título de pilotos pode ser decidido na penúltima etapa do campeonato.
Declarações após a corrida
Dr. Wolfgang Ullrich (Chefe da Audi Motorsport): “Nós realmente queríamos ter feito uma boa corrida para os fãs japoneses, que são tão apaixonados por este esporte. Mas, infelizmente, o clima hoje não permitiu. Não podemos culpar ninguém por isso. Interromper a corrida foi a decisão mais correta, já que a segurança deve estar sempre no topo da lista de prioridades. Estamos felizes pelo título, embora nossa vontade fosse de conquistá-lo em outras circunstâncias. Os fãs japoneses podem esperar por uma grande prova em Fuji no próximo ano.”
Chris Reinke (Chefe da LMP): “Merecemos o título pelo desempenho que tivemos ao longo do ano. Para esta etapa em Fuji, tínhamos planejado um resultado diferente, mas o clima interferiu. Foi uma prova totalmente atípica. Agora o time pode ficar orgulhoso da conquista do Campeonato Mundial.”
Ralf Jüttner (Diretor técnico da Audi Sport Team Joest): “Nos tornamos campeões do mundo, mas não há muito o que se comemorar depois da corrida de hoje. Não pudemos fazer nem uma volta com bandeira verde. Naturalmente queríamos ter uma disputa direta com nossos adversários, mas não houve possibilidade disso acontecer. Apesar dos pontos, a sensação é de que não disputamos uma corrida.”
Loïc Duval (Audi R18 e-tron quattro #2): “Eu sempre pilotei no Japão e já vi várias corridas canceladas por causa das condições do tempo. Hoje era impossível pilotar com a chuva que caía. Parecia que estávamos em um barco. Claro que, como pilotos, queremos fazer a prova e agradar os fãs, mas interromper a disputa foi a melhor decisão hoje.”
Tom Kristensen (Audi R18 e-tron quattro #2): “Já pilotei algumas vezes em Fuji e esta sempre foi uma pista muito difícil quando chove. As nuvens ficam nas montanhas por muito tempo, gerando neblina e pouca visibilidade. A topografia da pista, com subidas, descidas e vales é fantástica para pilotar, mas nesses casos acabam formando cursos d’água e muita aquaplanagem para os carros. Hoje eu sequer entrei no cockpit. Loïc (Duval) e outros pilotos falaram que simplesmente era impossível dirigir.”
Allan McNish (Audi R18 e-tron quattro #2): “Com essa chuva, a melhor decisão foi mesmo ficar atrás do safety car e, depois, interromper a corrida. Nossos carros são projetados para correr com asfalto seco. É uma pena para os fãs que foram até o autódromo esperando um duelo entre Audi e Toyota. Mas se fosse dada a bandeira verde, não ficariam muitos carros na pista depois de algumas voltas.”
Marcel Fässler (Audi R18 e-tron quattro #1): “Quem viu o tanto de água que caía do céu não teve dúvida de que foi a melhor decisão. Obviamente quem mais perdeu com isso foram os fãs que ficaram nas arquibancadas esperando a prova começar. Mas realmente não havia condições na pista e concordo com a interrupção da prova.”
André Lotterer (Audi R18 e-tron quattro #1): “Estamos tristes, mas realmente havia muita água na pista. Nós estávamos flutuando e não pilotando os carros. Não tinha nada o que fazer. Nem os carros, nem os pneus foram projetados para uma situação tão crítica quanto esta. Além disso, tivemos um pouco de azar. Mas os fins de semana ruins também existem.”
Benoît Tréluyer (Audi R18 e-tron quattro #1): “É difícil tomar uma decisão como essa. Mas não há dúvidas de que foi a decisão mais correta, porque a pista de Fuji pode ser muito perigosa em condições de chuva. É melhor parar tudo do que assumir o risco de acidentes.”
Confira como terminou a corrida de Fuji:
1) Lapierre/Nakajima/Wurz (Toyota) 16 voltas em 2h 56m 05.785s
2) Duval/Kristensen/McNish (Audi R18 e-tron quattro) + 1.901s
3) Beche/Belicchi (Lola-Toyota) + 3.872s
4) Baguette/Gonzalez/Plowman (Morgan-Nissan) + 6.131s
5) Conway/Martin/Rusinov (Oreca-Nissan) + 8.224s
6) Hiranaka/Ueda/Wirdheim (Zytek-Nissan) + 11.055s
7) Brundle/Heinemeier Hansson/Pla (Morgan-Nissan) + 12.834s
8) Graves/Nakano/Walker (Oreca-Nissan) + 15.323s
9) Bradley/Koizumi/Matsuda (Morgan-Nissan) + 19.569s
10) Kaffer/Minassian/Perez Companc (Oreca-Nissan) + 21.494s
…
26) Fässler/Lotterer/Tréluyer (Audi R18 e-tron quattro) + 2m 49.150s