O brasileiro Lucas Di Grassi, vice-campeão das 24 Horas de Le Mans deste ano e vencedor da primeira corrida da história da Fórmula E, na China, revelou nesta quinta-feira (23), em São Paulo, seus planos para o final da temporada de 2014 do FIA WEC, o Campeonato Mundial de Endurance promovido pela Federação Internacional de Automobilismo. O encontro de Lucas com jornalistas especializados ocorreu no Audi Lounge, espaço de 600m2 criado pela empresa alemã em junho deste ano na Rua Oscar Freire, um dos endereços mais nobres da capital paulista.
Além de competir pela Audi em provas de longa duração, Lucas defende as cores da equipe, também, no mundial de Fórmula E – primeiro campeonato de carros elétricos da história. Destaque em ambas as competições, ele realiza neste ano uma de suas temporadas de maior sucesso no automobilismo internacional – e vem se firmando como uma das estrelas da tradicional equipe de esportes a motor da marca das quatro argolas. Na opinião do brasileiro, chegou a hora de retribuir a confiança depositada nele pela Audi com o título entre os construtores do WEC.
“Estou em terceiro no campeonato de pilotos, a apenas oito pontos dos meus companheiros de equipe. Os líderes estão 40 pontos na nossa frente, então fica um pouco difícil sonhar com o título. Mas, entre as equipes estamos muito perto da Toyota e é possível virar este jogo. Nas três provas que restam, este será nosso objetivo”, declarou o brasileiro. A Toyota lidera a competição com 183 pontos, contra 175 da Audi e 109 da Porsche.
Lucas encara em novembro uma verdadeira maratona de compromissos dentro do cockpit. Na próxima segunda-feira (27), ele viaja para a China, onde disputa as 6 Horas de Xangai no dia 2 de novembro. No dia 15, novamente pelo FIA WEC, ele fará as 6 Horas do Barein, e no dia 22 estará na Malásia para defender a liderança da Fórmula E. Na semana seguinte, Di Grassi volta ao Brasil para a etapa de encerramento do WEC, as 6 Horas de São Paulo, no Autódromo de Interlagos.
“Para mim é uma honra representar a Audi nestes dois campeonatos, o FIA WEC e a Fórmula E”, acrescentou o piloto. “Nesta minha segunda participação nas 24 Horas de Le Mans, lideramos até restarem duas horas e meia para o fim da prova, quando tivemos um problema no turbo. Conseguimos voltar à pista em apenas doze minutos, por isso posso dizer que este resultado foi fruto de uma conquista da equipe. Vocês podem imaginar o que é trocar a turbina de um motor diesel, que chega a estar a 800oC, em doze minutos. Foi um mérito muito grande do nosso time”, explicou.
A vontade de ajudar a Audi a conquistar o título entre as equipes no WEC, e de terminar a temporada, em São Paulo, com mais um resultado positivo, são metas que ganham um significado ainda mais especial para Lucas. Foi justamente na capital paulista que ele estreou oficialmente pelo time alemão, em 2012. Na ocasião, foi contratado para disputar apenas aquela corrida, mas em razão do bom desempenho apresentado em Interlagos – foi o melhor piloto da Audi no grid e estabeleceu a melhor volta da prova -, sua relação com a equipe das quatro argolas começou a se fortalecer.
Aprendizado contínuo- Pela Fórmula E, Lucas lidera o campeonato em razão da vitória obtida na China. Embora as duas categorias disputadas por ele neste ano representem mundos opostos, o brasileiro ressaltou o fato de reconhecer semelhanças entre os dois carros que pilota nesta temporada.
“O carro do WEC tem 1000 cavalos e chega a mais de 350km/h, enquanto o Fórmula 3 ter cerca de 300 hp. Mesmo assim, existem situações em que consigo aproveitar o aprendizado de uma categoria nas provas da outra. Estou em um ano muito positivo, mas independente disso, representar a Audi em dois torneios de alta performance como estes é algo muito importante para mim”, encerrou o brasileiro.