Foto: José Mário Dias
Aos 22 anos, piloto diz que não trocaria sua situação atual por um lugar em uma equipe média da Fórmula 1
O sonho de dez entre dez garotos que correm de kart, no Brasil e no mundo, é ser piloto na Fórmula 1. Com o brasileiro Pipo Derani, não foi diferente. O paulistano montou sua carreira como manda o script, e chegou até a alguns degraus prévios à F-1, como a Fórmula 3 Inglesa, e a F-3 Europeia. No entanto, em 2014, Derani percebeu que alcançar a categoria máxima do automobilismo mundial era um sonho praticamente impossível. E, aos 20 anos, decidiu tornar-se um corredor de endurance (provas de longa duração).
Hoje, aos 22 anos, Derani celebra ter mudado o rumo de sua vida esportiva. Em seu terceiro ano no endurance, o piloto já acumula resultados de competidores de ponta. Os principais foram as vitórias nas 24 Horas de Daytona, em janeiro deste ano, e nas 12 Horas de Sebring, em março, pelo Campeonato Americano. Ambas foram disputadas nos Estados Unidos pela equipe Tequila Patrón ESM, ao lado dos companheiros Scott Sharp, Ed Brown e Johannes van Overbeek.
No Brasil, as conquistas passaram desapercebidas do grande público. Mas, no mundo do automobilismo, os triunfos tiveram grande impacto. Até porque Derani e seus colegas de time superaram nomes consagrados como Scott Dixon e Tony Kanaan, campeões na IndyCar, e até Rubens Barrichello.
Além das vitórias, Derani comemora também o fato de ter se tornado um corredor profissional de fato, ao receber salários. Na Fórmula 1 e em outras categorias, não é raro ouvir a expressão “piloto pagante”, aquele que só consegue um lugar no cockpit ao trazer consigo o dinheiro de um patrocinador. O que não é o caso dele.
– Vi a chance de me profissionalizar nas corridas de longa duração. Não troco a minha segurança de piloto profissional hoje por um ano em uma equipe média ou pequena na Fórmula 1, sabendo que no ano seguinte eu teria que correr atrás de patrocínio – falou Derani ao L!.
O brasileiro estará na pista novamente amanhã, na segunda etapa do Mundial de Endurance (WEC), nas 6 Horas de Spa-Francorchamps, na Bélgica, onde disputa a categoria LMP2.
BATE-BOLA
O que representou para você as vitórias nas 24 Horas de Daytona e nas 12 Horas de Sebring?
Estas duas corridas são muito importantes, e não somente para o calendário americano. A corrida em Daytona está entre as principais provas de endurance do mundo. Ter vencido essas duas corridas foi muito bacana para a minha carreira. Em dezembro eu olhava para essas provas, e só de participar já era um sonho. Conseguir vencer logo na primeira tentativa foi especial.
Por que decidiu mudar para o endurance, após anos correndo de monopostos na Europa?
Foi quando eu vi que para chegar à Fórmula 1 não bastava apenas talento. É preciso um investimento muito grande. Não era meu objetivo ir atrás de um patrocínio para garantir uma vaga. Então, as portas se abriram para eu fazer duas corridas no campeonato de acesso ao Mundial (WEC), em 2014. Foi a chance que eu tinha para me profissionalizar, de viver daquilo que eu amo. Foi uma mudança um pouco cedo, mas no momento certo.
E como foi esta questão de patrocínio e dinheiro na sua carreira antes de tudo isso?
Sempre foi uma luta grande. Eu tive ajuda da minha família, e também de patrocinadores, que me mantiveram até a Fórmula 3. Subi no pódio em Macau (terceiro lugar), venci provas na Fórmula 3 Inglesa, mas correr na GP2 era um passo muito acima. Foi nesse momento que pensei que minha chance era mínima de chegar à Fórmula 1. Tive que fazer uma escolha, e fui para o endurance.
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