Junho acabou de terminar, mas o próximo – sim, de 2025 -, já tem trazido preocupação aos chefes de fábricas que correm em Endurance. Segundo os dirigentes, o calendário montado para o próximo ano ‘não é sustentável’.
Os chefões de fábricas como BMW e Mercedes-AMG deixaram claras suas consternações sobre as datas escolhidas para as provas. O motivo é que serão realizadas três corridas de 24 horas consecutidas em finais de semana de junho – 24 Horas de Le Mans, no início do mês, 24 Horas de Nürburgring em 21 e 22, e 24 Horas de Spa-Francorchamps em 28 e 29.
Pensando nas provas de longa duração, Andreas Roos, diretor de automobilismo da BMW, afirmou que não é possível que a marca tenha presença nos três eventos. “É uma grande preocupação porque não é fazível”, disse em entrevista ao Sportscar365.
“Há coisas envolvidas. Você precisa de pessoas e não pode mandá-las para quatro semanas seguidas para pistas. É também fisicamente, em minha opinião, não fazível. Não é possível porque, por exemplo, quando começar a estrutura aqui [Spa], ainda estaremos correndo em Nürburgring”, emendou.
“Então, fisicamente não é possível. São as pessoas da BMW envolvidas, que fazem todas as corridas. Também há equipes envolvidas, fazemos inúmeras dessas corridas e é apenas logisticamente e do ponto de vista humano, impossível de se fazer isso”, completou.
Apesar de o fundador e CEO da SRO Motorsports, Stephane Ratel, dizer que “não há nada que possamos fazer” sobre o calendário, Roos foi mais duro. “Nossas esperanças é que encontrem soluções para isso. Temos de encontrar um calendário que permita isso. Do contrário, teremos de ver as consequências”, completou.
Stefan Wendl, responsável pelo departamento de automobilismo da Mercedes-AMG, concordou com as palavras de Roos, mesmo que a marca não tenha presença em Le Mans. “Acho que de diferentes perspectivas e em um grupo de competidores, não é sustentável”, comentou.
“Então, não é apenas o trabalho da equipe, da imprensa aos engenheiros e mecânicos e em diante. Para essas marcas que estão envolvidas e que estão trabalhando no negócio único que é o GT3, com um sistema de apoio centralizado, acho que já mais marcas do que nós que fazem isso, é bastante difícil de equilibrar trabalho e esforço para nossa equipe”, emendou.
“Precisam preparar os eventos, analisar após os eventos e também ter tempo de descanso para todos. Essas são corridas bastante exigentes. Acho que todos que sobreviveram a uma corrida de 24h no pit de pé ou os mecânicos, sabem quanta energia é necessária e quanto precisa para se recuperar. Por isso que será um período difícil para muitas pessoas envolvidas no esporte”, completou.