A temporada 2021 do Mundial de Endurance está prestes a começar e André Negrão está mais uma vez no grid. Partindo para sua quarta participação no campeonato, o brasileiro mostrou animação para o ano que se inicia e já fez previsões sobre o carro que vai pilotar.
Negrão está na categoria de corridas de longa duração desde 2017 e conta com três vitórias, sendo duas delas nas 24 Horas de Le Mans. Ainda, conquistou o título da temporada 2018/19, onde subiu no pódio em todas as etapas disputadas.
Agora, em 2021, segue com a Alpine Elf Matmut, mas dá um passo adiante e disputa a classe LMP1, principal divisão do WEC. O piloto vai correr com o carro #36 e dividir o assento com Nicolas Lapierre e Matthieu Vaxivière, ambos franceses. E quais as expectativas para a temporada? “São boas. O carro está indo superbem”, disse com exclusividade ao F1Mania.net. “A gente está trabalhando superbem com o carro”, continuou.
“Ainda estamos vendo como vai funcionar o BoP [balance of performance, equilíbrio de desempenho em tradução livre], essa nova medida que eles têm para limitar tanto a gente quanto a Toyota. Isso foi visto agora, um pouco, no prólogo, e também será decidido quando a corrida for chegando mais perto”, continuou.
“Mas a gente ainda não tem noção de como vai ser isso. Mas a expectativa para 2021 é sempre boa. Vamos fazer tudo de melhor até chegar em Le Mans, e depois, continuar para levar o título”, completou Negrão.
O bicampeão de Le Mans também explicou a decisão de correr na LMP1 nesta temporada. “Essa mudança para a LMP1 foi discutida desde o ano passado comigo e com a equipe. Tinha essa vontade de trocar de categoria pela principal, onde a Alpine não ganha desde 1976. Eles já tinham essa vontade de passar para uma coisa diferente. Eles já ganharam várias vezes na LMP2, tanto o campeonato quanto Le Mans, então já havia essa vontade de experimentar algo novo”, falou.
Nesta semana, pilotos e equipes foram até Spa-Francorchamps para dois dias de prólogo. E como foi o primeiro contato com o carro? “O que deu para observar sobre o carro novo, com essa nova medida, é que ele é bem parecido com o LMP2”, disse ao F1Mania.net.
“Não é mais o LMP1 de 2020, mas sim um LMP1 totalmente diferente, com menos downforce, menos motor, um pouquinho mais pesado. Ele é bem parecido com o LMP2. Obviamente, tem muito mais tecnologia envolvida. Mas não tem tanta diferença, em performance, de um carro para o outro”, ressaltou.
Inclusive, com duas vitórias na principal corrida do calendário do Mundial de Endurance, André falou da experiência de correr sem público no circuito – tudo por conta da pandemia do novo coronavírus. “Le Mans sem público é horrível! Quem conhece Le Mans sabe o jeito que é, são 500 mil pessoas durante os três dias. É uma coisa alucinante, gigantesca. E, sem público, é esquisito e totalmente sem graça, mesmo para os pilotos”, falou.
Por fim, o piloto brasileiro comentou a atual fase do WEC. A partir de 2022, é prevista a entrada da Peugeot e Audi, por exemplo, algo visto com bons olhos pelo campeão. “Agora com essa nova regra do Hypercar, do Ldmh, as equipes grandes começaram a gostar muito dessa nova medida, pois você pode usar tanto o carro na Europa quanto nos Estados Unidos”, disse.
“Então, isso atraiu empresas grandes, como Volkswagen, Audi, McLaren, Peugeot, Renault… Todas ficaram interessadas em voltar para o WEC, pois você pode usar o carro tanto nos Estados Unidos quanto na Europa”, concluiu o piloto.