O mundo do esporre a motor se une mais uma vez para torcer pela recuperação de Alessandro Zanardi. Nesta sexta, o piloto e atleta paraolímpico sofreu um sério acidente em um evento na Itália, ficando mais uma vez em uma situação extremamente grave.
Foi uma conjunção de fatores. De acordo com os relatos, Zanardi fechava o grupo de um evento que justamente promovia a participação de jovens no desporto paraolímpico. Mas ao fazer uma manobra, avançou para a faixa da estrada e bateu em um caminhão, que ainda tentou desviar, sem sucesso.
Tao logo foi atendido e levado para o hospital. Ali, deu entrada em estado grave e com vários traumas. Uma neurocirurgia foi feita, bem como uma bucomaxilofacial, para corrigir os traumatismos e reduzir a pressão intracraniana.
Justamente no dia em que a BMW anunciaria que Zanardi pilotaria no Campeonato Italiano de Turismo se inicia mais um capítulo de luta na vida deste italiano.
O primeiro grande embate foi em 1993, no primeiro treino do GP da Bélgica. Em sua primeira volta rápida, Zanardi perdeu o controle de sua Lotus 11 e bateu a 250 km/h na barreira de pneus da Eau Rouge. As cenas eram de um desastre. Logo o socorro chegou e o piloto foi levado ao hospital. Saldo: 2 dentes quebrados e algumas dores pelo corpo. Mas não voltaria mais a pilotar pelo time inglês naquele ano, que abraçou os escudos de Pedro Lamy.
Após mais uma participação apagada pelo caos da Lotus em 94, Zanardi se reinventou na Indy (indo parar lá em um esquema totalmente casual) e se posicionou como um dos principais da categoria. Venceu os campeonatos de 97 (este com direito à ultrapassagem antológica em Bryan Herta) e 98. Voltou para a F1 em 99, esperando confirmar tudo que se esperava quando chegou em 91, vice-campeão da F3000. Mas não se adaptou à Williams e teve uma passagem discreta, tendo como melhor resultado um 7o lugar na Itália.
Após um ano sabático, Zanardi voltou à Indy (CART). Em um ano um tanto irregular, se deparou pela segunda vez com a morte. Em 15 de setembro, em Laustzring (Alemanha), no fim da prova, após uma ótima recuperação, Zanardi ao sair dos boxes ainda com pneus frios, perde o controle e roda para o meio da pista. Alex Tagliani, sem ter para onde fugir, pega o carro do italiano na altura do eixo dianteiro. O carro se desintegra e Zanardi perde na hora suas duas pernas. As imagens foram transmitidas ao vivo e são muito pesadas.
A intervenção médica foi rápida, mas Zanardi perdeu 3/4 do sangue e ainda passou por mais de 3 horas de cirurgia para fazer a amputação das pernas. Parecia que seria o fim. Mas uma nova fase se iniciava…
Ao sair do hospital, Zanardi não se deu por vencido. Testou próteses normais e não gostou. Desenhou e construiu suas próprias. E não satisfeito, começou a se preparar para pilotar. Em 2003, completou as 13 voltas que faltavam na Alemanha em um carro adaptado.
Voltar aos monopostos era difícil. Mas abraçou o turismo. No mesmo ano, correu em Monza e conseguiu uma 7a posição. E a partir de 2004, tornou-se piloto oficial da BMW no ETCC. Continuou quando o campeonato virou mundial e obteve 4 vitórias até 2009, quando se retirou.
Em 2006, a BMW adaptou um F1 para ele e fez uma sessão de testes em Valência. Algumas dificuldades apareceram, mas no geral, o deixou maravilhado.
Em paralelo ao automobilismo, Zanardi se dedicou a outra paixão: o ciclismo. Em 2007, chegou em 4o lugar na Maratona de Nova Iorque na categoria de ciclismo adaptado. E depois de deixar o automobilismo como atividade principal, se focou nisso. E simplesmente venceu as Maratonas de Veneza (2009), Roma (2010) e Nova Iorque (2011)
Um dos seus objetivos era participar das Olimpíadas de 2012. E não somente conseguiu se classificar como ganhou 2 medalhas de ouro individuais e 1 de prata por equipes. 4 anos depois, veio ao Rio de Janeiro e obteve mais 3 medalhas (2 de ouro e 1 de prata).
Zanardi mostrou que não ficaria limitado à cadeira de rodas. Seu exemplo extrapolou o esporte e serve a todos. Não é à toa que uma pessoa que tem Leão no nome briga com todas as forças e mostra o seu valor.
Por tudo que fez e pela grandeza de seu espírito é que todos fazem uma enorme corrente para que Alessandro Leone Zanardi consiga driblar mais uma vez a morte e dê mais um exemplo de superação. Tu sei grandissimo, Alex! (Você é grandíssimo, Alex!)
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