Agora é tudo ou nada. Esse é o pensamento de piloto Raul Boesel para a nona etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8. Com esse lema, no próximo domingo, dia 19, no Autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, ele quer buscar sua primeira vitória na temporada de 2004 e se manter na briga pelo título da mais tradicional categoria do automobilismo brasileiro. Quarto colocado na classificação geral com 73 pontos, Boesel está atrás do líder Giuliano Losacco (152), de Cacá Bueno (105) e de Antonio Jorge Neto, que marcou 80. Experiente, Raul Boesel reconhece as dificuldades para se aproximar, principalmente, dos dois primeiros colocados, mas não desanima.
“Agora quero ganhar uma corrida, marcar o maior número possível de pontos e não pensar nos outros. Se conseguir fazer isso, depois vamos ver como as coisas vão ficar. Preciso melhorar muito meu carro, que estava ruim na última prova”, disse o piloto da Equipe Repsol-Boettger.
Um dos problemas detectado depois da etapa de Londrina, disputada no dia 29 de agosto, foi no motor do carro de Boesel que, levado ao dinamômetro, mostrou perda de potência de 25 cavalos, número expressivo do total de 450 HP. Como no Rio, cidade ao nível do mar e com mais quantidade de oxigênio, os motores trabalham com o máximo rendimento, em tese, Raul terá um carro mais veloz no seletivo traçado de 4.933 metros situado na Zona Oeste da capital fluminense.
“Ter um carro bom significa buscar um compromisso entre a parte mecânica e a aerodinâmica. Devido à reta longa precisamos ter pouco arrasto aerodinâmico e nas curvas de baixa e alta é necessário bom funcionamento da parte mecânica”, analisou o piloto de 46 anos.
Devido ao grande equilíbrio na principal categoria do automobilismo brasileiro, Boesel reconhece muitas dificuldades para atingir o objetivo no Rio de Janeiro. Além disso, ele cita a boa fase de Giuliano Losacco.
“Habilidade dele à parte, o Losacco também tem usado a cabeça, além de ter nas mãos um carro muito bom. Juntando a boa combinação piloto/carro tem também o trabalho da equipe. Eles merecem parabéns por esse equilíbrio. Assim, o Giuliano pode acelerar tranquilamente e correr com a cabeça”, disse Boesel.
Números à parte, Raul elogia a atitude dos comissários desportivos da Confederação Brasileira de Automobilismo, que passaram a coibir com punições, problemas na pista. O maior rigor surgiu depois de reunião dos pilotos da Stock Car V8 com os comissários e o presidente da CBA, Paulo Scaglione, em Londrina. Na última prove vários pilotos foram punidos por atitude antidesportiva.
“Essa moralização da categoria é ótima. Não deveríamos ter chegado a esse ponto e agora espero que tenhamos menos problemas de acidentes e batidas nas corridas”, finalizou Boesel, que em Curitiba reclamou bastante de Alceu Feldmann.
Seis escuderias da Stock Car têm sede na cidade serrana de Petrópolis, o que transforma o Rio de Janeiro na capital brasileira da categoria. Estão em Petrópolis Medley-A. Mattheis, dos pilotos Antonio Jorge Neto e Guto Negrão, Golden Cross-Vogel (Thiago Camilo e André Bragantini), Fertipar-Massageol-RS (Alceu Feldmann), Filipaper Racing (Ingo Hoffmann e Sandro Tannuri), BRB (Beto Giorgi) e Bassani-Pamplona (Duda Pamplona). Avallone Motorsport (Nonô Figueiredo e Hoover Orsi) está em Duque de Caxias. Além disso, todos os outros pilotos da categoria também conhecem muito bem os 4.933 metros do traçado carioca, o que aumenta ainda mais o equilíbrio.
Os treinos da principal categoria do automobilismo brasileiro terão início na sexta-feira. Também integram a programação do final de semana a sétima rodada dupla da Stock Car V8 Light e a sexta rodada dupla da Fórmula-3 Sul-Americana que, pela segunda vez no ano, corre junto com a Stock Car. A outra vez, nesta temporada, que os jovens da F-3 estiveram na mesma pista da Stock Car foi em Curitiba, no dia 1º de agosto.