Depois da 10a etapa, vencida domingo em Brasília pelo paulista Antonio Jorge Neto (Medley), apenas o líder David Muffato (Repsol) continua dependendo apenas de suas próprias forças para conquistar o título da Stock Car em 2003. No cálculo mais simples entre todas as possibilidades existentes, uma vitória do paranaense em Curitiba, na penúltima prova do calendário, transforma o encerramento da temporada em São Paulo em mero cumprimento de tabela. Entre os cinco pilotos que ainda estão no páreo, Muffato é o único que tem vaga garantida numa hipotética definição em Interlagos. Os demais – Ingo Hoffmann (Filipaper), Cacá Bueno (Petrobras), Guto Negrão (Medley) e Antonio Jorge Neto – não contam mais somente com os próprios resultados.
Muffato soma 138 pontos, contra 111 de Ingo e 109 de Cacá. Aplicando-se os dois descartes obrigatórios, a vantagem cairia para 19 pontos sobre Ingo. Além da vitória, Muffato será campeão caso aumente para 25 a diferença em relação ao perseguidor mais próximo. No caso de empate em pontos, Muffato seria beneficiado pelo maior número de vitórias – quatro. Ingo, Cacá, Guto, Neto, Nonô Figueiredo e Giuliano Losacco têm uma cada.
A tranqüila margem que construiu não mudará a estratégia de Muffato para a próxima etapa, dia 9 de novembro. “Vou continuar com um olho na prova e outro nos rivais. A idéia é a mesma das corridas anteriores, ou seja, somar o maior número possível de pontos. O anel externo de Curitiba é relativamente fácil, o que tende a reduzir a desvantagem do pessoal que vem andando mais para trás. De certa forma, esse novo equilíbrio pode acabar me ajudando. A pressão estará mais sobre aqueles que me perseguem na classificação, mas é preciso cautela nesta reta final. Afinal, são 50 pontos em jogo e muita água para rolar debaixo da ponte”, lembra Muffato.
Com 32 anos de idade, Muffato pode acabar com um longo reinado na Stock Car, dominada por veteranos como Ingo, doze vezes campeão em 25 anos de história da categoria, e Chico Serra, tri de 1-999 a 2001. Além da menor experiência, tem outro diferencial significativo: enquanto os dinossauros vivem exclusivamente do automobilismo, Muffato é um executivo dos ramos atacadista e varejista que faz das corridas um hobbby. “Mas um hobby bem-feito”, ressalva.
