Os companheiros dos quatro pilotos que restaram na luta pelo título da Stock Car poderão exercer influência decisiva no resultado da prova e do campeonato no encerramento da temporada neste domingo em Interlagos, mas os limites ditados pela ética terão de ser respeitados. O alerta é de Raul Boesel, que defende a Equipe Repsol ao lado do líder e principal candidato ao título de 2003, David Muffato.
Boesel acha normal que pilotos da mesma equipe se ajudem, desde que não façam nada que possa prejudicar os adversários. “Abrir mão de uma posição ou até mesmo da vitória numa circunstância como a desta corrida é algo natural. O que não se pode aceitar é a conduta antidesportiva, como segurar alguém deliberadamente para favorecer o companheiro, jogar o adversário para fora da pista ou qualquer outro subterfúgio”, condena.
Com 91 pontos, Boesel ocupa a 6ª colocação e não tem mais chances de ser campeão. No entanto, conta com um bom resultado na prova final para tentar subir ao menos mais uma posição e evitar o assédio de Giuliano Losacco, Carlos Alves e Chico Serra, que o perseguem de perto. O campeão mundial de Esportes Protótipos de 1987 admite que sua atuação em Interlagos poderá ser determinada pelo momento da corrida. “Se eu estiver em quarto e o David em quinto, e o Guto Negrão na liderança, é claro que facilitarei a ultrapassagem”, diz. Boesel, no entanto, prefere não pensar na atitude que tomaria caso estivesse a caminho de sua primeira vitória. “É muito difícil projetar esse tipo de situação. Eu teria de ver na hora. Mas, pela classificação dos quatro primeiros, o David não precisaria da minha posição caso eu estivesse liderando e ele em segundo”, observa.
No fechamento do calendário, a Equipe Medley – que já tem Guto Negrão em 2º e Antônio Jorge Neto em 5º – contará com o reforço de Xandy Negrão. Xandy tem experiência e vitórias no currículo além de ser irmão de Guto. Na Filipaper, Sandro Tannuri vem num ano de evolução – tem o segundo lugar no Rio de Janeiro como resultado mais importante – e poderá contribuir para o 13º título de Ingo Hoffmann. É o mesmo caso de Popó Bueno, já adaptado à categoria em seu ano de estréia e andando cada vez mais próximo do irmão Cacá na Equipe Petrobras.