Equipes testam em Interlagos

Nem bem terminou o Campeonato Brasileiro de Stock Car de 2003 e as equipes já começaram a trabalhar pensando na próxima temporada da mais disputada e tradicional categoria do automobilismo brasileiro. Depois de no último domingo David Muffato ter conquistado o título de campeão da V8 e de Luís Carreira Jr. se sair vitorioso na Stock Car Light, na segunda e terça-feiras vários pilotos e equipes aproveitaram toda a estrutura já montada em São Paulo e fizeram treinos no Autódromo de Interlagos.

Além dos testes de equipamentos, como novos componentes de freios, também foram avaliados pneus Pirelli nacionais com compostos diferentes. Nesta temporada a categoria passou a utilizar os pneus italianos, que chegaram ao Brasil com composto mais mole e melhoraram bastante o rendimento.

A presença dos mais cobiçados carros do automobilismo brasileiro em Interlagos também serviu para que alguns pilotos fizessem testes pensando em buscar um cockpit para a próxima temporada. Hoover Orsi, campeão da Fórmula-3 Sul-Americana em 1999 e com boa experiência internacional, andou no carro da Scuderia 111, que nesta temporada teve Nonô Figueiredo como piloto Stock V8.

Quem também não resistiu ao carro e voltou a andar num Stock foi Rubens Barrichello. O piloto da Ferrari já disse que assim que encerrar carreira internacional quer correr no Brasil na Stock Car. Há poucos dias, Rubinho teve o primeiro contato com o carro de seu parente André Giaffone, que corre na V8. Outro piloto que corre fora do Brasil e também conheceu o Stock Car de perto foi Vitor Meira. Hoje na IRL (Indy Racing League), americana, Meira foi campeão da Fórmula-3 Sul-Americana em 2000.

“O Rubinho tem uma sensibilidade impressionante para acertar o carro. Se ele entrasse num final de semana de corrida, com certeza seria bem rápido e largaria entre os 10 primeiros na Stock. Quando ele vier não vai dar trabalho para mim, pois quero que corra na minha equipe. Mas podem ter certeza que ele vai dar trabalho para muita gente”, brincou Gualter Salles, da Golden Cross-Vogel.

Mas as maiores novidades experimentadas em Interlagos ficaram mesmo nos carros da Stock Car Light. Em vez do motor de seis cilindros, usado em toda a temporada, os carros usaram motor V8 com 370 cavalos de potência, contra 450 do Stock V8. O experiente Adalberto Jardim andou no carro de Baltazar Jr., que foi adaptado para receber o motor americano feito especialmente para a Stock Car Brasil.

“Foi muito bom, pois com motores iguais teremos mais equilíbrio na categoria, pois todos serão iguais. A redução de potência foi muito boa, pois quem está começando não leva grandes sustos já que o carro é dócil. Acho que esse sistema único de amortecedores e molas deveria ser adotado na V8, pois deixaria o campeonato mais equilibrado e mais barato”, completou Jardim.

O motor, semelhante ao V8 usado nesta temporada, foi redimensionado para se adaptar ao Stock Light, com comando de válvula diferente e restrição na admissão de combustível. Os pneus Pirelli usados foram os nacionais

“Os testes comprovaram que o câmbio e embreagem do Astra são perfeitamente compatíveis com o motor V8. Com o redimensionamento do motor, o Stock Light ficou mais potente, mas as mudanças no motor o deixaram mais suave, com menos pegada, o que sacrifica menos a transmissão”, disse Carlos Col, organizador do Campeonato Brasileiro de Stock Car.

Nokia, líder mundial em comunicação móvel, apresenta a Stock Car Brasil, que tem promoção e organização da Vicar Promoções, com comercialização da Sports Momentum e supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. Os patrocínios são de Chevrolet e Pirelli e co-patrocínios de Medley e Repsol.