Wagner Ebrahim quer correr no circuito oval do Rio

“A Stock Car deveria seguir as suas raízes norte-americanas e correr em um autêntico oval”. Assim o paranaense Wagner Ebrahim (Bennamed/Valorem/Guararapes/Sudati Compensados) descreveu o seu sentimento logo que entrou hoje (quinta-feira) cedo no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá. Neste domingo (06/6) será realizada a partir das 14 horas, no Rio de Janeiro (RJ), a quinta etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car.

Inspirada na categoria de maior sucesso nos Estados Unidos, a Stock Car brasileira utiliza chassis e motores monomarcas, e ao contrário de sua versão original – onde cada marca usa uma frente diferente -, todos os carros tem a mesma carenagem, do Astra Sedan, na modalidade tupiniquim. Na América do Norte a Stock Car privilegia essencialmente as corridas em circuitos ovais – são 34 provas neste tipo de pista e apenas duas em traçado misto -, que chegam a reunir públicos superiores a 100 mil pessoas, em virtude da alta competitividade e do grande equilíbrio das disputas, com médias horárias sempre superiores a 200 km por hora. “Aqui no Brasil poderíamos fazer a mesma festa no Rio de Janeiro. A etapa no circuito oval carioca poderia ser a nossa prova de gala, como acontece com a Daytona 500 na Nascar, e a Indy 500 na IRL”, sugere Wagner Ebrahim, que já correu de Fórmula 3 no circuito Emerson Fittipaldi em 2000.

Quando correu de Fórmula 3 no oval do Rio de Janeiro, Wagner Ebrahim conquistou a pole position com a média horária de 225 km/h, fazendo a volta em 48s502. “Nós atingimos a velocidade máxima de 280 km/h. Foi muito legal, pois a prova foi muito competitiva, com a constante troca de posições por causa do vácuo. Para o público isto é muito bacana, pois além de ver alta velocidade, eles podem acompanhar várias brigas ao mesmo tempo, com todo mundo andando grudado. E na Stock Car isto seria igual”, compara o piloto paranaense da Bennamed/Guararapes/Sudati Compensados/ Valorem.

Vários pilotos que participaram daquela etapa da Fórmula 3 estão hoje correndo na Stock Car. O líder da temporada 2004 da Stock Car Giuliano Lossaco foi um deles, que largou da segunda posição. Outro foi o carioca Duda Pamplona, que na ocasião largou em oitavo, e os estreantes Juliano Moro e Rodrigo Sperafico, que partiram da quinta e 12º posições, respectivamente. “Não conversei com eles sobre isto, mas aposto que eles não esqueceram aquele final de semana e compartilham da mesma opinião que eu. É muito divertido correr neste oval”, relembra Ebrahim.

Para o experiente piloto de monopostos, mas neófito em carros de turismo, uma prova de Stock Car em oval pode ser até mais segura do que em circuito misto. “Hoje em dia muitos pilotos experientes não pensam duas vezes antes de escorar em você, ou mesmo dar um totó atrás em circuito misto. Ele se protegem atrás da farta carenagem de um carro fechado, tipo Turismo”, denuncia Wagner Ebrahim, que teve o carro destruído na etapa de Londrina, quando levou uma batida por trás de Adalberto Jardim, que foi advertido. “No oval, apesar da média de um Stock Car aqui poder ficar por volta de 200 km/h e com velocidade final próxima dos 280 km/h, todos vão se respeitar mais. Quem tocar em um concorrente a esta velocidade, além de provocar um “strike”, vai junto no bolo. Acho que haveria um respeito maior”, acredita o paranaense, que torce para que os organizadores da Stock Car promovam uma corrida no único circuito oval do Brasil.