Por Carolina Alberti
Em busca de seu primeiro título da Corrida do Milhão da Stock Car, o piloto da Shell Racing mostra habilidade nas alturas
Terceiro colocado no ranking da Stock Car, Átila Abreu não alimenta apenas a paixão pelas pistas de asfalto. Aos 30 anos, o piloto da Shell Racing também acelera no céus. Para chegar a Curitiba (PR), onde tenta, neste domingo, o seu primeiro título da Corrida do Milhão, o natural de Sorocaba (SP) veio em seu avião de pequeno porte.
Iniciando o seu relacionamento com os motores aos oito anos, quando iniciou a carreira no kart, Átila, atualmente, nutre a paixão por tudo que tem motor, indo desde a moto até o avião. O único meio de transporte que ele ainda não desbravou foi o helicóptero.
– Eu tenho carteira de carro, moto, avião, barco, carreta, o que tenha roda e anda para frente a gente está pilotando. Avião era uma das últimas coisas que faltava, então quando surgiu a oportunidade eu resolvi fazer o curso.
De acordo com o vencedor do Troféu Super-Ação Stock Car em 2013, foi a curiosidade que o levou, em 2014, a estudar por nove meses para poder se aventurar pelos ares. Hoje, Átila já soma mais de 500 horas de voo. Mesmo assim, ele destaca o aprendizado que a aviação trouxe.
– Sou muito curioso, gosto de aprender as coisas, principalmente o que dá para pilotar. É muito bacana porque você acaba aprendendo bastante coisa, já que muito da tecnologia que a gente utiliza nos carros de competição vem da aviação. O avião é o meio de transporte mais seguro que existe, então tudo que é feito e testado na aviação é muito seguro então a gente trazer o máximo disso para o automobilismo. Para mim foi legal fazer o curso porque você aprende bastante coisa de mecânica, eletrônica, aerodinâmica – explica
Apesar de ter o carro como o seu favorito entre todas as suas habilitações, o piloto 51 vê pontos similares entre o veículo e o avião, indo além das questões mecânicas.
– Uma coisa que tem muito a ver é a concentração. Em ambos você não pode errar, tem que estar atento. Na aviação tem procedimentos e normas, o que a torna tão segura. No carro de competição é a mesma coisa. Os mecânicos têm check list, o piloto também. Na pista, se errar uma freada, você pode perder tempo ou até parar fora da pista – compara.
Enquanto não tira a carteira internacional de avião e aprende a pilotar um helicóptero, Abreu foca na Corrida do Milhão, que será disputada neste domingo, às 10h30. Com um bom retrospecto na capital paranaense, ele espera levantar o caneco pela primeira vez.
– Estou animado. É uma pista que eu tenho um bom retrospecto. Quando anunciaram que viria para Curitiba e pensei ‘ nossas chances aumentaram um pouquinho mais’. Porém, a Stock Car é uma categoria muito equilibrada, não dá para você simplesmente se basear em retrospecto – afirma.
Contudo, entre a etapa de Curitiba e a temporada, Átila fica com a segunda opção.
– Para mim, o mais importante de tudo é o campeonato. Entre o Milhão e o campeonato, nem penso, é o campeonato, sem dúvidas. Mas, se eu tiver a chance de beliscar a corrida, por que não?
*A repórter viaja à convite da Shell
BATE-BOLA
LANCE!: Como você concilia tantas habilitações diferentes?
Átila Abreu: É difícil achar tempo para fazer tudo, mas sempre que tem a oportunidade eu gosto de ir lá e aprender. Tem coisas que você vivencia mais naquele momento, como o barco, que teve uma época que eu vivenciei mais, hoje é o avião. Acho que são momentos, porém é sempre importante estar aprendendo e adquirindo conhecimento.
L!: Quando você começou a se interessar por outros veículos?
Á.A.: Acho que desde o dia 10 de maio de 1987, quando eu nasci. Acho que logo que eu voltei da Europa é que aguçou mais esta curiosidade.
L!: Você considera o avião um hobby?
Á.A.: Não só um hobby, como também um meio de transporte. Vou para as corridas no meu avião. Diversas vezes é mais barato viajar com ele do que de linha aérea. Além disso, eu consigo fazer os meus horários, levar a minha equipe e atender as demandas dos meus patrocinadores.
L!: Como você vê as mudanças no regulamento da Stock Car para a Corrida do Milhão?
Á.A.: Eu acho que os mecânicos sofrem um pouco mais. Para nós, pilotos, a questão de vir e parar no boxe é a mesma para abastecer ou trocar pneu. Acho que o que pode mudar para nós é o ritmo de corrida. Por ser uma corrida só, você não tem que se preocupar em poupar equipamentos, é tudo ou nada desde o começo. Eu acho que é até mais fácil na Corrida do Milhão, onde o cara que está na sua frente é com quem você está duelando.
L!: Qual a sua opinião sobre a interação que os fãs da Stock terão com a votação do Hero Push?
Á.A.: Eu acho muito bacana. Quanto mais o público interagir, melhor para a categoria. Acho que você ter um fã e saber que o foto dele fez a diferença para você ganhar uma corrida ou não cria uma sinergia muito bacana. A gente tem que lembrar que a Stock Car é uma plataforma de entretenimento, então a gente faz as corridas justamente para o público, então quanto mais interação eles tiverem, melhor.
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