*com Alexander Grunwald
A Stock Car volta a correr no Rio de Janeiro neste final de semana, com a disputa do GP Galeão, prova marcada para o circuito montado no Aeroporto do Galeão. O traçado, que leva o nome do pentacampeão Cacá Bueno, recebeu nesta segunda-feira (4) nomes de circuitos históricos do esporte a motor fluminense em cada um de seus trechos, sejam retas ou curvas dos 3.325 metros de extensão.
“A importância do estado todo no automobilismo se mostra até na precocidade das corridas disputadas lá. A primeira foi em 1908, do Rio até Petrópolis, sendo uma das provas pioneiras do nosso automobilismo e já lançando entre os cariocas e fluminenses a semente da velocidade”, diz Fernando Julianelli, diretor executivo da Vicar, promotora da Stock Car.
“A estreia e a primeira vitória de Emerson Fittipaldi, nosso primeiro campeão mundial, foi em uma prova de rua do Rio, no Circuito do Fundão, ambas em 1965. No âmbito da Stock Car, nosso maior campeão em atividade, Cacá Bueno, é um carioca da gema. Não consigo descrever a ansiedade de todos nós, da Stock, por esse retorno ao Rio. O próximo domingo será histórico. E, eu garanto, extremamente emocionante”, completa Julianelli.
A curva 1 levará o nome de Jacarepaguá, nome do único circuito permanente da história do Rio de Janeiro, desativado em 2012. As curvas 2 e 3 formam o “Complexo da Barra”, enquanto a curva 4 será a “Petrópolis”. As últimas três curvas do circuito Cacá Bueno ainda recebem os nomes de Ilha do Fundão, São Gonçalo, e Barra da Tijuca.
Mas, por que destes nomes? F1Mania.net mostra abaixo a importância de cada um destes circuitos que ajudaram a formar a cultura automobilística do esporte a motor fluminense.
JACAREPAGUÁ (Curva 1)
Inaugurado em 1966, o Autódromo de Jacarepaguá foi um dos únicos do mundo a receber provas de Fórmula 1, Indy e MotoGP, além de diversos campeonatos nacionais e continentais. Posteriormente batizado como Autódromo Nelson Piquet, fez parte da primeira temporada da Stock Car, em 1979, e recebeu a categoria até 2012, quando foi desativado para que seu terreno recebesse as instalações dos Jogos Olímpicos de 2016.
COMPLEXO DA GÁVEA (Curvas 2 e 3)
Formado por três retas ligadas por duas curvas de alta velocidade, o complexo representa o setor mais veloz de todo o automobilismo nacional, com um total de 1.550 metros de aceleração plena. Este desafio para carros e pilotos homenageia o lendário Circuito da Gávea, também chamado de “Trampolim do Diabo”. Realizada entre 1933 e 1954, na era dos “Grand Prix” disputados antes da criação da Fórmula 1, a corrida que percorria a Avenida Niemeyer e alguns trechos da Rocinha atraía competidores de todo o mundo, como o pentacampeão mundial Juan Manuel Fangio.
PETRÓPOLIS (Curva 4)
A relação da Cidade Imperial com o esporte a motor se iniciou em 1908, quando Petrópolis integrou um percurso de regularidade de longa duração que largava na capital fluminense e cruzava diversos municípios. O Circuito Cidade de Petrópolis, trajeto de cerca de 4 km composto por vários trechos históricos, recebeu grandes feras do automobilismo brasileiro entre 1948 e 1968, e inspirou pessoalmente futuros grandes nomes do esporte na preparação de carros de corrida. A partir dos anos noventa, Petrópolis passou a sediar diversas equipes de Stock Car, sendo até hoje um grande polo entre equipes de competição.
FUNDÃO (Curva 5)
Sede da Universidade Federal do RJ desde a década de 1950, a Ilha do Fundão fica a apenas cinco quilômetros do Aeroporto RIOgaleão. Mas as edificações destinadas à educação também testemunharam um momento histórico do nosso esporte. Em novembro de 1965, Emerson Fittipaldi disputou a quarta etapa do campeonato carioca de automobilismo, realizada em um circuito montado nas ruas do campus. Ao volante de um Gordini, o futuro campeão mundial de Fórmula 1 conquistou naquele dia sua primeira vitória no automobilismo, aos 19 anos de idade.
SÃO GONÇALO (Curva 6)
Com uma prova em 19 de setembro de 1909, o município de São Gonçalo sediou a segunda corrida mais antiga da história do Brasil, realizada apenas um ano depois da pioneira prova do Circuito de Itapecerica, em São Paulo. A prova era aberta a automóveis de cinco categorias. Os carros de 15hp a 30hp utilizavam um circuito de 48km de extensão, enquanto os mais potentes (a partir de 45hp) completavam um percurso de 72km. À época, os carros foram transportados de barca a partir da capital, cruzando a Baía de Guanabara para fazer história.
BARRA (Curva 7)
Entre as décadas de 1930 e 1950, diversos circuitos de rua foram montados em bairros da Zona Sul e no Centro do Rio de Janeiro. Em 1964, um grupo de pilotos decidiu desbravar a Zona Oeste da cidade, ainda quase inabitada, utilizando as recém-projetadas ruas e avenidas da Barra da Tijuca. Diante da popularidade do evento (retomado no ano seguinte, em comemoração ao IV Centenário do Rio), os pilotos sentiram a necessidade de se criar um circuito permanente na região. E assim germinou a semente para a fundação do Autódromo de Jacarepaguá.
RETA DA APOTEOSE (Reta de Largada e Chegada)
Conhecida mundialmente pela maior festa popular do planeta, a Apoteose foi o palco do encontro do Carnaval com o automobilismo em 2014, quando a Unidos da Tijuca homenageou o tricampeão mundial Ayrton Senna. Campeã do Grupo Especial naquele ano, a Escola levou à Avenida uma réplica de um carro de Fórmula 1, representando o sucesso do Brasil na maior categoria do automobilismo. No traçado do GP Galeão, a Apoteose será sinônimo de festa e alegria para o grande vencedor, pois é neste ponto que ele vai receber a bandeirada final.
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