Foi positivo o saldo do FIA Girls on Track Brasil Estágio em Motorsports em equipes da Stock Car e da Fórmula 4 brasileira (F4) promovido pela Comissão Feminina de Automobilismo (CFA) no último fim de semana, no Autódromo de Goiânia.
Oito estudantes de engenharia mecânica, de Goiânia e do Distrito Federal, estiveram nos boxes da AMattheis Vogel, Blau Motorsport, Eurofarma, Ipiranga Racing, KTF Sports e Pole Motorsport, na Stock Car, e, na F4, da Bassani Racing e da TMG Racing F4.
Esta foi a primeira edição do Estágio em Motorsports na categoria de monopostos, e a quarta na Stock Car. Erika Prado, engenheira da TMG Racing F4, adorou ter a ajuda de uma estagiária no trabalho nos cinco carros do time.
“Gosto de ensinar, quero ter mais mulheres junto comigo, e o primeiro passo é justamente esse. Mulheres estarem nas equipes só para aprender, sem nenhuma pressão, nenhuma cobrança”, aprova Erika, a única engenheira da F4.
Rafaela Ferreira também gostou do estágio. “É tudo uma correria, na pressão, então elas aprendem como é na prática, participando mesmo. A TMG tem trabalhado para trazer mulheres para perto. Fico feliz por ver a representatividade feminina crescendo, e em uma equipe que anda bem, não só por número de mulheres, mas representando mulheres muito bem”, diz a piloto da TMG Racing F4, dona de uma pole position, uma vitória e seis pódios, o último em Goiânia.
Cecília Rabelo, piloto da Bassani, igualmente aprovou: “Muito o legal o trabalho da CFA com várias meninas estagiando. É um incentivo muito grande para todas elas poderem aprender um pouco e se sentir mais à vontade quando forem entrar mesmo em uma equipe. Esse estágio pode agregar muito à experiência delas”.
O objetivo da CFA com o Estágio em Motorsports é justamente oferecer oportunidade de experiência às estagiárias em vários setores do mercado de trabalho no automobilismo.
“Foi um desafio grande com saldo positivo. Conseguimos atingir nosso objetivo de dar experiência para mulheres e oportunidade de fazerem networking. Elas saem com noção real do que é trabalhar no automobilismo. Algumas podem encontrar oportunidades de imediato. E todas aprendem que networking importa tanto quanto competência técnica”, explica Rachel Loh, engenheira da Amattheis MotorSport, a única da Stock Car, e coordenadora do Estágio em Motorsports.
“Agradecemos muito à Vicar e a todas as equipes que acolheram nossas estagiárias”, diz Bia Figueiredo, presidente da CFA criada por Giovanni Guerra, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, e coordenadora do FIA Girls on Track Brasil, com a participação de Rachel Loh e da expert em marketing Bruna Frazão.
“Isso é bastante importante no mercado de trabalho de engenharia e mecânica no automobilismo, em que apenas menos de 1% dos profissionais são mulheres. Trabalhamos exatamente para aumentar esse índice nessas áreas e em todas as outras do automobilismo”, Bia afirma.
As experiências das estudantes de engenharia mecânica em Goiânia
Anna Luiza da Silva Oliveira: “Automobilismo é minha maior paixão. Mas nunca tinha pisado em um autódromo. Quanto mais experiência e visão do universo do automobilismo tiver, melhor você decide se quer ficar mesmo, se aguenta toda a pressão, se é isso que você realmente ama. Quero seguir nesse mundo.”
Fernanda Gobbi: “O estágio agregou bastante. A gente conseguiu aprender muito da maior competição de automobilismo da América Latina, provavelmente com os melhores engenheiros de automobilismo do Brasil. Ganhei experiência para o futuro, talvez para levar até para minha equipe do Baja SAE na Universidade de Brasília”.
Izabelle Gama: “Em teoria, a gente vê as corridas na televisão. Mas é apenas um décimo do que acontece nos boxes. Eu quis ter experiência prática. O que mais gostei foi ver como se prepara os dados do carro para a próxima corrida, e estar no grid de largada. Quero ingressar no automobilismo quando me formar.”
Lorrany Paulino: “Foi incrível! Vi que posso colocar em prática a paixão que tenho por automobilismo. Tudo o que eu sempre quis é estar nesse ambiente. O estágio vai abrir totalmente novas portas para mim. Nunca imaginei que poderia estar aqui, chegar perto de um carro de corrida, mexer no carro, trocar rodas. Foi uma grande oportunidade para mim!”.
Patricia Duarte: “Quero trabalhar na área do automobilismo e o estágio me deu uma experiência muito boa. Ajuda por estar dentro da equipe, fazer networking e ter conhecimentos práticos para poder oferecer algum tipo de serviço no futuro. Quero mudar para São Paulo para estar perto das equipes, poder continuar participando de projetos para mulheres e ter mais oportunidades”.
Rafaela de Borba: “Foi uma oportunidade de fazer networking e aprender, entender melhor a engenharia, mexendo com o carro, entendendo o funcionamento dele, conversando com o engenheiro, aprendendo como funcionam as vistorias, as estratégias do carro, tudo muito interessante”.
Rayssa Ranieri Faria: “Foi bastante diferente de tudo eu já fiz, me tirou da zona de conforto, mas a gente vai entendendo que para se desenvolver tem que sair da zona de conforto, sim, tem que conversar, sim, porque nada vai cair do céu. Sempre fui tímida, então fazer o estágio, conversar com pessoas, fazer perguntas, aprender coisas, foi bastante enriquecedor. Em qualquer lugar que eu for, vou saber chegar nas pessoas melhor, desenvolver perguntas melhores para conseguir extrair o máximo de cada oportunidade”.
Virginia de Vasconcelos Campos: “Estou mais relacionada à área da aviação, mas a aviação começou utilizando motores de automóveis e a carenagem utilizada nos carros de corrida tem materiais similares aos utilizados nos aviões. A área de automobilismo tem muita tecnologia, movimenta muitos sistemas, tanto de propulsão como de estrutura. Aprendi coisas que podem ser aplicadas em menor escala em outras áreas da engenharia mecânica. Bacana a gente ter esse espaço para fazer o estágio, tanto por nós quanto pelas próximas alunas de engenharia mecânica”.
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