Um feito histórico completou 32 anos: o piloto Fábio Souto Mayor, com um Opala de Stock Car, atingiu a velocidade de 315 km/h na Rodovia Rio-Santos. O recorde, que ainda é insuperável, foi alcançado em 15 de outubro de 1991, no município de Bertioga, na BR-101. O piloto quebrou o recorde brasileiro de velocidade e permaneceu na história.
Para comemorar esse feito inédito, Fabinho e seu Opala foram homenageados durante a segunda etapa da Old Stock Race, em 16 de abril, no Autódromo de Interlagos. O carro, que foi totalmente restaurado pela Dana, um dos principais fabricantes globais de componentes automotivos, foi usado por Fabinho em 1993 para levar a dupla formada por Angelo Giombelli e Ingo Hoffmann ao título da temporada.
O trabalho de restauração do Opala teve início com a busca de um automóvel da Stock Car semelhante ao utilizado por Sotto Mayor em Bertioga e que se enquadrasse no regulamento vigente entre 1987 a 1993. As peças fabricadas pela Dana foram obtidas e instaladas com a colaboração de técnicos e mecânicos especializados em cardan e diferencial, inclusive o famoso eixo diferencial Dana 44 e seu cardan.
De acordo com Luís Pedro Ferreira, diretor de Comunicação e Marketing da Dana e líder do projeto, o primeiro obstáculo foi recuperar a parte interna do carro, algo totalmente marcado pelo tempo e pela manutenção quase inexistente de sua estrutura. “O trabalho de restauro combinou arqueologia, pesquisas e adaptações, um esforço épico, quase similar ao da quebra do recorde. É motivo de alegria e orgulho ver o trabalho de alguns anos e tantas pessoas chegarem às pistas novamente”, destacou o executivo.
O carro do recorde não tinha as rodas e pneus originais da Stock de medidas 265x40xR16 e sim um jogo de aro 14, uma configuração mais baixa e mais agressiva. Segundo Fabinho, o feito é mais surpreendente porque conseguiram superar os 300 km/h com um modelo nacional, lançado no final dos anos de 1960 e preparado por experientes profissionais brasileiros, como Camilo Christófaro Júnior e Silvio Longo.
“A gente não imaginava que conseguiríamos atingir os 300 km/h e os pneus não estouraram por sorte!”, disse Fabinho, relembrando o momento em que o capô do motor se soltou e voou como uma folha de papel. Ele também afirmou que é mais reconhecido pelo recorde do que pelos seus títulos na Stock Car.
Além do desenvolvimento e produção de componentes automobilísticos, a Dana sempre prestigiou o esporte brasileiro, com a restauração do Copersucar, primeiro carro da Fórmula 1 desenvolvido e construído no Brasil. O restauro do Opala faz parte das comemorações de 75 anos da Dana no Brasil.
Mais sobre esta história pode ser ouvido em uma edição do podcast Muito Além de Rodas e Motores.
