Palco de grandes disputas, Goiânia 500 tem vitórias de Daniel Serra e Átila Abreu

Piloto da Eurofarma-RC aumenta sua vantagem de 10 para 19 pontos em relação a Thiago Camilo, enquanto Átila Abreu declara amor à pista da capital goiana. Sensação da penúltima etapa, português António Félix da Costa dá à Hero seu primeiro pódio na Stock Car

Mais potentes e agressivos, os carros da Stock Car deram um show de ultrapassagens e disputas na 11ª e penúltima etapa da temporada, a Goiânia 500 – em referência ao aumento de potência dos motores V8 para 500 cavalos – empolgou o público que lotou as arquibancadas e camarotes do Autódromo Internacional Ayrton Senna na capital goiana. As vitórias nas duas provas ficaram com Daniel Serra, que aumenta sua margem na liderança do campeonato, e Átila Abreu, o terceiro na tabela de pontuação.

O piloto que se destacou em todos os treinos também deixou sua marca na primeira corrida. O português António Félix da Costa, substituto de Alberto Valério na equipe HERO Motorsports, largou em sexto, mostrou extrema competência e terminou a primeira corrida na terceira posição, garantindo ao time seu primeiro pódio na Stock Car. Na disputa inicial, Ricardo Zonta bem que tentou tomar a ponta de Serra, mas teve de se contentar com o segundo lugar.

Com os dez primeiros colocados em ordem inversa no grid da prova 2, Átila Abreu usou de estratégia parecida com a que garantiu a Daniel a vitória na disputa anterior. O piloto da Shell Racing foi escoltado no pódio por Max Wilson e pelo pentacampeão Cacá Bueno.

Na tabela, Serra soma agora 325 pontos, contra 306 de Thiago Camilo. Átila soma 254, diante de 236 de Max e 22 de Fraga. Cacá é o sexto com 215, cinco a mais que Rubens Barrichello, o sétimo. Marcos  Gomes, com 198, Ricardo Maurício com 181, e Gabriel Casagrande, com 176, fecham os dez melhores do campeonato antes da finalíssima que acontece no dia 10 de dezembro em Interlagos.

PRIMEIRA CORRIDA
Com nuvens fechando praticamente todo o Planalto Central, a Goiânia 500 começou com ameaça de chuva, que acabou não se concretizando. Com pista seca, a disputa começou quente: já na primeira volta escaparam da pista Antonio Pizzonia, Tuka Rocha, Allam Khodair, Márcio Campos, Cacá Bueno e Felipe Lappena. Na frente, Daniel Serra manteve a ponta enquanto Marcos Gomes perdia três posições – para Ricardo Maurício, Thiago Camilo e Ricardo Zonta.

Logo depois, o piloto da Shell Racing ultrapassou o representante da Ipiranga e, com o furo de pneu que tirou Ricardo Maurício da primeira prova, ficou em segundo lugar. O português António Félix da Costa empolgava o público presente ao também escalar o pelotão até chegar em terceiro, bem próximo dos dois líderes após os pit stops.

A entrada do carro de segurança na 21ª volta agrupou o grid e deixou aberta, entre os três primeiros colocados, a disputa pela vitória. Contudo, Serra defendeu-se bem dos ataques de Zonta, que também era assediado por da Costa, e na bandeira quadriculada as posições se mantiveram.
“O final foi bem difícil. Consegui abrir no começo, em um ritmo bem puxado, mas depois foi complicado para segurar. Felizmente deu tudo certo e o carro estava muito bom”, destacou Daniel Serra, que conquistou sua quarta vitória na temporada.

Para Zonta, o ritmo da prova foi bem forte do início ao fim. “Posso dizer que foi uma corrida bem puxada. A gente teve um superaquecimento dos pneus, e com isso perdi um pouco da aderência no carro. Meu pit stop foi bem rápido, a gente arriscou tudo no momento, e no final tentamos apertar um pouco mais, mas o Daniel está com um carro também muito bom”, afirmou o paranaense.

O representante luso gostou do que viu e viveu na pista na primeira corrida. “A disputa foi muito boa. O carro estava bem competitivo. Apesar de não ter ido mais para frente, foi uma boa experiência. Dei algumas erradas em momentos críticos, porque eu tentei economizar o máximo de push em relação aos outros caras, e quando era para eu usar cometi alguns erros, por isso não deu para passar o Zonta. Mas está bom. Aprendi muito nessa corrida”, disse. O piloto do carro #444 chegou a ter uma disputa mais acirrada ao se defender de Marcos Gomes. Ambos chegaram a se tocar na pista. “O Gomes me deu um toque na saída da curva 1, e por isso ele teve a oportunidade de colocar do meu lado e depois fui me defender. No entanto, eu gostaria de rever o lance em vídeo para emitir qualquer julgamento”, ressaltou.

Marcos Gomes, Denis Navarro, Vitor Genz, Max Wilson, Thiago Camilo, Rubens Barrichello e Átila Abreu fecharam os dez primeiros que largariam em ordem inversa na segunda corrida.

Resultado Corrida 1*:
1. 29 Daniel Serra (Eurofarma RC) – 28 voltas em 42min21s479
2. 10 Ricardo Zonta (Shell Racing) – a 1.021
3. 444 Felix da Costa (Hero Motorsport) – a 2.154
4. 80 Marcos Gomes (Cimed Racing) – a 2.638
5. 5 Denis Navarro (Cimed Racing Team) – a 5.484
6. 46 Vitor Genz (Eisenbahn Racing Team) – a 5.955
7. 65 Max Wilson (RCM Motorsport) – a 6.897
8. 21 Thiago Camilo (Ipiranga Racing) – a 7.681
9. 111 Rubens Barrichello (Full Time Sports) – a 8.750
10. 51 Átila Abreu (Shell Racing) – a 9.256
11. 83 Gabriel Casagrande (Vogel Motorsport) – a 9.888
12. 28 Galid Osman (Ipiranga Racing) – a 10.712
13. 0 Cacá Bueno (Cimed Racing) – a 11.009
14. 70 Diego Nunes (Hero Motorsport) – a 11.048
15. 18 Allam Khodair (Full Time Sports) – a 16.513
16. 77 Valdeno Brito (Eisenbahn Racing Team) – a 19.125
17. 117 Guilherme Salas (Vogel Motorsport) – a 19.298
18. 3 Bia Figueiredo (Full Time Academy) – a 23.663
19. 8 Rafael Suzuki (Cavaleiro Sports) – a 48.873
20. 555 Renato Braga (Mico’s Racing) – a 1 volta
21. 40 Felipe Fraga (Cimed Racing Team) – a 2 voltas
NÃO COMPLETARAM (75% da distância de prova)
22. 4 Julio Campos (Prati-Donaduzzi Racing) – a 8 voltas
23. 188 Beto Monteiro (Mico’s Racing) – a 9 voltas
24. 12 Lucas Foresti (Full Time Academy) – a 10 voltas
25. 31 Marcio Campos (Blau Motorsport) – a 12 voltas
26. 90 Ricardo Mauricio (Eurofarma RC) – a 15 voltas
27. 73 Sergio Jimenez (Bardahl Hot Car) – a 15 voltas
28. 30 Cesar Ramos (Blau Motorsport) – a 19 voltas
29. 1 Antonio Pizzonia (Prati-Donaduzzi Racing) – a 20 voltas
30. 9 Guga Lima (Bardahl Hot Car) – a 21 voltas
31. 110 Felipe Lapenna (Cavaleiro Sports) – a 27 voltas
32. 25 Tuka Rocha (RCM Motorsport) – a 28 voltas
MELHOR VOLTA: Daniel Serra, 1min25s242
*Resultados sujeitos a verificações técnicas e desportivas

SEGUNDA CORRIDA
A segunda disputa do domingo em Goiânia teve largada tão disputada quanto a primeira, mas todos mantiveram-se na pista. Na segunda volta, Félix da Costa escapou da pista após um toque e teve de abandonar a corrida final do dia. O luso foi o mais votado, à frente de Rubens Barrichello e Bia Figueiredo, os três que foram agraciados com o Hero Push e ganharam, assim, a chance de ter um acionamento extra do botão de ultrapassagem. Da Costa, no entanto, sequer teve a chance de poder usá-lo.

“Na largada aconteceu que o (Denis) Navarro soltou o freio e veio se apoiando na minha porta, mas ainda deu para continuar. Na segunda volta foi igual: eu freei tarde, ele soltou o freio e veio se apoiar em mim. Eu consegui tracionar, e quando voltei levei outra batida. Então não teve jeito, fui para a grama, danificou muito o carro. Foi uma pena, porque ia ser muito divertido”, explicou o português.

Mesmo assim, o piloto da Hero mostrou-se feliz com o convite e o desempenho apresentado. “Primeira vez como piloto titular, fiquei muito contente. Analisando a corrida toda, eu poderia ter feito muita coisa diferente para ajudar no resultado da corrida 1, e fui pego de surpresa por alguns fatores. É a diferença que a experiência faz, porque estes caras estão aqui há muitos anos. A Stock Car tem alguns detalhes de regulamento que preciso entender melhor ainda. De qualquer forma, fiquei muito contente de poder dar à Hero o primeiro pódio deles. Agradeço pelo convite, à Full Time, ao Maurício (Ferreira)  por me receberem mais uma vez tão bem, e vamos ver o que o futuro nos trará”, concluiu.

A briga pela vitória seguida aberta, e dependeria, também, da estratégia individual de parada nos boxes. Quem havia abastecido na primeira prova, faria apenas um pit stop rápido. Nos boxes, Thiago Camilo quase tomou a ponta de Átila, mas o sorocabano conseguiu sair à frente; quando deixavam os boxes, Max Wilson conseguiu colocar-se entre os dois e assumir o segundo lugar.

A estratégia de Rubens Barrichello, por exemplo, foi parar no último momento possível da janela de pit stops. Voltou em terceiro, mas depois começou a perder posições até, no final da corrida, tocar no carro de Marcos Gomes. Ambos saíram da pista, e o campeão de 2014 acabou punido com o acréscimo de 20 segundos a seu tempo de prova, o que relegou o piloto da Full Time ao 17º lugar.

Em terceiro, Cacá Bueno passou a pressionar Max Wilson, e na bandeirada os dois cruzaram a linha de chegada separados por apenas 112 milésimos de segundo. Para Átila Abreu, comemoração por sua segunda vitória na temporada, o beijo da noiva e a declaração de amor pela pista de Goiânia. “Goiânia passou a ser a minha pista preferida: já tenho duas poles, pódios e agora duas vitórias. Uma pista que casa bem com o nosso carro. Pena termos tido problema de motor na tomada de tempo, mas trocamos e agora o possante ficou bom e pudemos recuperar e comemorar”, contou.

“Jogamos com o regulamento. Fico feliz por ter conquistado a vitória e ter somado mais de 30 pontos hoje, um bom passo para fechar o campeonato entre os três ou até mesmo ter uma chance lutar pelo vice-campeonato, ainda que pequena, mas vamos fazer o nosso trabalho para final, e vamos estar tinindo em Interlagos”, resume o piloto do #51 da Shell Racing, equipe que colocou seus dois pilotos no pódio no final de semana: segundo com Zonta e primeiro com Átila.

Feito semelhante ao da Eurofarma, que venceu com Daniel Serra a primeira corrida e chegou ao segundo lugar na disputa final com Max Wilson. “Nosso carro estava bom, competitivo, e o do Átila também. Do meio da corrida para frente eu já não tinha mais push, e mesmo assim consegui me manter no mesmo ritmo, o que é difícil. Não deu para ganhar hoje, o segundo lugar era o máximo que poderíamos conseguir e estou contente pelo resultado”, resignou-se.

De volta ao pódio, Cacá Bueno disse que a Goiânia 500 o deixou com “gostinho de quero mais”: “Tomei um toque na primeira corrida, o que me jogou para o último lugar. Não troquei pneus – um monte de gente trocou – e mesmo assim eu era um dos carros mais rápidos da pista. Isso mostra que o carro realmente acendeu neste fim de semana, estava muito bom. Ainda falta um pouquinho de tração. Pena que eu praticamente abortei a primeira corrida, senão a gente poderia ter feito um domingo ainda melhor”, explicou.

Thiago Camilo, Diego Nunes, Gabriel Casagrande, Lucas Foresti, Vitor Genz, Daniel Serra e Felipe Lapenna completaram os dez primeiros da segunda corrida.

Interlagos recebe a grande final em prova valendo pontuação dobrada, no dia 10 de dezembro.

Resultado Corrida 2*:
1. 51 Átila Abreu (Shell Racing) – 28 voltas em 52:03.000
2. 65 Max Wilson (Eurofarma-RCM) – a 0.677
3. 0 Cacá Bueno (Cimed Racing) – a 0.789
4. 21 Thiago Camilo (Ipiranga Racing) – a 7.506
5. 70 Diego Nunes (Hero Motorsport) – a 8.536
6. 83 Gabriel Casagrande (Vogel Motorsport) – a 9.645
7. 12 Lucas Foresti (Full Time Academy) – a 10.528
8. 46 Vitor Genz (Eisenbahn Racing Team) – a 11.612
9. 29 Daniel Serra (Eurofarma-RC) – a 11.921
10. 110 Felipe Lapenna (Cavaleiro Sports) – a 12.331
11. 1 Antonio Pizzonia (Prati-Donaduzzi Racing) – a 15.157
12. 18 Allam Khodair (Full Time Sports) – a 15.713
13. 30 César Ramos (Blau Motorsport) – a 20.775
14. 8 Rafael Suzuki (Cavaleiro Sports) – a 21.820
15. 80 Marcos Gomes (Cimed Racing) – a 25.146
16. 3 Bia Figueiredo (Full Time Academy) – a 32.364
17. 111 Rubens Barrichello (Full Time Sports) – a 40.581
18. 555 Renato Braga (Mico’s Racing) – a 54.907
19. 10 Ricardo Zonta (Shell Racing) – a 1 volta
20. 73 Sérgio Jimenez (Bardahl Hot Car) – a 1 volta
21. 188 Beto Monteiro (Mico’s Racing) – a 1 volta
22. 117 Guilherme Salas (Vogel Motorsport) – a 2 voltas
NÃO COMPLETARAM (75% da distância de prova)
23. 90 Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) – a 7 voltas
24. 28 Galid Osman (Ipiranga Racing) – a 7 voltas
25. 4 Júlio Campos (Prati-Donaduzzi Racing) – a 12 voltas
26. 5 Denis Navarro (Cimed Racing) – a 16 voltas
27. 40 Felipe Fraga (Cimed Racing) – a 20 voltas
28. 77 Valdeno Brito (Eisenbahn Racing Team) – a 21 voltas
29. 9 Guga Lima (Bardahl Hot Car) – a 25 voltas
30. 444 António Félix da Costa (Hero Motorsport) – a 29 voltas
31. 31 Márcio Campos (Blau Motorsport) – a 29 voltas
32. 25 Tuka Rocha (RCM) – não largou
*Resultados sujeitos a verificações técnicas e desportivas

 

Classificação do campeonato:

  1. Daniel Serra – 325 pontos
  2. Thiago Camilo – 310
  3. Átila Abreu – 256
  4. Max Wilson – 240
  5. Felipe Fraga – 223
  6. Cacá Bueno – 217
  7. Rubens Barrichello – 213
  8. Marcos Gomes – 200
  9. Ricardo Maurício – 181
  10. Gabriel Casagrande – 178
  11. Ricardo Zonta – 158
  12. Julio Campos – 125
  13. Antonio Pizzonia – 124
  14. Valdeno Brito – 124
  15. Diego Nunes – 114
  16. Vitor Genz – 104
  17. Allam Khodair – 100
  18. Rafael Suzuki – 93
  19. Galid Osman – 92
  20. Tuka Rocha – 90
  21. Cesar Ramos – 70
  22. Guilherme Salas – 69
  23. Denis Navarro – 68
  24. Sergio Jimenez – 55
  25. Felipe Lapenna – 55
  26. Marcio Campos – 43
  27. Lucas Foresti – 37
  28. Betinho Valério – 33
  29. Bia Figueiredo – 28
  30. Guga Lima – 19
  31. Beto Monteiro – 9
  32. Renato Braga – 2