Shell vence com Átila Abreu no anel externo de Curitiba

O retorno da Stock Car ao anel externo de Curitiba prometia uma etapa emocionante, que foi coroada com a vitória da Shell com Átila Abreu. O piloto do Chevrolet Cruze #51 assumiu a liderança da corrida 2 na penúltima volta e venceu pela segunda vez em 2021 pela estreante equipe Shell V-Power. Foi sua 17ª vitória na categoria.

Com os pontos acumulados, Átila subiu de nono para sexto no campeonato, agora com 158 pontos.

Ricardo Zonta novamente protagonizou uma jornada de recuperação e, depois de um quali atribulado quando não conseguiu registrar voltas competitivas com o Toyota Corolla #10, recebeu a bandeirada da corrida 2 em décimo. Ele segue entre os cinco primeiros do campeonato – na transmissão foi anunciado em quarto lugar, mas recuperou pontos da punição da etapa de abertura em Goiânia e aguarda a publicação da pontuação atualizada, em que vai aparecer em terceiro com mais seis pontos.

Já Galid Osman teve uma etapa atribulada, atingido na largada por outro competidor. A equipe Shell V-Power recuperou o Cruze #28 e o devolveu para a pista para a segunda prova. Mas o carro superaqueceu e ele foi forçado a se retirar.

A Stock Car volta a ação nos dias 18 e 19 de setembro, em Goiânia.

 

As corridas

Átila sustentou bem a linha externa largando por fora e permaneceu em décimo. Mais atrás, Galid ficou por fora em uma linha tripla na segunda perna do S de baixa e acabou empurrado para fora da pista. Zonta, para evitar o enrosco à sua frente, abortou a tomada da curva e contornou por fora, sendo a seguir obrigado a recolher nos pits uma vez que o safety-car imediatamente foi acionado.

Átila avançou para nono na volta 6, a mesma em que Galid levou o Chevrolet Cruze #28 para o box da equipe Shell V-Power para reparos.

O pelotão dos dez primeiros se estabeleceu sem alterações até a abertura da janela dos pits, na volta 16. Nessa passagem, Átila tentou ultrapassagem dupla sobre Marcos Gomes e Guilherme Salas no fim da reta, mas acabou superando apenas o carro #80.

O sorocabano entrou no box na volta 20 e trocou o pneu traseiro direito. Mas o Cruze #51 deixou algumas frações de segundo ao retornar da troca, caindo para décimo lugar quando o pelotão foi reordenado com o fim da janela de paradas obrigatórias.

Na volta 26 o safety-car novamente foi acionado, para resgate do carro de Sergio Jimenez batido na curva zero depois de ficar com a roda solta.

A segunda neutralização da corrida permitiu à Shell V-Power mandar de volta o carro de Galid para a pista, após reparos.

A bandeira verde foi agitada com 1min30s restante na contagem regressiva. Assim como Galid, Zonta também retornou para a pista.

Com três voltas em ritmo normal até a bandeirada, Átila foi eficiente no jogo de vácuo e administração de push-to-pass para neutralizar os ataques de Lucas Foresti e assegurar o décimo lugar –e consequentemente a pole da corrida 2.

Átila sustentou a liderança na largada, mas foi ultrapassado por Felipe Lapenna na reta Oposta. Galid e Zonta vinham em 24º e 25 lugares.

Na volta 16, quando foi aberta a janela de paradas, Gabriel Casagrande passou Átila no fim da reta com uso do botão de ultrapassagem e depois entrou nos pits.

Galid e Zonta pararam na volta 17, e Lapenna na seguinte. Assim Átila assumiu a liderança.

O vice-campeão de 2014 entrou para os pits na volta 20 e trocou o pneu traseiro esquerdo em eficiente pit-stop da equipe Shell V-Power.

Com o pelotão reordenado, Lapenna apareceu em primeiro e o sorocabano em segundo, com 1.4s de desvantagem.

Galid recolheu para o box na volta 22, quando Zonta aparecia em 13º.

Faltando 4min20s para a abertura da volta final, a luz vermelha piscando no carro de Lapenna indicava que ele não tinha mais botão de ultrapassagem para defender a liderança. Átila precisava tirar 2.4s para alcançar o ponteiro. Em outra boa prova de recuperação, Zonta vinha em 12º, bem próximo do top10.

O carro #110 ficou lento e Átila assumiu a liderança faltando 30s para a volta final. Aí conduziu com segurança para vencer novamente com a equipe Shell V-Power.

 

 

O que eles disseram

“Nem em sonho eu seria capaz de imaginar que depois de sete corridas na equipe estreante teríamos duas vitórias! Foi uma corrida muito especial e dedico ao meu pai, João Abreu. Ontem acertei um vácuo muito bom no Q1, no Q2 não consegui o melhor posicionamento mas sabia do nosso potencial. O plano era manter a corrida 1 entre os dez e lutar pela vitória na 2 e vinha confortável para isso até a janela de pits, quando cometi o erro de deixar o carro apagar. Voltamos para pista e tinha ritmo para recuperar, terminando em décimo. Mas já apresentava alguns problemas de freio e não conseguia combater o Lapenna. Depois do pit eu fiquei surpreso com o tanto que ele saiu na minha frente, mas tratei de pensar na minha prova. No fim eu tinha ainda três pushes e sabia que ele não tinha, mas com o problema de freio não ia ser possível atacar. Inclusive quase rodei na última volta por causa disso. Ele fez uma corrida muito bonita e sinto pelo problema no fim, que acho ter sido pane seca. O meu time trabalhou muito desde a etapa passada aqui em Curitiba e o esforço foi recompensado com mais um troféu”

Átila Abreu

 

“É uma pena. Viemos de uma semana nesta mesma pista, com as mesmas curvas e fomos até o Q3 na etapa anterior. Agora estamos sofrendo um pouco nas retas… O carro até melhorou no quali e faltou muito pouquinho para atingir o Q2. Vamos largar de 22º e fazer uma corrida de recuperação amanhã.”

“Acabei coletado pela batida no começo e isso danificou meu carro. O time fez um grande trabalho para recuperar tudo a tempo de me devolver para pista na corrida 2, mas o radiador havia sido danificado e o carro começou a aquecer demais. Parabenizo a Shell V-Power por mais uma vitória e voltaremos mais fortes em Goiânia”

Galid Osman

 

“Na verdade estamos em terceiro no campeonato, porque recuperamos seis pontos da punição de Goiânia na Justiça Desportiva, mas não sei quando vão publicar atualizada a classificação. Agora sobre a etapa: foi um fim de semana ruim, com muitos problemas. No quali o assoalho soltou inteiro e isso me impediu de classificar o carro. Na corrida 1 vários pilotos tiveram contato à minha frente no final da reta e eu saí da pista para evitar o acidente mas lá fui atingido por outro carro, o que quebrou minha roda. Na corrida 2, de novo o pessoal ficou se batendo, mas deu para salvar alguma coisa. Achei um pouco inseguro correr no anel externo, porque a prova é basicamente troca de push-to-pass, sem muita pilotagem. Mas deu para salvar alguma coisa no fim”

Ricardo Zonta