Um campeonato para ficar na história do automobilismo brasileiro. Com um título decidido na última curva da última etapa da temporada, disputada neste domingo (12) no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá (RJ), a Copa Petrobras Pick-up Racing coroa um ano de diversas conquistas. A maior delas é a do gaúcho João Campos, que faturou o tetracampeonato com um ponto de vantagem sobre o vice-campeão, Nelson Bazzo, que foi o segundo colocado na Grande Prêmio Gerson Marques (criador da categoria, falecido no ano passado).
Campos foi o terceiro colocado, numa vitória histórica de Alessandro Da Cas, que também é gaúcho, mas vive Rio de Janeiro há quase 20 anos. Largando da terceira colocação, ele fez uma prova perfeita e superou os outros 17 pilotos que entraram na pista neste domingo. Kau Machado, que chegou a liderar a prova, foi o quarto colocado e Marcel Wolfart, que havia largado em nono, completou o pódio na quinta posição.
O bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, fez questão de comparecer na pista para conhecer a única categoria do automobilismo mundial movida a gás natural veicular (GNV). O ex-piloto, que comemorou o aniversário de 55 anos no camarote da Petrobras, pilotou duas pick-ups e ficou com uma ótima impressão do desenvolvimento do GNV na pista. “O carro é muito bom e o motor tem um desempenho impressionante. É excelente termos uma categoria multimarcas desse nível no Brasil”, elogia.
Outro destaque apontado pelo bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis é o fato do automobilismo continuar servindo como um laboratório para o desenvolvimento tecnológico. “Na pista o carro é exposto aos mais severos testes de desempenho e segurança. E a Copa Petrobras Pick-up Racing é um excelente exemplo”, destaca.
Sobre a briga pelo título, Fittipaldi, que participou da transmissão da prova na TV Bandeirantes, comentou que há algum tempo não via uma competitividade assim: “os pilotos e a organização estão de parabéns, porque, se já é difícil fazer automobilismo, realizar um campeonato tão emocionante e competitivo desse jeito é quase impossível”.
Na largada do GP Gerson Marques, João Campos se manteve na ponta e Kau Machado pulou para a segunda colocação, que era de Gustavo Sucolotti. Antes de completar a primeira volta, Bazzo, que era o oitavo do grid, já ocupava o quarto lugar. Em seguida, Emerson Duda, que ainda tinha chances de brigar pelo título, abandonou a prova por causa da quebra da suspensão da Ranger número 2.
Alessandro Da Cas já dava mostras que ia brigar pela ponta, já que superou Sucolotti e Kau antes da quinta volta, ficando com o segundo lugar. Logo depois, os boxes foram abertos para a liberação do segundo cilindro de GNV. Campos foi o primeiro a entrar nos boxes. Depois foi a vez de Da Cas e Machado, que fez uma boa estratégia e voltou na primeira posição.
Na volta seguinte, o Pace Pick-up entrou na pista e reagrupou os carros, com Da Cas na frente, Kau Machado em segundo e Campos em terceiro. Nelson Bazzo, que estava mais de dez segundos atrás, pôde reavivar as esperanças de título, pois encostou nos três primeiros.
Daí por diante, o que se viu foi emoção pura. Da Cas abriu vantagem, mas Kau, Campos e Bazzo se alternaram nas posições até o final. Numa recuperação surpreendente, Bazzo pulou para a segunda colocação e tentou se aproximar do líder. Com essa situação, Campos só perderia o título se chegasse em quarto lugar.
E quase isso aconteceu, pois Machado chegou a colocar o carro lado-a-lado com o gaúcho na última curva, mas a experiência de Campos pesou na hora da decisão. “Eu estava mais rápido e tive que segurar o carro várias vezes para não bater na traseira do Campos”, salienta Kau. “Realmente foi difícil de segurar. Pensei que não ia resistir aos ataques, pois meu carro não estava com o melhor acerto”, ressalta o tetracampeão.
Depois de nove etapas e descartados os dois piores resultados de cada piloto, João Campos somou 104 pontos, um a mais que Nelson Bazzo. A terceira colocação ficou com Emerson Duda, que somou 82 pontos. Foram 5 vitórias da Chevrolet S10 e 4 da Ford Ranger, além de uma pole e um segundo lugar da Dodge Dakota, o que demonstra o equilíbrio entre as marcas que disputam a categoria.
Para Campos, essa foi a temporada mais difícil das quatro já realizadas. “Estou em êxtase, porque conquistar o tetra nessas condições é o sonho de todo piloto”, comemora. Por outro lado, Bazzo ficou decepcionado com o vice-campeonato, já que foi o piloto mais regular da temporada, pontuando em todas as corridas. “O título foi decidido nos detalhes. Agora, vamos começar o trabalho para a próxima temporada, cujo título será ainda mais difícil de ser conquistado”, prevê.
Em 2005 a categoria continuará sendo patrocinada pela Petrobras, já que tem sido a maior vitrine e o melhor campo de testes para o gás natural veicular. O calendário será divulgado até o final de dezembro. A Pick-up Racing conta com o patrocínio da Petrobras e apoio da CBA, Rodas Binno, Pirelli e MAT Cilindros.
Resultado
Grande Prêmio Gerson Marques
Autódromo Internacional Nelson Piquet – 4.933 metros
1 – Alessandro Da Cas (S10 73 – Da Cas Racing – RJ)
2 – Nelson Bazzo (S10 0 – Bazzo Competições – RS)
3 – João Campos (Ranger 1 – J. Maino – RS)
4 – Kau Machado (Ranger 7 – Ávila Racing – PR)
5 – Marcel Wolfart (Ranger 99 – Exatidão Racing – SC)
6 – Eduardo Heinen (S10 9 – Bazzo Competições – RS)
7 – Flávio Marcílio (Dakota 38 – Marcílio Motorsport – SP)
8 – Claudio Ricci (S10 50 – Rogel Sports – RS)
9 – Marcelo Siqueira (Ranger 17 – Marcílio Motorsport – SP)
10 – Gustavo Sucolotti (S10 81 – GS Racing Team – MS)
11 – Abramo Mazzochi (Ranger 25 – J. Maino – RS)
12 – Carlos Kray (S10 16 – CKR Competições – RS)
13 – Emerson Duda (Ranger 2 – Ávila Racing – PR)
Não completaram a prova
Franco Stedile (S10 4 – Gramacho Racing – RS)
Gustavo Frei (S10 42 – Rogel Sports – SC)
Luiz Reis (Ranger 8 – Scala Racing – SC)
Carlos Tavares (S10 42 – Rogel Sports – SC)
Leo Parisotto (Ranger 21 – MR Racing Team – SC)
A situação final do campeonato, após os dois descartes:
1º) João Campos (RS), 104 pontos
2º) Nelson Bazzo (RS), 103
3º) Emerson Duda (PR), 82
4º) Kau Machado (PR), 57
5º) Alessandro Da Cas (RJ), 55
6º) Gustavo Sucolotti (MS), 50
7º) Eduardo Heinen (RS), 48
8º) Abramo Mazzochi (RS), 40
= Marcel Wolfart (SC), 40
10º) Flavio Marcílio (SP), 34
11º) Cláudio Ricci (RS), 25
12º) Franco Stedile (RS), 18
13º) Milton Vianna (PR), 17
14º) Luiz Reis (SC), 11
15º) Carlos Kray (RS), 9
= Leo Parisotto (SC), 9
17º) Carlos Teixeira (PE), 5
18º) Guilherme Augustin (RS), 5
19º) Marcelo Siqueira (SP), 2
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